Excelência: Santa Casa BH adquire dispositivos utilizados no tratamento de hemorragias pós-parto
Balão de Bakri e campo coletor, que não são fornecidos pelos SUS, são dispositivos essenciais para a redução da mortalidade materna; equipamentos foram apresentados em evento no dia 31 de janeiro
A Maternidade do Instituto Materno Infantil Santa Casa BH acaba de dar um importante passo para fortalecer a excelência dos seus atendimentos. A partir de agora, a assistência às parturientes incluirá a utilização do Balão de Bakri e do campo coletor, dispositivos fundamentais para o manejo eficaz de hemorragias pós-parto, condição que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) atinge 14 milhões de mulheres por ano, sendo que cerca de 70 mil evoluem para óbito em decorrência dessa complicação. As novas aquisições foram apresentadas no evento “Zero Morte Materna por Hemorragia”, realizado no Salão Nobre da Santa Casa BH, no último dia 31 de janeiro.
O evento contou com a presença do provedor da Santa Casa BH, Roberto Otto Augusto de Lima, dos diretores, superintendentes e demais gestores, além de representantes do corpo clínico da Maternidade. Também estiveram presentes a deputada federal Nely Aquino, o deputado estadual Zé Guilherme e a vereadora Professora Marli, que são os “Guardiões da Maternidade” e destinaram verbas de emendas parlamentares que possibilitaram a aquisição dos Balões de Bakri e dos campos coletores. O secretário-chefe da Casa Civil de Minas Gerais, Marcelo Aro, também foi convidado.
A coordenadora médica da Maternidade, Dra. Rafaela Carvalhaes, explicou que esse avanço, que levará ainda mais segurança para os partos, tanto os vaginais quanto as cesarianas, é resultado de um inconformismo e do compromisso da instituição com a qualidade assistencial. “Os dispositivos não são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde, e o Balão de Bakri, em particular, possui um custo elevado, então, de fato, é um esforço coletivo que estamos realizando. No caso do campo coletor, seremos o único hospital 100% SUS da capital a ter o insumo”, ressalta.
Dra. Rafaela reforçou que o uso dos dispositivos representa um manejo menos invasivo nos casos de hemorragia pós-parto, evitando intervenções cirúrgicas como a histerectomia, que é a retirada do útero, e até salvando a vida das mulheres. “O Balão de Bakri funciona por compressão: ele é inserido no útero para ajudar a controlar o sangramento excessivo que pode ocorrer após o parto, especialmente quando o órgão não se contrai adequadamente. Ao ser inflado, exerce pressão nas paredes uterinas, comprimindo os vasos sanguíneos e reduzindo o sangramento”, descreve a coordenadora médica da Maternidade.
O Balão, que é reconhecido mundialmente como um método eficaz e seguro para o tratamento de hemorragias obstétricas, pode ser usado em conjunto com o campo coletor, que “monitora a quantidade de sangue perdido. Ele é colocado no leito da paciente, geralmente sob a área pélvica, para captar o sangue e permitir uma estimativa precisa do volume. Isso é fundamental para avaliar a gravidade da situação e orientar as decisões médicas de forma rápida e eficaz”, completa Dra. Rafaela.
Essa padronização da abordagem durante as hemorragias proporcionará condutas mais seguras, ágeis e menos agressivas, reduzindo a necessidade de utilização de bolsas de sangue para transfusão e preservando a fertilidade da mulher, por exemplo.
“É um grande marco que reforça o nosso comprometimento com a diretriz internacional Zero Morte Materna por Hemorragia, que determina as boas práticas e os protocolos no tratamento de hemorragias, capacitação de profissionais de saúde e o uso de tecnologias adequadas. O objetivo é erradicar o problema, principalmente nas regiões geográficas mais vulneráveis”, comentou Dra. Rafaela.
A coordenadora lembrou, ainda, que esse avanço se torna ainda mais relevante considerando que a Maternidade do Instituto Materno Infantil Santa Casa BH é 100% SUS, porta aberta – ou seja, mantém seus serviços disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana, permitindo o atendimento de pacientes sem a necessidade de agendamento prévio, acolhendo emergências e urgências a qualquer momento – e referência em partos de alto risco.
O uso dos novos dispositivos também é uma das práticas da Santa Casa BH que estão alinhadas aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e aos princípios do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). A instituição assinou o pacto oficialmente em 2024, tornando-se o primeiro hospital 100% SUS do Brasil a fazer parte do seleto grupo de organizações internacionalmente comprometidas em implementar ações em prol dos direitos humanos, diversidade e inclusão, responsabilidade ambiental e combate à corrupção.
Sobre a Maternidade do Instituto Materno Infantil Santa Casa BH
Primeira maternidade da capital mineira, a unidade realizou, em 2024, 3.095 partos. Opera 24 horas por dia, sete dias por semana.
A estrutura da Maternidade inclui 30 leitos de alojamento conjunto, 14 leitos de clínica obstétrica, 5 leitos de pré-parto, 3 suítes do Centro de Parto Normal (CPN), 3 salas cirúrgicas obstétricas, 20 leitos de CTI neonatal, 15 leitos de Unidade de Cuidados Convencional (UCINco) e Unidade de Cuidados Canguru (UCINca). Além da estrutura física, oferece assistência materna com equipe dos serviços de nutrição, fonoaudiologia, psicologia e serviço social.
Desde 2004, a unidade é certificada como Hospital Amigo da Criança e da Mulher e, desde 2006, no Método Canguru. Há mais de 25 anos, a Maternidade também realiza, em parceria com a Associação das Voluntárias da Santa Casa BH (AVOSC), o Curso para Gestantes on-line e presencial, preparando mães e famílias para os cuidados com o bebê.
