O universo da ópera deu origem a algumas das páginas mais intensas e coloridas do repertório sinfônico russo. A regente brasileira Mariana Menezes é a convidada da Filarmônica de Minas Gerais e transporta o público ao exotismo e mistério que tanto definem a música daquele país, no dia 5 de outubro, às 18h, na Sala Minas Gerais, dentro da série “Fora de Série”, que, neste ano destaca o papel da orquestra na ópera. No programa, compositores como Glinka, Rimsky-Korsakov, Prokofiev e Borodin. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala, a partir de R$ 39,60 (inteira).
Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais, com patrocínio da Porto Seguro e da Prodemge, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo de Minas Gerais, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Maestra Mariana Menezes, regente convidada
A mineira Mariana Menezes, natural de Uberaba, é uma jovem regente em ascensão no cenário musical brasileiro. Nos últimos anos, conduziu algumas das principais orquestras do país, como a Osesp, as sinfônicas do Theatro Municipal de São Paulo e do Teatro Nacional Claudio Santoro, a Sinfônica de Porto Alegre, entre outras. Desde 2021, é Regente Associada da Orquestra Filarmônica de Goiás. Bacharel em Regência pela Universidade de Brasília (UnB) e Mestre em Regência Orquestral pela Universidade de Manitoba, no Canadá, Menezes estudou sob a orientação de maestros renomados, como Riccardo Muti, Marin Alsop e Giancarlo Guerrero. Em 2019, participou da 11ª edição do Laboratório de Regência da nossa Filarmônica, orientada por Fabio Mechetti. Elogiada por sua maturidade e por sua excepcional memória musical, Menezes retorna à Sala Minas Gerais em 2024, agora como regente convidada, para um programa dedicado exclusivamente à ópera russa.
Repertório
Mitos e personagens do folclore russo serviram de inspiração para algumas das óperas mais extraordinárias da história. Valentes príncipes e monarcas, feiticeiras e magos poderosos, amores trágicos, heroísmo, grandes batalhas, demônios, espíritos e animais lendários. Tudo isso pode ser encontrado nas narrativas que formam a rica tradição cultural eslava, fonte da qual beberam gerações de compositores nascidos nessa pátria de proporções continentais.
Devido à distância das terras mediterrâneas, o drama cantado levou alguns anos para atravessar as planícies do Leste Europeu e chegar até Moscou e São Petersburgo. As primeiras montagens realizadas no recém-proclamado Império Russo datam de meados do século XVIII. Nesse período, ainda muito embrionário para a cultura operística local, havia pouca valorização dos compositores nativos e o que dominava os teatros da corte de Catarina, a Grande era o melodrama de matriz italiana.
Essa situação persiste até a década de 1830, mais especificamente até 27 de novembro de 1836, quando estreia, com imenso sucesso, A Vida pelo Czar, de Mikhail Glinka. Considerada a pedra fundamental do drama lírico russo, a ópera de Glinka não foi a primeira a ser composta por um russo nem a primeira com textos em língua eslava, mas foi a primeira a propor uma linguagem musical e teatral tipicamente russa. Sua originalidade assegurou ao compositor o posto de “patrono” da ópera em seu país e, não por acaso, começamos o programa desta noite com uma obra sua.
Escrita na sequência de A Vida pelo Czar e estreada em 1842, Ruslan e Ludmila é baseada em um poema de Alexsandr Púchkin – outro grande artista, imensamente admirado por seus compatriotas – e narra a saga do destemido Ruslan em busca da princesa desaparecida Ludmila. Com suas criaturas mágicas e intensas cenas de combate, a ópera de Glinka combina melodias de sabor folclórico e o sentimento de heroísmo para criar um idioma musical que se mostraria muito influente nas gerações futuras de compositores russos, como podemos observar em sua empolgante Abertura.
Um dos principais seguidores de Glinka foi Nikolai Rimsky-Korsakov. Diligente e disciplinado, Rimsky-Korsakov sempre se dedicou à música popular de seu país, atuando no registro de canções tradicionais e preservando, em seu próprio estilo, a verve nacionalista de seus antecessores. Seu interesse pelo drama lírico, discreto no início da carreira, ganha um ímpeto definitivo em 1888, quando assiste a todas as récitas da temporada de O Anel de Nibelungo nos palcos do Teatro Mariinsky. Profundamente impactado pelo épico de Wagner, o compositor decide resgatar o projeto antigo de uma ópera-balé que foi encomendada vinte anos antes a ele e a seus amigos César Cui, Modest Mussorgsky e Alexander Borodin.
Inspirada em lendas pagãs, Mlada conta a história do amor amaldiçoado entre a personagem-título e o Príncipe Iaromir, que é seduzido pela Princesa Voislava com a ajuda de Morena, deusa do submundo. A Suíte dessa versão retrabalhada da ópera, finalizada em 1890, deixa transparecer o apreço de Rimsky-Korsakov pelos recém-descobertos leitmotivs wagnerianos e pelas culturas de outros países, como mostram as danças de origem boêmia, lituana e indiana que formam a parte central da peça.
Também de Rimsky-Korsakov, trazemos a divertida Suíte de O galo de ouro, sua última ópera. Composta em 1907, a partir de um poema narrativo satírico de Púchkin, é uma obra cuja ironia revela o descontentamento do artista em relação aos rumos que a nação parecia tomar desde a derrota na Guerra Russo-Japonesa e o crescente anacronismo do regime absolutista. As fortes conotações políticas na trama de um rei tolo que toma decisões equivocadas baseadas no canto de um galo dourado fizeram com que a ópera fosse censurada, e Rimsky-Korsakov faleceu antes de vê-la estrear.
De certo modo, O galo de ouro também pode ser vista como um prenúncio do tom político e sarcástico que marcaria muitas óperas russas da geração seguinte, cujos compositores se viram obrigados, em diversos momentos, a bater de frente com o governo soviético, ou a ceder a suas imposições. Dessa conflituosa, mas também profícua, primeira metade do século XX na música dramática russa, trazemos O amor das três laranjas, de Sergei Prokofiev. Irônica e bem-humorada, a ópera retrata as desventuras de um melancólico príncipe amaldiçoado pela feiticeira Fata Morgana a buscar por três laranjas encantadas para, em uma delas, encontrar o amor na forma de uma jovem donzela prometida. Foi escrita em 1921, nos Estados Unidos, em um período no qual Prokofiev buscava distância dos intensos desdobramentos do período revolucionário que chacoalhava a sua terra natal.
Por fim, encerramos o programa com uma peça de energia rítmica vibrante, que evoca a bravura dos campos de batalha com um caráter inegavelmente russo. Escritas por Borodin, as Danças Polovtsianas são o trecho mais conhecido de sua ópera inacabada Príncipe Igor, um relato dramatizado do confronto real ocorrido no século XII entre o príncipe do título e os invasores polovtsianos. Uma obra que, assim como as demais, remete ao passado e ao imaginário de um povo formado por muitos povos. A imaginação vívida e o encanto pelo místico que envolvem as histórias desses povos dão a tônica não apenas temática, mas também sentimental da arte operística na Rússia, ajudando a definir uma linguagem musical de coloridos próprios e imensamente criativa nas possibilidades orquestrais.
Programa
Filarmônica de Minas Gerais
Fora de Série – Ópera Russa
5 de outubro – 18h
Sala Minas Gerais
Mariana Menezes, regente convidada
GLINKA Ruslan e Ludmila: Abertura
RIMSKY-KORSAKOV Mlada: Suíte
PROKOFIEV O amor das três laranjas: Suíte, op. 33bis
RIMSKY-KORSAKOV O galo de ouro: Suíte
BORODIN Príncipe Igor: Danças Polovtsianas
INGRESSOS:
R$ 39,60 (Mezanino), R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 72 (Balcão Palco), R$ 92 (Balcão Lateral), R$ 124 (Plateia Central), R$ 160 (Balcão Principal) e R$ 180 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Bilheteria da Sala Minas Gerais
Horário de funcionamento
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
São aceitos:
- Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
- Pix
INGRESSOS:
R$ 39,60 (Mezanino), R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 72 (Balcão Palco), R$ 92 (Balcão Lateral), R$ 124 (Plateia Central), R$ 160 (Balcão Principal) e R$ 180 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Bilheteria da Sala Minas Gerais
Horário de funcionamento
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
São aceitos:
- Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
- Pix
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.
Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.
O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. A Orquestra já havia recebido o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.
Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.
A Orquestra possui 18 álbuns gravados e disponíveis nas plataformas de streaming, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.
Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 100 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.
A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.
A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.
A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.
Os números da Filarmônica (2008 a julho/2024)
1.607.631 espectadores
1.279 concertos realizados
1.431 obras interpretadas
127 concertos em turnês estaduais
42 concertos em turnês nacionais
9 concertos em turnê internacional
101 concertos transmitidos ao vivo
606 notas de programa publicadas no site
1 coleção com 3 livros e 1 DVD sobre o universo orquestral
4 exposições itinerantes e multimeios sobre música clássica
18 álbuns lançados e disponíveis nas plataformas de streaming
1 Indicação ao Grammy Latino 2020 (CD Almeida Prado – Obras para piano e orquestra – Categoria de Melhor Álbum Clássico)