Filarmônica de Minas Gerais apresenta a “Orquestra na Dança” com participação da mezzo-soprano Luisa Francesconi, neste sábado, dia 2 de agosto, às 18h, na Sala Minas Gerais. Ingressos à venda.

O folclore de diferentes povos e regiões sempre foi fonte de inspiração para vários compositores. Da música “cigana” da Europa Central de Béla Bartók e Brahms à latinidade explorada na obra do brasileiro André Mehmari, a Filarmônica de Minas Gerais faz uma viagem pelo mundo através da dança na série “Fora de Série”, no dia 2 de agosto, às 18h, na Sala Minas Gerais. A mezzo-soprano Luisa Francesconi junta-se à Orquestra para encantar o público com o empolgante e divertido balé de Manuel de Falla, O chapéu de três pontas. A regência é do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica. Em 2025, a série, realizada aos sábados, destaca “A Orquestra na Dança”. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala, a partir de R$ 39,60 (inteira) e R$ 19,80 (meia). O concerto terá transmissão ao vivo pelo canal da Filarmônica no YouTube e pela Rádio MEC FM (87,1 BH e Brasília/99,3 RJ).
Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e pelo Governo de Minas Gerais por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mantenedor: Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. Patrocínio: Pottencial Seguradora. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Governo de Minas Gerais, Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais
Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro.
Ao ser convidado, em 2014, para o cargo de Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, Fabio Mechetti tornou-se o primeiro maestro brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane, da qual é Regente Laureado.
Foi regente associado de Mstislav Rostropovich, na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.
Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles, os de Grant Park, em Chicago, e Chautauqua, em Nova York.
Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige, regularmente, várias orquestras na Escandinávia, na Itália, na Espanha, na Escócia, e várias orquestras latino-americanas, destacando-se a Filarmônica do Teatro Colón, e as Filarmônicas e Nacional da Colômbia.
No Brasil, foi convidado a dirigir a Estadual de São Paulo, a Sinfônica Brasileira, as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, a Petrobrás Sinfônica, entre outras. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Antonio Meneses, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie e Kathleen Battle, entre outros. Fabio Mechetti é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School de Nova York.
Luisa Francesconi, mezzo-soprano
A mezzo-soprano Luisa Francesconi possui vasta experiência em palcos latino-americanos e europeus, tendo se apresentado no Teatro Regio de Turim, Teatro Massimo em Palermo, Teatro Nacional Esloveno de Maribor, Teatro Coliseo de Buenos Aires, entre outros. Cantou também nas principais salas de concerto do Brasil e colaborou com regentes como Evelino Pidò, Giampaolo Bisanti, Jean-Claude Malgoire e Marin Alsop. Interpretou mais de cinquenta personagens de ópera, incluindo as protagonistas em Carmen (Bizet) e La Cenerentola (Rossini), Cherubino em As Bodas de Fígaro (Mozart) e Rosina em O Barbeiro de Sevilha (Rossini). Luisa começou seus estudos em canto lírico em Brasília e aperfeiçoou-se com Rita Patané em Milão. Sua estreia com a Filarmônica aconteceu em 2016, quando realizamos a primeira ópera em concerto na Sala Minas Gerais: Così fan tutte (Mozart). Desde então, foram várias colaborações, com destaque para o ciclo O Fauno e a Pastora (Stravinsky) em 2021.
Repertório
Bela Bartók (Sânnicolau Mare, Hungria, hoje Romênia, 1881 – Nova York, Estados Unidos, 1945) e a obra “Danças folclóricas romenas, BB 76” (1915)
Johannes Brahms (Hamburgo, Alemanha, 1833 – Viena, Áustria, 1897) e a obra “Danças Húngaras nº 5 e nº 6” (1868). Orquestração de Martin Schmeling.
André Mehmari (Niterói, Brasil, 1977) e a obra “Suíte de danças reais e imaginárias” (2005).
Manuel de Falla (Cádiz, Espanha, 1876 – Alta Gracia, Argentina, 1946) e a obra “O chapéu de três pontas” (1916/1917)
Ao longo da história, o folclore popular se mostrou uma fonte infinita de matéria-prima para compositores dedicados à música orquestral.
O processo de intercâmbio entre a tradição popular e o universo da música enquanto arte – no sentido da música como uma forma de expressão artística, elaborada e escrita com o intuito de ser performada – produziu, e ainda produz, um efeito curioso: ao mesmo tempo que se promove uma aproximação entre esses dois mundos, também se reforça a singularidade de cada um deles. No concerto Fora de Série, vamos observar como quatro compositores de nacionalidades distintas realizaram esse movimento de aproximação, cada um à sua maneira, em obras que buscam retratar danças típicas de certas culturas na linguagem orquestral.
Em um primeiro momento, nossa atenção se volta para a música “cigana” da Europa Central. No final do século XIX e início do século XX, muitos compositores e estudiosos começaram a demonstrar interesse pela possibilidade de registrar e catalogar expressões musicais de origem popular. O intuito, em linhas gerais, era criar um grande arquivo das canções passadas de geração em geração dentro de uma comunidade, como forma de preservá-las e livrá-las dos contornos “imprecisos” da oralidade. E para alguns compositores, como Béla Bartók, esses registros eram também fontes de inspiração preciosas, de onde poderiam obter ideias para novas criações.
Nascido em um pequeno vilarejo na Hungria, Bartók realizou, ao longo de décadas, pesquisas de campo e coletas de material envolvendo comunidades de origem húngara, romena e eslava, contribuindo enormemente para a consolidação de um acervo musical folclórico de seu país. Esse trabalho se intensificou, de fato, a partir dos anos 1930, mas o fascínio pelas tradições populares é algo que o acompanha desde o início da carreira, como podemos notar em suas Danças Folclóricas Romenas. Composta inicialmente para piano em 1915 e orquestrada pelo próprio autor dois anos mais tarde, esta obra consiste em seis movimentos muito breves, geralmente executados sem intervalo entre eles. Cada um desses movimentos é baseado em uma melodia que Bartók ouviu e registrou em suas viagens pela região da Transilvânia, criando um mosaico condensado da cultura musical local.
Chamada na época, muitas vezes de forma pejorativa, de “estilo cigano”, essa mesma tradição musical foi a fonte de inspiração para as Danças Húngaras de Johannes Brahms. Escritas décadas antes das peças de Bartók, as Danças Húngaras atestam o encanto de Brahms pela música dos povos Romani que habitavam as longas planícies ao norte dos Balcãs. Não só dele, aliás, mas do público europeu de modo geral, uma vez que essa coletânea tornou-se rapidamente uma das partituras mais populares e rentáveis de Brahms enquanto viveu.
Compostas originalmente para piano, as Danças Húngaras são, em sua grande maioria, baseadas em melodias pré-existentes que Brahms ouviu em suas andanças pela Europa. Eventualmente, todas as 21 peças que formam a coletânea seriam transpostas para orquestra por diferentes arranjadores (incluindo o próprio Brahms), consolidando-se no repertório sinfônico. Escolhidas para representar o conjunto na noite de hoje, as vívidas Danças Húngaras nº 5 e nº 6 são inspiradas, respectivamente, por csárdás (um estilo de dança regional típico) dos compositores Béla Kéler e Adolf Nittinger.
Na sequência do programa, como uma espécie de interlúdio, deixamos a Europa Central um pouco de lado para explorarmos outras possibilidades com a Suíte de danças reais e imaginárias, do compositor niteroiense André Mehmari. Dividida em nove movimentos, a Suíte parte de um tema de Henry Purcell, importante compositor inglês do período Barroco, para uma jornada inusitada por entre ritmos e referências variadas. “Sillywalking”, por exemplo, toma como inspiração um quadro do programa de TV britânico Monty Python’s Flying Circus, da década de 1970, enquanto “Maracastrava” une as síncopes do maracatu pernambuco com o estilo de Igor Stravinsky. Mehmari explora também formas dançantes clássicas, como a pavana, a giga e a valsa. Completam a Suíte as três danças imaginárias – “Espera”, “Trégua” e “Catala” – todas inspiradas no universo fantástico dos cronópios e dos famas criado pelo grande escritor argentino Julio Cortázar.
A forte relação entre música e dança presente no folclore popular, como se pode imaginar, não tardou a pautar também coreógrafos, libretistas e compositores dedicados à produção de balés e óperas. Com a emergência dos movimentos nacionalistas na música europeia do século XIX, tornou-se mais comum a produção de espetáculos que buscavam aliar a tradição sinfônica ocidental aos elementos folclóricos típicos de cada região, resultando em trabalhos populares que, com inegável mérito estético, acrescentaram novas perspectivas ao vocabulário da música de concerto. O Lago dos Cisnes de Tchaikovsky e A Noiva Vendida de Smetana são apenas alguns dos exemplos mais emblemáticos.
Essa tendência nacionalista se manteve nas primeiras décadas do século XX, e a principal obra do programa de hoje mostra como ela se manifestou em terras espanholas pelas mãos talentosas de um de seus maiores representantes: Manuel de Falla. Andaluz por parte de pai e catalão por parte de mãe, Falla nasceu com o sangue dos povos ibéricos pulsando em suas veias, e soube levar, com elegância e cuidado com as formas canônicas, o folclore musical do sul da Espanha para as salas de concerto sem um olhar forasteiro.
Seu balé O Chapéu de Três Pontas (também muito conhecido pelo título original, El sombrero de tres picos), que ouviremos na íntegra, estreou em 22 de julho de 1919, no Teatro Alhambra de Londres, com a lendária companhia Ballets Russes de Sergei Diaghilev. A obra começou a ser escrita em 1916 e uma primeira versão encenada foi apresentada dois anos mais tarde, em Madri. Diaghilev, que estava na cidade a trabalho, encantou-se pela obra e insistiu que Falla criasse uma versão mais robusta para seus Ballets Russes. O compositor espanhol logo se pôs a trabalhar no balé completo, criando novas cenas e ampliando a orquestração original.
Com tom burlesco e música vibrante, O Chapéu de Três Pontas foi um sucesso desde a primeira montagem, que contava com coreografia de Leonide Massine e cenários e figurinos de ninguém menos que Pablo Picasso. Foi Picasso, aliás, um dos primeiros a apoiar Falla na ideia de incluir trechos cantados no balé, algo que, segundo ambos, reforçaria o caráter hispânico das danças típicas presentes na partitura. O canto e os ritmos do flamenco, combinados à jota, ao fandango e à seguidilha, conferem a O Chapéu de Três Pontas seu sabor irresistível, encerrando nosso concerto com uma demonstração calorosa dos férteis horizontes imaginativos abertos no encontro entre a música orquestral e o folclore popular.
Filarmônica de Minas Gerais
Fora de Série – A Orquestra na Dança
2 de agosto – 18h
Sala Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
Luisa Francesconi, mezzo-soprano
BARTÓK Danças folclóricas romenas, BB 76
BRAHMS/Schmeling Danças Húngaras nº 5 e nº 6
A. MEHMARI Suíte de danças reais e imaginárias
FALLA O chapéu de três pontas
INGRESSOS:
R$ 39,60 (Mezanino), R$ 54 (Coro), R$ 54 (Terraço), R$ 78 (Balcão Palco), R$ 98 (Balcão Lateral), R$ 133 (Plateia Central), R$ 172 (Balcão Principal) e R$ 193 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Bilheteria da Sala Minas Gerais
Horário de funcionamento
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
São aceitos:
- Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
- Pix
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.
Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.
O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2024 na categoria CD/DVD/Livros, com o álbum com obras de Lorenzo Fernandez. A Orquestra já havia recebido Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.
Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.
A Orquestra possui 18 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.
Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 100 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.
A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.
A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.
A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.