
É sempre a mesma cena: escova na mão, a criança se esquiva, chora, diz “não quero”. Na infância, a simples tarefa de escovar os dentes vira drama diário em muitas casas. O motivo? Vai do medo e desconforto ao gosto da pasta, passando pelo frio da água no inverno. Mas com paciência, rotina e um pouco de criatividade, pais podem transformar esse momento em brincadeira — e evitar problemas sérios no futuro. Seguem algumas dicas para enfrentar a situação:
1 – Não quero!
Entre os principais motivos que levam crianças pequenas a recusarem a escovação dos dentes estão o desconforto causado por pastas com sabores desagradáveis ou escovas inadequadas, o medo do movimento da escovação, e associações negativas com a prática. Além disso, a ausência de uma rotina estabelecida e a falta de compreensão sobre a importância do cuidado bucal também geram resistência, já que a atividade não é prazerosa e os benefícios ainda não são compreendidos pela criança.
2 – Missão escova
Permitir que a criança escolha sua escova e pasta de dentes pode aumentar o interesse e a curiosidade pelo momento da escovação. Escovar os dentes junto com ela também é essencial — o exemplo dos pais faz diferença. Vídeos educativos, elogios pelo cuidado com a saúde bucal e visitas regulares ao dentista ajudam a criar uma associação positiva com o hábito. “Mostrar que a saúde bucal é tão importante que existe um profissional específico para cuidar da nossa boca faz toda a diferença para a criança”, afirma a coordenadora do curso de Odontologia da Faculdade Una Itabira, Simone de Sales Costa Moreira Carboni. A Una integra o Ecossistema Ânima de ensino no Leste Mineiro.
3 – Descongelando a vontade de escovar
Durante o inverno, é comum que as crianças fiquem ainda mais resistentes à escovação dos dentes. O uso de água fria pode causar desconforto ou sensibilidade na boca, dificultando a adesão à rotina. O frio também reduz a disposição para atividades cotidianas, o que inclui a escovação. Para contornar isso, recomenda-se ajustar a temperatura da água ou incorporar o hábito ao momento do banho – onde a água é quentinha.
4 – Exemplo que arrasta
Pais e cuidadores devem estabelecer horários fixos e participar ativamente da escovação, especialmente na primeira infância. O exemplo dos adultos é essencial, assim como a paciência diante da recusa constante. A recomendação é evitar punições ou ameaças e, em vez disso, apostar em estratégias lúdicas, músicas e histórias para tornar o momento mais agradável. “Se a resistência persistir, é importante buscar a orientação de um profissional de saúde bucal para um acompanhamento personalizado”, avisa a professora da Una Itabira.
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