Embora o país do futebol ainda esteja distante da elite das sportstech mundiais, o cenário brasileiro é de mudanças. Dados do Global Sportstech Ecosystem Report 2023, publicado pela SportsTechX, mostram que o Brasil recebeu $ 805.5 milhões de fundos no segmento entre 2018 e 2022. Nesse cenário, a World Intelligent Triage of Soccer — Wit Soccer —, vem fazendo a ponte entre jovens atletas e clubes por meio de um app de “peneira digital”, com cerca de 10 mil novos atletas cadastrados e mais de 700 avaliações.
Fundada em 2017, a ideia da Wit Soccer nasceu há quase 20 anos, quando Taciano Pimenta, fundador e CEO da startup, já atuava na captação de atletas. “Eu queria me diferenciar de outros empresários, mas na época poucos tinham acesso à internet e o processo de avaliação de atletas era algo muito empírico, realizado pelo próprio técnico ou olheiro”, conta o fundador.
“Como estratégia, em 2004, fizemos uma parceria com a UFMG/Fundep, justamente para que tivéssemos algo científico nesse momento de observação. Fizemos uma pequena divulgação e, para nossa surpresa, tivemos 19 mil acessos ao site, 6 mil inscritos e 600 jovens avaliados dentro do Centro Esportivo Universitário da UFMG”, complementa Taciano.
Ao longo dos anos, segundo Taciano, foram 7 atletas convocados para a Seleção Brasileira de Futebol e mais de R$ 100 milhões em negociações de atletas, incluindo nomes como Douglas Coutinho, Pedro Paulo, Bruno Viana e Caio Emerson, captados entre 10 e 13 anos.
Na plataforma, o candidato realiza um teste de personalidade, que traça o perfil do atleta, e testes técnicos via vídeo, captado pelo próprio app. Os atletas selecionados participam de um teste presencial e a plataforma envia todos os relatórios dos testes.
Operação e crescimento
Mesmo fora de um ecossistema de inovação e startups, a Wit Soccer conseguiu fechar negociações com um investidor de clubes da Europa, parcerias estratégicas com redes de TV e um contrato publicitário com Ronaldinho Gaúcho. Entretanto, “estávamos isolados, navegando sozinho, e eu fui fazendo tudo com investimento próprio”, lembra o fundador da Wit Soccer.
O cenário mudou após a pandemia de Covid-19, quando as tecnologias aceleraram a digitalização e a Wit Soccer foi em busca de parceiros que pudessem apoiar o crescimento da empresa. A startup foi selecionada no processo de avaliação do Grupo FCJ e passou a ser parte do portfólio da Federaminas Ventures, venture builder da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas).
Segundo Taciano, “a Wit Soccer é extremamente escalável e podemos agora avaliar um número muito maior de atletas”. A projeção é de 100 mil novos downloads e cadastros na plataforma por meio de campanhas com Ronaldinho Gaúcho e inserir 10 novos atletas nos grandes clubes brasileiros por ano.
“Nos cinco primeiros anos, queremos 50 atletas performando nos grandes clubes e a plataforma com percentual de uma venda futura desses atletas”, explica o CEO.
Ainda, a Wit Soccer está em negociação com a AWS (Amazon Web Services) e a Azure, da Microsoft, para utilização de ferramentas digitais, as mesmas aplicadas no futebol americano e na Fórmula 1, por exemplo.
A startup está em fase de escala e busca novos investimentos para alcançar um maior número de atletas. Para o futuro, Taciano comenta que a startup foi pensada em escala multilíngua. Os sócios da Wit Soccer mantêm contatos nos Estados Unidos e Europa e a ideia é levar a plataforma para high schools.
Sobre a FCJ Venture Builder
Criada em 2013, em Belo Horizonte (MG), a FCJ, o maior grupo de venture builder da América Latina, é uma multinacional que conecta investidores, startups, corporações e universidades para desenvolver negócios inovadores que impactam a vida das pessoas. Com o objetivo de favorecer o ecossistema de inovação do Brasil, hoje é líder do segmento e possui venture builders espalhadas pelo mundo. Para mais informações, acesse: https://fcjventurebuilder.com/.