Pai contra Mãe ou Você está me Ouvindo?: a herança da escravidão e a luta pela vida

O Coletivo Negro, grupo dedicado à pesquisa cênico-racial e à criação de narrativas que ecoam as questões sociais e históricas do Brasil, traz para o palco do Sesc Consolação, de 22 de março a 27 de abril, o espetáculo Pai contra Mãe ou Você está me Ouvindo?, dramaturgia inédita e livremente inspirada no conto Pai contra Mãe, de Machado de Assis. Com direção e dramaturgia de Jé Oliveira, a montagem tem como mote a sentença final do texto de Machado – “Nem todas as crianças vingam, bateu-lhe o coração.” -, uma vez que ela revela o quão cruel é a herança escravocrata materializada na miséria e nas desigualdades raciais e sociais que marcam a realidade brasileira.
A escolha do conto que narra a história de Candinho, um homem desempregado e desesperado para garantir a sobrevivência de sua família, se transforma, na dramaturgia de Jé Oliveira, em um espaço de reflexão sobre as desigualdades persistentes.
“A encenação se inspira na reflexão de Achille Mbembe, que afirma:
‘o negro é o único cuja carne foi convertida em mercadoria’.
Sendo assim, o texto original de Machado de Assis, que já expõe as dificuldades
de um homem negro da época colonial, é reinterpretado sob uma ótica contemporânea,
e o ambiente de mercado, onde se desenvolve parte da ação,
simboliza a mercantilização do corpo negro. Essa recriação não apenas revê
a violência histórica da escravidão, mas também propõe uma analogia direta
com o racismo estrutural presente na sociedade brasileira.”
Jé Oliveira
Jé Oliveira (ator, dramaturgo e diretor) revela que sua abordagem no texto de Machado de Assis também busca explorar a complexidade das relações de poder e subordinação. Para o diretor, o autor não pode ser dissociado da sua negritude, e sua contribuição literária não pode ser reduzida a uma visão romantizada ou esquiva das questões raciais. O espetáculo, portanto, não apenas adapta o conto, mas também o ressignifica, estabelecendo um diálogo entre o passado e o presente, entre o Brasil colonial e o Brasil contemporâneo.
“A analogia de corpos como mercadoria em um supermercado contemporâneo
fazendo referência ao modo como o corpo negro é tratado desde o período escravocrata
nos parece determinante para que o elo reflexivo se junte ao cerne do conflito exposto
no conto machadiano. Uma mulher negra mantida em cárcere privado por um segurança,
acusada de ter roubado mercadorias apenas por ter mexido em sua bolsa,
é uma situação terrivelmente cotidiana para pessoas não brancas no nosso país.
Quase 70% de pessoas negras afirmam já terem sido seguidas em lojas e supermercados
no país todo, como afirma matéria feita pelo “Observatório do Terceiro Setor”, em 2021.”
Jé Oliveira
A realização da peça, com a participação de todos os membros fundadores do grupo, marca um retorno significativo ao projeto artístico do Coletivo Negro, formado por Aysha Nascimento, Flávio Rodrigues, Jé Oliveira e Raphael Garcia. Após anos sem criar espetáculos com todos envolvidos diretamente, a obra reafirma a essência do coletivo, agora com a possibilidade de materializar uma criação mais madura, fruto da evolução das potencialidades artísticas ao longo do tempo. O projeto ainda busca repactuar a presença do grupo na cena contemporânea, promovendo um diálogo renovado com a sociedade atual e as suas complexidades, além de se conectar com novas propostas cênicas.
Sinopse
Um narrador nos conta a história de Zaíra da Conceição, mulher, negra, retinta, grávida. E de Osvaldo, homem, negro, que acabou de se tornar pai. Uma está desempregada, outro acabara de conseguir emprego em uma rede de varejo. Zaíra sofre uma acusação infundada de roubo no supermercado. Zaíra e Osvaldo, então, lutam: pai contra mãe.
A Música na Construção Cênica
A fusão entre teatro e música em Pai contra Mãe ou Você está me Ouvindo? vai além da ambientação sonora: ela potencializa a experiência épica da obra, ampliando seu impacto dramatúrgico. Em cena, um trio de músicos acompanha a narrativa e dialoga diretamente com as ações: Lua Bernardo (baixo acústico e elétrico, sopros e voz), Maurício Pazz (bandolim, violão, guitarra, cavaco e voz) e Thiago Sonho (percussão, bateria, samplers e voz). No teatro épico, a música tem a função de comentar a ação e reforçar a narrativa, criando contrastes e intensificando a experiência estética e emocional do público.
“Com seu poder de síntese, as canções originais, executadas por uma banda ao vivo,
podem acessar outras formas de fruição, podendo ir além do intelecto.
Isso enriquece muito a obra, ajudando a alcançar também outros públicos,
com interesses diversos, no que diz respeito à linguagem do espetáculo.”
– destaca o encenador.
Ao inserir a música como elemento estruturante da encenação, a montagem se aproxima de diferentes tradições cênicas e expande seu alcance. A relação entre som e cena contribui para uma experiência mais sensorial e imersiva, conectando-se com espectadores de diversas formações e sensibilidades.
Expansão
Machado de Assis nos dias de hoje: Reverberações e Presenças
Além das apresentações do espetáculo Pai contra Mãe ou Você está me Ouvindo? no Teatro Anchieta, o Sesc Consolação promove a ação intitulada Expansão, que consiste em atividades formativas com o intuito de ampliar reflexões e diálogos disparadores de processos criativos de obras cênicas específicas, por meio do compartilhamento teórico e prático de pesquisas, técnicas e saberes plurais.
Com encontros que se baseiam na obra de Machado de Assis, bem como em matrizes negras da cultura brasileira e no teatro épico brechtiano, a Expansão – Machado de Assis nos dias de hoje: Reverberações e Presenças entra em contato com propostas de corporalidade, vocalidade e interpretação. A programação inclui a leitura compartilhada e materialização cênica de alguns aspectos relevantes do material literário do conto Pai contra Mãe, com Raphael Garcia (Ecoando vozes – Lendo Machado); a criação de pequenas cenas inspiradas no ponto de vista do narrador, com Flávio Rodrigues (Cena Coletiva – Quem conta o conto?); a exploração do gestus social brechtiano, com Aysha Nascimento (O que contam os corpos?); e uma reflexão sobre as reverberações do pensamento machadiano na atualidade, com Jé Oliveira (Vozes machadianas no Brasil de hoje).
O curso acontece de 25 a 28 de março, das 13h às 17h, no CPT – Centro de Pesquisa Teatral (Sesc Consolação). As inscrições vão de 11 (a partir das 14h) a 14 de março, e podem ser realizadas pelo app Credencial SescSP ou pelo site da Central de Relacionamento. Os valores são R$50 (inteira), R$25 (meia-entrada) e R$15 (credencial plena). A atividade é destinada a maiores de 18 anos.
Também será realizada uma mesa de debate com a participação de Rosane Borges (Professora da ECA-USP e Doutora em Ciências da Comunicação com pós-doutorado na área), Adriana Ferreira (Especialista em literatura, jornalista, escritora, mediadora, curadora e palestrante) e Walter Garcia (professor do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP), que irão refletir sobre a negritude de Machado de Assis, bem como o que é possível pensar do país pelo viés da criação literária de um dos maiores autores da língua portuguesa. Os ingressos são gratuitos e podem ser obtidos pelo site sescsp.org.br e app Credencial Sesc SP (4/4, a partir das 12h). Já os ingressos presenciais podem ser retirados na bilheteria de qualquer unidade do Sesc SP (4/4, a partir das 14h). O encontro (para maiores de 16 anos) acontece no dia 5 de abril, sábado, às 14h, no Teatro Anchieta.
Essas ações buscam não apenas aprofundar o debate sobre Machado de Assis e suas ressonâncias no presente, mas também proporcionar um espaço de troca, experimentação e expansão da linguagem teatral.
O Coletivo
Com 17 anos de existência, o Coletivo Negro se estabeleceu como uma referência no teatro brasileiro ao pesquisar a identidade afrodescendente e as suas múltiplas representações na cena contemporânea. Formado por artistas vindos da Escola Livre de Teatro de Santo André e da Escola de Arte Dramática da USP, o grupo nasceu do desejo de promover novas narrativas e perspectivas negras no campo das artes cênicas, aliando pesquisa, experimentação e engajamento social.
A estreia oficial aconteceu em 2011 com Movimento Número 1: O Silêncio de Depois…, montagem que marcou o início de um percurso premiado e repleto de reconhecimentos, incluindo indicações ao Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro nas seguintes categorias: Grupo Revelação e Melhor Elenco. Nos anos seguintes, o grupo consolidou seu trabalho com a criação de espetáculos como {ENTRE}, Revolver (premiado em Luanda, Angola – 2017), Farinha com Açúcar ou Sobre a Sustança de Meninos e Homens (em cartaz há nove anos, com dramaturgia publicada em livro pela editora Javali – concorrendo como semifinalista do Prêmio Oceanos de Literatura), Ida, Catula e F.A.L.A (Fragmentos Autônomos sobre Liberdades Afetivas – 2018). Além das temporadas em São Paulo, o coletivo levou suas produções a diferentes estados brasileiros e ao exterior, expandindo seu impacto e diálogo com diversos públicos.
Com um repertório que atravessa questões sociais, históricas e políticas, o Coletivo Negro reafirma sua importância na construção de um teatro comprometido com a memória e a resistência da população negra. Ao longo dos anos, suas criações não apenas ampliaram o debate sobre a representação negra no palco, mas também desafiaram estruturas convencionais e abriram caminhos para novas formas de contar e vivenciar histórias.
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JÉ OLIVEIRA
Ator, diretor, dramaturgo, cientista Social e mestrando na Escola de Comunicações e Artes-ECA. Todas as formações na Universidade de São Paulo – USP. Concebeu, atua e dirigi o espetáculo Gota D’Água {PRETA}, obra que lhe rendeu o Prêmio APCA de Melhor Direção em 2019, se tornando o primeiro homem negro a ser contemplado nesta categoria. Possui 8 peças escritas encenadas, com destaque para Farinha com Açúcar ou Sobre a Sustança de Meninos e Homens, obra tributária ao legado dos Racionais Mc`s, publicada pela Editora Javali e semifinalista do Prêmio Oceanos de Literatura em 2019. É um dos fundadores do Coletivo Negro, grupo que existe desde 2008 e se debruça acerca das pesquisas de gênero, classe e raça.
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AYSHA NASCIMENTO
É artista da dança e do teatro. Atriz, dançarina, diretora de teatro, curadora e preparadora corporal. Formada pela Escola Livre de Teatro de Santo André (2007) e licenciada e bacharelada em Dança pela Universidade Anhembi Morumbi (2018). Mestre em Artes da Cena e Mediação Cultural pela Escola Superior de Artes Célia Helena em parceria com a Escola Itaú Cultural (2024).
Integrante fundadora da companhia de Teatro de Rua da Cidade de São Paulo, a Cia. Dos Inventivos (2004). Integrante fundadora do grupo de Teatro Negro, o Coletivo Negro (2008). Integra como intérprete criadora a companhia de Dança Negra Contemporânea, o Núcleo AJEUM, desde 2019.
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FLÁVIO RODRIGUES
Formado pela Escola Livre de Teatro em Santo André – ELT (2007). Artista fundador do grupo de teatro de rua Cia d’Os Inventivos (2004), do grupo de teatro Coletivo Negro (2008) e do projeto Diásporas (2018). Desenvolve trabalho como ator e/ou diretor de diversas produções, a saber : “F.A.L.A – Fragmentos Autônomos sobre Liberdades Afetivas” (2018, Coletivo Negro, atuação e direção); ” Viva as Grandes Figuras”, (2018, Diásporas, concepção, atuação e direção); “Um canto para Carolina” (2016, Cia dOs Inventivos, direção); “IDA” (2016, Coletivo Negro, direção); “REVOLVER” (2015, Coletivo Negro, atuação), sob direção de Aysha Nascimento e dramaturgia Rudinei Borges; ” Bicho, bichinho e bichão” (2015, Fabulosa Cia, atuação), sob direção de Simone Grande; ” Luz Negra” (2015, Pessoal do Faroeste, atuação), sob direção e dramaturgia de Paulo Faria; “Azar do Valdemar” (2014, Cia dOs Inventivos, atuação) sob direção de Edgar Castro; “{ENTRE}” (2014, Coletivo Negro, atuação), sob direção de Raphael Garcia e dramaturgia de Jé Oliveira; “Relampião” (2013, Cia Paulicéia e Cia do Miolo, atuação), sob direção de Alexandre Kavanji; “Bandido é quem anda em Bando” (2011, Cia dOs Inventivos, atuação), sob direção de Edgar Castro; “Quem tem medo de Curupira” (2009, Barata Albina, atuação) sob direção de Zeca Baleiro e Débora Dubois; “Nekropolis” (2008, F10 – ELT, atuação) sob direção de Gustavo Kurlat; “Na terra da cobra Grande”, (2007, Projeto CAT, atuação) sob direção de Luiz Marmora; “Avaros” (2007, F8 – ELT, atuação) sob direção de Georgette Fadel e dramaturgia de Newton Moreno; “Relato de um tempo de Homens Partidos” (2006, F8 – ELT, atuação), sob direção de Renata Zanetta e dramaturgia de Alexandre Matte; “Toda Sacola tem sua História” (2005, Circo de Trapo, atuação) sob direção de Verônica Nóbili e Cristiano Gouvea.
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RAPHAEL GARCIA
Um dos fundadores do Coletivo Negro de Teatro, atuou nas peças “Movimento número 1: O silêncio de depois…”, “Revolver” e “F.a.l.a.”, além de dirigir o espetáculo “Entre”. Ator formado pela Escola de Arte Dramática da USP, onde trabalhou em espetáculos dirigidos por Georgette Fadel, Iacov Hillel e Mário Piacentinni. Por alguns anos desenvolveu parcerias com o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, Cia. Pessoal do Faroeste, Cia. os Crespos e Grupo Trança de Teatro, onde dirigiu o espetáculo “Corpo Notícia – relatos sobre o amor e a violência”. Integrou o elenco do espetáculo “Navalha na carne negra” dirigido por José Fernando Peixoto de Azevedo, pelo qual ganhou o prêmio Aplauso Brasil de melhor ator coadjuvante, além de integrar o elenco do espetáculo “Um Inimigo do Povo”, do mesmo diretor. Pesquisador do Teatro, participou de festivais teatrais em Angola e Costa do Marfim. Como artista orientador participou dos Programas Vocacional e Qualificação em Artes. Em 2020 foi artista docente convidado na SP Escola de Teatro.
Ficha Técnica
Idealização, Concepção, Dramaturgia e Direção Geral: Jé Oliveira
Assistência de Direção: Rodrigo Mercadante
Atuação: Aysha Nascimento / Flávio Rodrigues / Raphael Garcia
Direção de Movimento e Coreografia: Aysha Nascimento
Direção Musical: Guilherme Kastrup e Jé Oliveira
Banda
Baixo Acústico e Elétrico, Sopros e Voz: Lua Bernardo
Bandolim, Violão, Guitarra, Cavaco e Voz: Maurício Pazz
Percussão, Bateria, Samplers e Voz: Thiago Sonho
Composições Originais: Jé Oliveira e Jonathan Silva
Melodias: Jonathan Silva
Arranjos: Guilherme Kastrup, Jé Oliveira, Lua Bernardo, Maurício Pazz e Thiago Sonho
Preparação de canto: William Guedes
Videografia: Bianca Turner
Light Designer: Matheus Brant
Assistência e Operação de Luz: Aline Sayuri
Figurinos: Eder Lopes
Costureira: Nininha Lopes
Cenografia: Flávio Rodrigues
Cenotécnico: Wanderley Wagner
Serralheiro: Mauricio Batista
Engenharia de Som: Tomé de Souza
Contrarregras: China, Billy e Flávio Serafin
Fotos: Marcelle Cerutti
Identidade Visual: Murilo Thaveira
Participação em Vídeo: Lilian Regina e Sidney Santiago Kuanza
Estudos teóricos e oficinas: Aysha Nascimento, Flávio Rodrigues, Jé Oliveira e Raphael Garcia
Produção Executiva: Catarina Milani
Assistência de Produção: Éder Lopes
Produção Geral: Gira Pro Sol Produções – Jé Oliveira
SERVIÇO
Pai contra Mãe ou Você está me Ouvindo?
Temporada: 22 de março a 27 de abril de 2025
Dias/Horário: Sextas e Sábados, às 20h – *não haverá sessão em 18/4 | Domingos, às 18h
Quintas, 27 de março, 17 (sessão acessível em Libras) e 24 de abril, às 20h
Quintas, 03 e 10 de abril, às 15h
Sesc Consolação – Teatro Anchieta (280 lugares)
Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque. São Paulo – SP
Telefone: (11) 3234-3000
Na rede: /sescconsolacao – Site: sescsp.org.br/consolacao
Horário de funcionamento:
Terça a sexta: das 10h às 21h30. Sábados: das 10h às 20h.
Domingos e Feriados: das 10h às 18h.
Ingressos: R$70,00 (inteira), R$35,00 (meia-entrada), R$21,00 (credencial plena).
Venda on-line: em sescsp.org.br e no app Credencial Sesc SP, a partir de 11/3 (terça), às 17h
Venda presencial: na bilheteria de qualquer unidade do Sesc SP, a partir de 12/3 (quarta), às 17h
Duração: 90 min
Classificação indicativa: nãorecomendado para menores de 16 anos
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida
Expansão | Machado de Assis nos dias de hoje: Reverberações e Presenças
Curso com Aysha Nascimento, Flávio Rodrigues, Jé Oliveira e Raphael Garcia
De 25 a 28 de março de 2025, das 13h às 17h
Inscrições: de 11 (14h) a 14/3 – Via app Credencial SescSP e site Central de Relacionamento
Valores: R$50,00 (inteira), R$25,00 (meia-entrada), R$15,00 (credencial plena)
Local: CPT – Centro de Pesquisa Teatral
A partir de 18 anos.
Expansão | Machado de Assis nos dias de hoje: Reverberações e Presenças
Debate com Rosane Borges, Adriana Ferreira e Walter Garcia
Dia 5 de abril de 2025, das 14h às 16h
Ingressos: Gratuito
Venda on-line: em sescsp.org.br e no app Credencial Sesc SP, a partir de 4/4 (sexta), às 12h
Venda presencial: na bilheteria de qualquer unidade do Sesc SP, a partir de 4/4 (sexta), às 14h
Sesc Consolação – Teatro Anchieta (280 lugares)
A partir de 16 anos.