Neste fim de semana (27 e 28), Inhotim promove “Seminário Internacional Transmutar”, com programação gratuita
Em sua segunda edição, evento reúne vozes do Brasil, Guatemala e Colômbia em conferências, diálogos e performances nos dias 27 e 28 de setembro

Brumadinho, MG – Nos dias 27 e 28 de setembro de 2025, o Instituto Inhotim realiza mais uma edição do Seminário Internacional Transmutar, que este ano tem como tema Invenções da terra. A proposta é criar um espaço de reflexão crítica e de criação coletiva sobre a relação com a terra e os territórios que habitamos, em diálogo com os desafios ecológicos e urgências ambientais do presente. A programação é formada por debates, situações artísticas e momentos de trocas de experiências em torno de temas como biodiversidade, clima, território e cultura, nas intersecções entre natureza, arte e educação.
“Transmutar” é um programa institucional de pesquisa e programação que nasceu em 2023. Desde o ano passado, integra a esse programa a realização de um seminário internacional, que traz uma seleção de diálogos entre pessoas intelectuais de diversos campos de conhecimento com o foco em discutir a vida na terra frente aos desafios contemporâneos.
“O objetivo geral do Seminário Internacional Transmutar é tecer uma rede de produção de conhecimentos em torno de temas relevantes para a vida no planeta hoje. Na edição de 2025, o Inhotim se propõe a integrar conhecimentos a partir das noções de terra e território. Um convite a fabular outros modos de vida que podem fazer confluir, por exemplo, ancestralidade e justiça climática. Para isso, se apoia em sua vocação de colocar em diálogo a arte e a natureza e, como resultado, traz uma programação transdisciplinar, com nomes importantes como Sandra Benites e Edgar Calel” reflete Sabrina Carmo, gerente de natureza, que compõe o grupo de curadores do seminário.
A participação no seminário é gratuita para visitantes do parque, sem necessidade de inscrição prévia, e acontece em espaços descentralizados do Inhotim, como a Galeria Claudia Andujar | Maxita Yano e áreas ao ar livre do museu.
Programação
No sábado, 27 de setembro, a programação tem início com a conferência Frutos de uma velha árvore, conduzida pelo artista Edgar Calel e seus irmãos Julio, Elsa e Pedro Lisandro, do povo indígena Maya Kaqchikel, na Guatemala. O grupo compartilha práticas que unem sonhos, cultivo e rituais em experiências de arte contemporânea e espiritualidade. À tarde, o destaque é a performance da artista guatemalteca Regina José Galindo, reconhecida internacionalmente por seu trabalho em torno do corpo como ferramenta de crítica política e social.
Já no domingo, 28 de setembro, a conferência é conduzida por Sandra Benites, Diretora de Artes Visuais da Fundação Nacional de Artes (FUNARTE), pesquisadora e curadora que se dedica a refletir sobre a presença e as vozes indígenas no campo da arte contemporânea. Na sequência, os Diálogos reúnem Eyder Calambás Tróchez (Isua Pørøpik) e Phuyu Uma (Jenniffer Ávila Jordan), ambos da Colômbia e integrantes do Consejo Ancestral Willka Yaku, em conversa com a brasileira Melissa Alves, do coletivo Sertão Negro. Encerrando o seminário, a cantora e pesquisadora Inaicyra Falcão apresenta um show em que reafirma sua trajetória de difusão da cultura africana e afro-brasileira.
Sobre os participantes
Edgar Calel e família (Guatemala)
Edgar Calel, junto com seus irmãos Julio, Elsa e Pedro Lisandro, compõe uma grande família do povo indígena Maya Kaqchikel, de Chi Xot – San Juan Comalapa. Seus trabalhos se baseiam em sonhos, no cultivo de alimentos, na conexão com a Natureza e no cosmos, integrando práticas cerimoniais e arte contemporânea. Juntos, criam experiências que unem coletividade, espiritualidade e resistência cultural.
Regina José Galindo (Guatemala)
Artista visual e poeta, Galindo utiliza o corpo como principal meio de expressão em performances de forte impacto político e social. Recebeu o Leão de Ouro de Melhor Jovem Artista na 51ª Bienal de Veneza (2005), o Prêmio Príncipe Claus (2011) e o Prêmio Robert Rauschenberg (2021). Participou de diversas bienais internacionais, como Veneza, Kassel (Documenta 14) e Sydney, consolidando-se como uma das mais importantes artistas da performance na atualidade.
Sandra Benites (Brasil)
Pesquisadora e curadora indígena, Sandra Benites é Doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional (RJ) e atua na promoção da diversidade e inclusão no cenário artístico. É titular da Cátedra Olavo Setúbal de Artes, Cultura e Ciências da USP e atual Diretora de Artes Visuais da Funarte. Seu trabalho explora as interseções entre arte contemporânea, questões socioambientais e a valorização das vozes indígenas.
Eyder Calambás Tróchez (Isua Pørøpik) (Colômbia)
Filósofo, escritor e artista do povo originário Misak, é magíster em Artes Integradas com o Ambiente pela UniCauca e docente da Ala Kusreik Ya Misak Universidad. Seu trabalho investiga práticas decoloniais, artes e territorialidades, atuando junto ao Consejo Ancestral Willka Yaku. Foi premiado pelo Idartes (2019) e pela convocatória Estímulos (2022), e tem publicado livros sobre ecologia, estética da libertação e epistemologias indígenas.
Phuyu Uma (Jenniffer Ávila Jordan) (Colômbia)
Docente, ativista ambiental e artista intercultural, Phuyu Uma significa “nuvem da montanha” em runasimi. Integra o Consejo Ancestral Willka Yaku, onde atua em processos de fortalecimento indígena e ecologia política. Foi diretora curatorial do 18º Salão Regional de Artistas da Colômbia e é reconhecida por trabalhos que integram decolonialidade, ancestralidade e arte indígena.
Melissa Alves (Brasil)
Arquiteta e urbanista, Melissa Alves é pesquisadora e curadora ligada ao coletivo Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes. Foi contemplada pelo Prêmio CAU + Diversidade (2022) e atuou como curadora-mentora no MAM-Rio. Suas pesquisas abordam territorialidades, ancestralidades urbanas e arte-educação, com foco na legitimação da memória urbana e das corporeidades afro-brasileiras.
Inaicyra Falcão (Brasil)
Cantora lírica, educadora e pesquisadora, é filha de Mestre Didi e herdeira da tradição afro-brasileira. Seu trabalho reafirma a ancestralidade em diálogo com a contemporaneidade, como no livro Corpo e ancestralidade: uma proposta pluricultural de dança-arte-educação. Lançou álbuns como Okan Awa e Sementes Ancestrais e participou da 35ª Bienal de São Paulo. Em 2022, recebeu o Prêmio Milu Villela do Itaú Cultural.
O Transmutar tem a Vale como Mantenedora Master, Parceria Estratégica da Cemig por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e Patrocínio Bronze do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe – CAF.
SERVIÇO
Seminário Internacional Transmutar: invenções da terra
Datas: 27 e 28 de setembro de 2025
Local: Instituto Inhotim – Galeria Claudia Andujar | Maxita Yano
Classificação indicativa: Livre
Participação gratuita mediante acesso ao museu, sem necessidade de inscrição prévia.
INHOTIM – INFORMAÇÕES GERAIS
HORÁRIOS DE VISITAÇÃO
De quarta a sexta-feira, das 9h30 às 16h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30.
Nos meses de janeiro e julho, o Inhotim funciona também às terças.
ENTRADA
Inteira: R$ 60,00 | Meia-entrada*: R$ 30,00.
*Veja as regras de meia-entrada no site: www.inhotim.org.br/visite/ingressos/
ENTRADA GRATUITA
Inhotim Gratuito: acesse o guia especial sobre a gratuidade no Inhotim.
Moradores e moradoras de Brumadinho cadastrados no programa Nosso Inhotim; Amigos do Inhotim; crianças de 0 a 5 anos; patronos, patrocinadores e instituições parceiras do Inhotim não pagam entrada;
Quarta Gratuita Inhotim: todas as quartas-feiras são gratuitas;
Domingo Gratuito: o último domingo do mês é gratuito;
LOCALIZAÇÃO
O Inhotim está localizado no município de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (aproximadamente 1h15 de viagem). Acesso pelo km 500 da BR-381 – sentido BH/SP. Também é possível chegar ao Inhotim pela BR-040 (aproximadamente 1h30 de viagem). Acesso pela BR-040 – sentido BH/Rio, na entrada para o Retiro do Chalé.
O Inhotim tem a Vale como Mantenedora Master; o Nubank e a Cemig como Parceiros Estratégicos; Shell e Itaú como Patrocinadores Master e conta com o Patrocínio Ouro da Vivo, Santander, CBMM, Grupo Ultra e Petronas. Os patrocínios são viabilizados por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.