
No dia 8 de março, às 18h, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais convida o público a uma viagem por alguns dos mais cativantes exemplos de danças norte-americanas. Da linguagem contagiante de um dos mais relevantes musicais escritos para a Broadway à intensidade incontida dos balés coreografados por Martha Graham, esse primeiro concerto já anuncia a experiência única da série “Fora de Série”, que, neste ano destaca a Orquestra na Dança. No repertório, Shall We Dance: Sequência final de danças; de George Gershwin, Appalachian Spring: Suíte, de Aaron Copland; Meditação e dança da vingança de Medeia, op. 23a, de Samuel Barber, e West Side Story: Danças Sinfônicas, de Leonard Bernstein. A regência é do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala, a partir de R$ 39,60 (inteira) e R$ 19,80 (meia).
Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e pelo Governo de Minas Gerais por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mantenedor: Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. Patrocínio: Pottencial Seguradora. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Governo de Minas Gerais, Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais
Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro.
Ao ser convidado, em 2014, para o cargo de Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, Fabio Mechetti tornou-se o primeiro maestro brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane, da qual é Regente Laureado.
Foi regente associado de Mstislav Rostropovich, na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.
Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles, os de Grant Park, em Chicago, e Chautauqua, em Nova York.
Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige, regularmente, várias orquestras na Escandinávia, na Itália, na Espanha, na Escócia, e várias orquestras latino-americanas, destacando-se a Filarmônica do Teatro Colón, e as Filarmônicas e Nacional da Colômbia.
No Brasil, foi convidado a dirigir a Estadual de São Paulo, a Sinfônica Brasileira, as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, a Petrobrás Sinfônica, entre outras. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Antonio Meneses, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie e Kathleen Battle, entre outros. Fabio Mechetti é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School de Nova York.
Repertório
George Gershwin (Brooklyn, Estados Unidos, 1898 – Hollywood, Estados Unidos, 1937) e a obra Shall We Dance: Sequência final de danças (1937)
George Gershwin foi um dos compositores mais brilhantes e bem-sucedidos dos Estados Unidos nas décadas de 1920 e 1930. Filho de imigrantes russos, Gershwin nasceu no Brooklyn e aprendeu a tocar piano com doze anos de idade. Cansado da escola, largou os estudos aos quinze para viver de música no Tin Pan Alley, lendária vizinhança em Manhattan onde trabalhavam os principais compositores e editoras musicais da época. Em 1919, emplacou seu primeiro grande sucesso com “Swanee”, gravada pelo cantor Al Jolson. A canção lhe abriu as portas da Broadway, onde Gershwin compôs para dezenas de espetáculos, acumulando prestígio e fortuna. Quando completou 30 anos, em 1928, Gershwin era considerado também um dos nomes mais promissores da música orquestral, graças ao modo inovador como fundia a linguagem sinfônica tradicional com a empolgante e emergente sonoridade do jazz. Sua Rhapsody in Blue, composta em 1924, tornou-se um clássico e abriu caminhos para a consolidação de uma identidade tipicamente norte-americana na música de concerto. Apesar de seu interesse pelo universo sinfônico, Gershwin não se afastou da música popular nos anos seguintes. Em 1936, ele assinou, com seu irmão e grande parceiro Ira Gershwin, um contrato com os estúdios RKO para compor trilhas sonoras para musicais de Hollywood. O primeiro dos três filmes resultantes desse contrato foi Shall We Dance, estrelado pela icônica dupla Fred Astaire e Ginger Rogers. Apesar de não ter sido o sucesso estrondoso que se esperava, o filme ficou na memória do público graças às canções marcantes dos irmãos Gershwin. A “Sequência final de danças” reúne os números que encerram o filme, iniciando com “Hoctor’s Ballet” (escrito para a bailarina Harriet Hoctor, que também atua em Shall We Dance) e fechando com a faixa-título e uma breve coda.
Aaron Copland (Nova York, Estados Unidos, 1900 – 1990) e a obra Appalachian Spring: Suíte (1943-1944/Rev. 1945)
Na segunda metade dos anos 1930, o sucesso de sua peça orquestral El Salón México, do balé Billy the Kid e de trilhas sonoras para filmes de Hollywood ajudaram a estabelecer a reputação de Aaron Copland como “o mais americano dos compositores”. Escrita entre 1943 e 1944, Appalachian Spring fez com que Copland alcançasse também o reconhecimento internacional. A obra foi encomendada pela Fundação Coolidge e estreada no Coolidge Auditorium da Biblioteca do Congresso, em Washington, no dia 30 de outubro de 1944. Como a concepção do balé partiu de Martha Graham, que coreografou e dançou a estreia, Copland compôs a música de acordo com suas ideias: “Algo que tivesse a ver com o espírito pioneiro americano, com juventude e primavera, com otimismo e esperança”. Sem um título, Copland passou a chamá-lo simplesmente de “Balé para Martha”. Quando faltavam apenas alguns dias para a estreia, Martha Graham sugeriu o título Appalachian Spring, a partir do poema “The Dance”, de Hart Crane. Como o Coolidge Auditorium é uma pequena sala de concertos planejada para música de câmara, o balé foi escrito para treze instrumentos. A estreia teve grande sucesso e, no ano seguinte, Copland fez alguns cortes na música, criando a suíte orquestral, dividida em oito seções, executadas sem intervalos. A primeira apresentação se deu no dia 4 de outubro de 1945 pela Orquestra Filarmônica de Nova York, sob a regência de Artur Rodzinski. A suíte rendeu ao compositor o Prêmio Pulitzer no mesmo ano. Appalachian Spring foi considerada, da noite para o dia, o mais fiel retrato musical dos Estados Unidos. Exceto por uma citação da canção tradicional “Simple Gifts”, de Joseph Brackett, o restante da música é original, embora inspirada no folclore norte-americano. Nas palavras do próprio Copland, ele apenas utilizou “ritmos e melodias que sugeriam certa ambiência americana”.
Samuel Barber (West Chester, Estados Unidos, 1910 – Nova York, Estados Unidos, 1937) e a obra Meditação e dança da vingança de Medeia, op. 23a (1955)
Diferentemente de contemporâneos que buscavam criar uma música tipicamente “americana”, Samuel Barber preocupava-se simplesmente em oferecer uma música acessível ao ouvinte. Raramente recorreu a elementos populares ou folclóricos, encontrando sua fonte de inspiração nas mais diversas tradições literárias. Refratário aos movimentos de vanguarda, sua produção caracteriza-se pela manutenção da linguagem tonal e de formas canônicas do Romantismo tardio, herança dos nove anos de uma rigorosa orientação musical recebida de Rosario Scalero. A partir dos anos 1940, no entanto, sua linguagem torna-se um pouco mais ousada, dissonante e cromática, estabelecendo um lirismo pessoal por meio da combinação de elementos barrocos e medievais com tendências neorromânticas. Em 1946, por encomenda do Ditson Fund, Barber escreveu o balé Medeia para a famosa coreógrafa e bailarina Martha Graham. O mito conta que Medeia casou-se com o argonauta Jasão após ajudá-lo a recuperar o velocino de ouro. Obrigada a abandonar sua terra natal, mata o próprio irmão a fim de escapar de seu pai. Após inúmeros eventos sangrentos, os dois acabam em Corinto, onde o rei Creonte convence Jasão a abandonar Medeia e a casar-se com sua filha. Banida de Corinto e humilhada, Medeia mata o rei, sua filha e seus próprios filhos tidos com Jasão, numa furiosa vingança. Barber e Graham não utilizam em sua obra o mito como narrativa; interessa-lhes mais a capacidade das personagens de incorporarem e suscitarem estados psicológicos, tais como o ciúme e o desejo de vingança. Em 1948, o balé é adaptado para uma suíte em sete movimentos, estreada pela Philadelphia Orchestra regida por Eugene Ormandy. Finalmente, em 1953, a suíte é adaptada para uma obra de movimento único, Meditação e dança da vingança de Medeia, na qual lirismo e violência oscilam em uma intensa tragédia musical.
Leonard Bernstein (Lawrence, Estados Unidos, 1918 – Nova York, Estados Unidos, 1990) e a obra West Side Story: Danças Sinfônicas (1957)
Leonard Bernstein, judeu norte-americano nascido no estado de Massachusetts, mas nova-iorquino de coração, dotado de fina instrução musical e humanista, estudante na Universidade de Harvard, aluno de Fritz Reiner e, mais tarde, assistente de Serge Koussevitsky, pianista excelente, aclamado unanimemente por todo o mundo como regente, fez de sua arte e de sua vida uma atitude política: a de assumir e de abraçar sem reservas a liberdade, como homem, como cidadão, como musicista e como compositor. Sua obra reafirma artisticamente tal propósito de liberdade, sintetizando caminhos possíveis que as tendências musicais do século XX ajudaram a desbravar. Podemos notar duas grandes trilhas percorridas na obra original de Bernstein. De um lado, o trânsito fácil entre os meios de comunicação de massa, o teatro, o cinema e a música popular, sobretudo o jazz, numa linha semelhante àquela inaugurada por George Gershwin. De outro lado, a experimentação, muitas vezes focada não exatamente na proposição de novos modelos, mas na releitura daqueles já estabelecidos. Pertence à primeira grande tendência o musical West Side Story. A composição foi estreada em 1957 e até hoje muitas de suas canções são de franco conhecimento do público em geral. De fato, a obra como um todo representa um marco no teatro musical americano, não só pela associação aberta do jazz ao modelo de espetáculos da Broadway, mas pela adoção de artifícios musicais que são dignos da mais autêntica tradição operística, como o uso intrincado de conjuntos vocais, o artifício wagneriano dos leitmotives, dentre outros recursos. Em West Side Story, a música de dança, mesmo em seu contexto de palco, tem caráter sinfônico. Por isso mesmo, essas danças também ganharam relativa autonomia, constituindo um todo orgânico, contido em si mesmo, ainda que desvinculadas de seu contexto original da ação de palco.
Filarmônica de Minas Gerais
Fora de Série – Orquestra na Dança
8 de março – 18h
Sala Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
GERSHWIN Shall We Dance: Sequência final de danças
COPLAND Appalachian Spring: Suíte
BARBER Meditação e dança da vingança de Medeia, op. 23a
BERNSTEIN West Side Story: Danças Sinfônicas
INGRESSOS:
R$ 39,60 (Mezanino), R$ 54 (Coro), R$ 54 (Terraço), R$ 78 (Balcão Palco), R$ 98 (Balcão Lateral), R$ 133 (Plateia Central), R$ 172 (Balcão Principal) e R$ 193 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Bilheteria da Sala Minas Gerais
Horário de funcionamento
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
São aceitos:
- Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
- Pix
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.
Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.
O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2024 na categoria CD/DVD/Livros, com o álbum com obras de Lorenzo Fernandez. A Orquestra já havia recebido Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.
Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.
A Orquestra possui 18 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.
Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 100 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.
A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.
A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.
A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.