Tribunal de Contas abre investigação sobre gastos no Carnaval de São Benedito
Contratos de R$ 1,7 milhão estão na mira. Justiça chegou a proibir paredões, mas prefeito reverteu decisão. Evento ficou marcado por cenas de sexo em via pública.
O Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE) abriu um processo para apurar possíveis irregularidades nas contratações realizadas pela Prefeitura de São Benedito durante o Carnaval de 2025. Os gastos chegaram a R$ 1.772.725,37, segundo informações da Diretoria de Fiscalização de Temas Especiais I, que solicitou a abertura do procedimento.
O processo tem como foco a Secretaria de Esporte, Cultura e Turismo do município e cita como responsáveis Fernando Reutman Rodrigues Sales, Maria Samara Freire de Oliveira, Audisnei Alcântara de Moraes e Francisca Angélica Fonteles Araújo. A investigação visa esclarecer se houve má gestão dos recursos, sobre preço, falta de transparência ou outras possíveis irregularidades nas contratações alusivas ao evento.
O Carnaval deste ano foi marcado por uma série de polêmicas. A Justiça havia determinado a proibição dos paredões de som, atendendo às reclamações da população, que alegava que o barulho excessivo prejudicava crianças autistas, idosos e pessoas sensíveis ao som. Mesmo assim, o prefeito Saul Maciel conseguiu reverter a decisão e os paredões foram autorizados durante todo o Carnaval.
Além do excesso de barulho, o evento ficou nacionalmente conhecido após a divulgação de vídeos que mostravam cenas de sexo explícito nas ruas da cidade, inclusive durante o dia, gerando revolta e indignação entre os moradores e repercussão negativa nas redes sociais.
O Tribunal de Contas agora deve aprofundar a análise sobre os contratos e os gastos realizados pela Prefeitura no Carnaval. Após as medidas cabíveis, o processo será encaminhado para a Diretoria de Fiscalização de Temas Especiais I, responsável pela condução da investigação.
A Prefeitura de São Benedito foi procurada pela reportagem e, até o fechamento desta matéria, não havia se pronunciado.
