Filarmônica de Minas Gerais recebe o grupo de percussão Martelo para interpretar obra inédita da compositora Clarice Assad. Orquestra interpreta ainda Kodály e Shostakovich, nos dias 25 e 26 de abril, às 20h30, na Sala Minas Gerais
Com regência do maestro associado José Soares, Orquestra interpreta ainda obras de Kodály e Shostakovich

Compositora em destaque no cenário musical, Clarice Assad escreve obra inédita para percussão e orquestra, uma das encomendas originais da Filarmônica de Minas Gerais, em seu fomento à criatividade e produção artística no Brasil. A obra Raízes será interpretada pelo grupo de percussão Martelo. A espontaneidade contagiante das Danças do húngaro Kodály se une ao humor e irreverência de uma das sinfonias mais esfuziantes de Dmitri Shostakovich. A regência é do maestro associado da Filarmônica de Minas Gerais, José Soares. As apresentações serão nos dias 25 e 26 de abril, às 20h30, na Sala Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala, a partir de R$ 39,60 (inteira).
Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Inter, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo de Minas Gerais, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Maestro José Soares, regente associado da Filarmônica de Minas Gerais
Natural de São Paulo, José Soares é Regente Associado da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde 2022, tendo sido seu Regente Assistente nas duas temporadas anteriores.
Venceu o 19º Concurso Internacional de Regência de Tóquio (2021), recebendo os prêmios do júri e do público na competição.
Iniciou-se na música com sua mãe, Ana Yara Campos. Estudou Regência Orquestral com o maestro Claudio Cruz, em um programa regular de masterclasses em parceria com a Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo. Participou como bolsista nas edições 2016 e 2017 do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, sendo orientado por Marin Alsop, Arvo Volmer, Giancarlo Guerrero e Alexander Libreich. Recebeu, nesta última, o Prêmio de Regência, tendo sido convidado a atuar como regente assistente da Osesp em parte da temporada 2018, participando de um Concerto Matinal a convite de Marin Alsop.
Foi aluno do Laboratório de Regência da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo convidado pelo maestro Fabio Mechetti a reger um dos Concertos para a Juventude da temporada 2019. Em julho desse mesmo ano, teve aulas com Paavo Järvi, Neëme Järvi, Kristjan Järvi e Leonid Grin, como parte do programa de Regência do Festival de Música de Parnü, Estônia. Ao final de 2021, recebeu o prêmio da crítica da Revista Concerto na categoria “Jovem Talento”.
No Japão, regeu as orquestras Sinfônica NHK de Tóquio, New Japan Philharmonic, Sinfônica de Hiroshima e Filarmônica de Nagoya. Conduziu também a Osesp e a MÁV Symphonie Orchester em Budapeste.
Soares é Bacharel em Composição pela Universidade de São Paulo. Em 2024, conduziu a Orquestra de Câmara de Curitiba e tem concertos agendados com as sinfônicas Jovem de São Paulo e do Rio Janeiro, Sinfônica do Paraná, junto ao Balé do Teatro Guaíra, e Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina.
Martelo, grupo de percussão
O quarteto de percussão Martelo é formado pelos músicos Danilo Valle, Leonardo Gorosito, Rafael Alberto e Rubén Zúñiga. Foi criado oficialmente em 2012, mas suas atividades aceleraram, de fato, somente dez anos depois, com a estreia no 1º Festival de Verão de Campos de Jordão. Em 2021, o grupo lançou o primeiro disco, Mitos Brasileiros, gravação da obra homônima do carioca Ney Rosauro. Possui, ainda, outras duas gravações: a icônica Terceira Construção, de John Cage; e Correnteza, escrita por um de seus integrantes, Leonardo Gorosito. Com o nome inspirado no poder de impacto da ferramenta, o Martelo busca quebrar paradigmas e colocar a percussão em lugar de destaque, executando obras canônicas do repertório e valorizando criações próprias e de artistas parceiros. Dois de seus integrantes possuem relação direta com a Filarmônica de Minas Gerais: Rubén Zúñiga foi nosso Percussionista Principal entre 2009 e 2010, e Rafael Alberto assumiu o cargo logo depois, atuando como nosso Percussionista Principal de 2011 em diante.
Repertório
Clarice Assad (Rio de Janeiro, Brasil, 1978)e a obra Raízes (2024)
A busca por unir afluentes de diferentes origens e criar novas possibilidades de percursos sempre foi uma característica marcante do trabalho da compositora carioca Clarice Assad. Inquieta e versátil, sua obra transita por múltiplos formatos, gêneros e palcos, criando universos musicais distintos que podem convergir e dialogar. Em Raízes, o encontro promovido por Assad envolve algumas das principais matrizes que fundamentam a identidade cultural de nosso país. Pela articulação de temas conhecidos da música folclórica e popular, a peça prepara um caldo fervilhante que mistura tradições indígenas, origens africanas e influências europeias. O resultado é um vibrante concerto para quarteto de percussão e orquestra, de ritmos em constante ebulição, que reflete parte do imenso caleidoscópio cultural e regional do Brasil, indo da Floresta Amazônica às metrópoles de concreto por meio da linguagem universal da música. Em âmbito subjetivo, a obra funciona ainda como um encontro da compositora com suas próprias raízes: filha de Sérgio Assad e sobrinha de Odair e Badi Assad, Clarice carrega consigo o legado de uma das famílias mais talentosas da música brasileira. Composta a partir de uma encomenda do grupo Martelo, por meio de um consórcio firmado entre a Filarmônica de Minas Gerais, a Filarmônica de Goiás e a Orquestra Sinfônica Brasileira, Raízes será estreada em 2024 e é a primeira obra de Clarice Assad tocada pela nossa Orquestra.
Zoltán Kodály (Kecskemét, Hungria, 1882 – Budapeste, Hungria, 1967) e a obra Danças de Galanta (1933)
As Danças de Galanta foram compostas em 1933, a partir de um conjunto de melodias ciganas relacionadas ao lugar onde Zoltán Kodály morou entre 1885 e 1892. O próprio Kodály faz uma descrição em terceira pessoa do lugar, da sua relação com ele e de como a obra foi concebida: “Galanta é uma pequena cidade mercantil conhecida daqueles que viajam entre Viena e Budapeste. O compositor passou sete anos de sua infância ali. Naquele tempo, havia uma famosa banda cigana que desde então desapareceu. Essa foi a primeira sonoridade ‘orquestral’ a chegar aos ouvidos da criança. (…) Por volta de 1800, alguns livros de danças húngaras foram publicados em Viena, um dos quais continha músicas ‘de vários ciganos de Galanta’. Eles preservaram as velhas tradições. A fim de mantê-las vivas, o compositor retirou seus principais temas dessa velha publicação”. A composição foi criada a partir de um conjunto de verbunkos – danças apresentadas durante os recrutamentos compulsórios do exército Habsburgo. Como os ciganos frequentemente eram parte das bandas de verbunkos, as danças ficaram associadas a eles, mas são originalmente húngaras e deram origem às famosas csárdás do século XIX. A peça foi estreada em 23 de outubro de 1933 pela Orquestra da Sociedade Filarmônica de Budapeste, regida por Ernest von Dohnányi, e tornou-se rapidamente a mais popular das criações orquestrais de Kodály.
Dmitri Shostakovich (São Petersburgo, Rússia, 1906 – Moscou, Rússia, 1975) e a obra Sinfonia nº 9 em Mi bemol maior, op. 70 (1945)
Tendo iniciado a carreira durante a Revolução Russa, Dmitri Shostakovich foi um artista cuja força criativa se viu, em diversas ocasiões, confrontada com as intempéries do clima político de sua terra natal. Assim, enquanto sua Primeira Sinfonia, datada de 1925, recebeu ampla aclamação e lhe trouxe fama internacional, sua posição de destaque na música soviética esteve seriamente ameaçada alguns anos mais tarde, quando a ópera Lady Macbeth do distrito de Mtzensk foi censurada pelo regime stalinista, em 1936. Essa relação de idas e vindas entre Shostakovich e o governo de seu país pode ser resumidamente ilustrada pelo período da Segunda Guerra Mundial. Em 1941, quando os alemães invadiram a União Soviética, o compositor deu vida à sua Sétima Sinfonia, que, embebida de sentimentos patrióticos, se transformou em um símbolo da resistência ao cerco de Leningrado. Na mesma linha, a Oitava, composta em 1943, evocava a batalha em defesa de Moscou contra os ataques nazistas. A Nona, portanto, era esperada como uma obra heróica e grandiosa, que teria a nobre tarefa de concluir uma trilogia sinfônica dos anos de guerra. Contrariando todas as expectativas, o que Shostakovich entregou foi uma sinfonia breve, acessível, objetiva e bem-humorada. Composta por cinco movimentos, a peça referencia o caráter clássico das sinfonias de Haydn, acrescendo toques de ironia e espirituosidade. Foi considerada frívola e leve pelas autoridades stalinistas, mas agradou ao público desde a sua estreia em novembro de 1945, poucos meses depois do fim oficial do conflito armado.
Programa
Filarmônica de Minas Gerais
Série Allegro
25 de abril – 20h30
Sala Minas Gerais
Série Vivace
26 de abril – 20h30
Sala Minas Gerais
José Soares, regente
Martelo, grupo de percussão
C. ASSAD Raízes (Encomenda)
KODÁLY Danças de Galanta
SHOSTAKOVICH Sinfonia nº 9 em Mi bemol maior, op. 70
INGRESSOS:
R$ 39,60 (Mezanino), R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 72 (Balcão Palco), R$ 92 (Balcão Lateral), R$ 124 (Plateia Central), R$ 160 (Balcão Principal) e R$ 180 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Bilheteria da Sala Minas Gerais
Horário de funcionamento
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
São aceitos:
- Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
- Pix
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.
Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.
O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. A Orquestra já havia recebido o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.
Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.
A Orquestra possui 12 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.
Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 80 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.
A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.
A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.
A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.
Os números da Filarmônica (2008 a dezembro/2023)
1.543.738 espectadores
1.231 concertos realizados
1.360 obras interpretadas
126 concertos em turnês estaduais
42 concertos em turnês nacionais
9 concertos em turnê internacional
94 concertos transmitidos ao vivo
606 notas de programa publicadas no site
231 webfilmes publicados
1 coleção com 3 livros e 1 DVD sobre o universo orquestral
4 exposições itinerantes e multimeios sobre música clássica
12 CDs lançados
1 Indicação ao Grammy Latino 2020 (CD Almeida Prado – Obras para piano e orquestra – Categoria de Melhor Álbum Clássico)