Espetáculo de circo “A Fotografia” faz última apresentação no dia 14.12, sábado, no Centro Cultural Usina de Cultura

O espetáculo de circo “A Fotografia” – novo trabalho do ator premiado Ricardo Ikier chega ao final da circulação de estreia por praças e parques de BH. Em cena, palhaço, máscaras teatrais e bonecos narram a comovente e divertida história do circo Paradise, que luta com poesia e arte para sobreviver aos avanços da tecnologia. Com direção do bailarino, coreógrafo, ator, palhaço e artista circense, Ronaldo Aguiar, e dramaturgia de Ricardo Ikier, “A Fotografia” faz última apresentação no dia 14 de dezembro, próximo sábado, no Centro Cultural Usina de Cultura, com acessibilidade em Libras. A classificação é livre. Este projeto é realizado através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, e conta com patrocínio do Instituto Unimed-BH.

O processo

Tudo começa a partir de uma memória de infância. Em uma das idas ao circo, quando criança, o ator se lembra de uma foto tirada ao lado do pai. “Veio um palhaço atrás de nós e o fotógrafo registrou o momento, que ficou imortalizado em um monóculo, que nos foi vendido ao final da apresentação. Lembro de ter gostado do circo, apesar de hoje já não me lembrar mais do espetáculo. Mas daquela foto, nunca me esqueci. A foto se perdeu, com o tempo, mas a imagem ficou gravada em mim”, lembra Ricardo Ikier.

Mais tarde, ator já formado pelo Teatro Universitário, e mais de 20 anos de pesquisa nas máscaras teatrais, com mestres como Tiche Vianna, Esio Magalhães, Fernando Linares, Rogério Lopes, Ricardo Ikier retoma lembranças de infância no circo e decide experimentar a “menor máscara do mundo”: o nariz vermelho. O ator mergulha em estudos e práticas da palhaçaria que resultam em seu palhaço-fotógrafo Canhoto. Em Campinas (SP), durante a graduação em artes cênicas na Unicamp, segue as pesquisas por cinco anos na Damião e Cia. Em 2019, entra para o corpo artístico de palhaços do Instituto Hahaha e, paralelamente, atua em trabalhos com o Grupo Trampulim, a Cia Caxangá e o Grupo de Teatro Quase Mudo (Campinas).

Após longa trajetória artística, que também acumula prêmios de Melhor ator e Melhor maquiagem, pelo espetáculo “As presepadas de Damião, de como fez fortuna venceu o diabo e enganou a morte com as graças de Jesus Cristo”, e Melhor ator coadjuvante por “Cocoricó-sol: férias na fazenda” (Cia drástica), Ikier decide se dedicar à montagem de seu primeiro trabalho solo e convida o multiartista Ronaldo Aguiar para dirigir.

“Ele me perguntou quais habilidades do palhaço gostaria de levar para a cena: música, malabares, mágicas, etc. No primeiro dia de ensaio falei da minha pesquisa com as máscaras. Coloquei algumas delas no rosto e Ronaldo disse: ‘temos um caminho’ “, lembra o ator.

A cena

Com cenário e figurinos de Luiz Dias, durante a peça, o público entra em contato com o universo do circo e todo seu imaginário, o picadeiro, as cores vibrantes da lona. Em cena, o ator manipula diferentes máscaras, sob a preparação do artista Rafael Bottaro. Uma delas é inspirada na commedia dell’arte e foi confeccionada pelo próprio Ikier. A peça traz ainda as máscaras balinesas e uma máscara de velho, feita pelas mãos do mascareiro argentino Fernando Linares. “Elas foram utilizadas como recurso para representar os artistas do circo como o mágico russo – mestre de encantamentos-, Enrick e seus malabares, o homem mais forte do mundo – cuja força tem forma de poesia -, entre outros”, comenta o ator.

O espetáculo traz ainda o palhaço Canhoto e mais dois bonecos que são as máquinas fotográficas. Ikier conta que, na trama, o palhaço é um fotógrafo e para a dona do Circo Paradise, “quem tira fotos, não é artista’. “Pensando no contexto em que o circo está inserido hoje, de permanente ameaça de extinção, veio pra mim essa questão sobre o palhaço fotógrafo do circo. Ele existe? Hoje ele teria trabalho no circo? Ou foi atropelado pela tecnologia e pelos celulares – fotógrafos portáteis que todos trazem no bolso? Como fica o circo e a sobrevivência do artista frente à tecnologia? Eu, por exemplo, não sou de família tradicional circense. Estou no caminho do circo por outras vias que antes não eram comuns nos artistas e palhaços de antes. Vim do teatro e trabalho com o circo que me sustenta e sempre ouvi na história do circo que ele fora e estava sendo ameaçado de acabar. Mas não acabou. Acredito que se renova sempre e persiste no tempo. Vive na história, numa foto, numa lembrança de criança”, afirma.

Sinopse

Venham, venham ver! O circo e suas memórias, as cores vibrantes da lona a dançar ao vento. Artistas de sonhos, sob a luz que cintila, registros fascinantes do nosso fotógrafo: o palhaço Canhoto, guardião das risadas.

Admirem os grandes artistas do circo Paradise: Um mágico russo, mestre de encantamentos, Enrick, com seus malabares, arte em movimento, o homem mais forte do mundo, força em forma de poesia. E mais: um show de calouros, talentos a brilhar! Venham! E ao final, em uníssono, digam “X”!

Ficha Técnica

Direção: Ronaldo Aguiar
Atuação e dramaturgia: Ricardo Ikier
Gestão de projeto e coordenação de produção:  Lori Moreira
Preparação musical: Nanda Dearo
Preparação das máscaras: Rafael Bottaro
Produção executiva: Bruna Aranha
Cenário e figurino: Luiz Dias
Operação de som: Sitaram Custódio

Assessoria de imprensa: Beatriz França – Rizoma Comunicação & Arte

Serviço:

TEMPORADA DE CIRCULAÇÃO DO ESPETÁCULO FOTOGRAFIA

Com atuação e dramaturgia de Ricardo Ikier

Direção de Ronaldo Aguiar

Última apresentação:

14/12 – 11h – Centro Cultural Usina de cultura

Todas as apresentações terão acessibilidade em libras, exceto no dia 07/12.

Classificação Livre | Acesso gratuito

Mais informações: @ciacaxanga

MAIS INFORMAÇÕES

RIZOMA COMUNICAÇÃO & ARTE

Beatriz França – assessora de imprensa

31 9 9733 3127 | beatrizfranca@rizomacomunica.com.br

@beatrizfranca.arte | @rizomacomunica

EXTRAS

Ricardo Ikier

Formou-se no Teatro Universitário no ano de 2008 com o espetáculo de máscaras Peer Gynt – O imperador de si mesmo. Dirigido por Fernando Linares, referência na linguagem tanto na utilização como na confecção das máscaras. Pesquisou a linguagem da máscaras com Linares por vários anos em grupos de estudo e oficinas e também realizou na cidade de Campinas uma residência artística desse mestre mascareiro. Foi estudar artes cênicas em Campinas (UNICAMP) e se aproximou do Barracão Teatro, grupo de referência nacional, participando de oficinas e grupo de pesquisa na linguagem da máscara e da palhaçaria. Também dentro da universidade mergulhou na pesquisa das máscaras, principalmente as presentes na cultura popular brasileira, em especial o Cavalo-marinho pernambucano e as Folias de Reis. Foi um dos realizadores da semana do Cavalo-marinho em Campinas propiciando encontros de pesquisadores, artistas, mestres e brincantes da zona da mata norte de Pernambuco dentro da universidade. Publicou dois artigos sobre mascaramento e cultura popular. Conduziu dentro da Unicamp a preparação corporal da montagem cênicas “O burguês finado” onde utilizou as máscaras da commedia Dell’arte para estruturar o trabalho dos atores na montagem.

Foi membro fundador da Damião e cia de Campinas grupo teatral onde pesquisou a linguagem da máscara e da palhaçaria por 5 anos, ministrando oficinas e atuando.

Ganhou dois prêmios de melhor ator pelo espetáculo “As presepadas de Damião, de como fez fortuna venceu o diabo e enganou a morte com as graças de Jesus Cristo” e um prêmio de melhor maquiagem pelo mesmo espetáculo. Ganhou o prêmio Sinparc de melhor ator coadjuvante e melhor ator infantil sated pelo espetáculo Cocoricó-sol: férias na fazenda da Cia drástica – BH. Pertence ao corpo artístico do instituto Hahaha desde 2019 e atua em hospitais e ILPis como palhaço. Dentro do instituto dirigiu seis espetáculos de palhaçaria e preparou a equipe do projeto “O palhaço vem hoje?” que realizava intervenções de palhaçaria em emeis de Belo Horizonte. Atuou nos seguintes espetáculos de palhaçaria: “A Rainha Procura” (Grupo Trampulim), “Academia Brasileira de Bestas” (Grupo Trampulim), “Estrela da Madrugada, a história de um palhaço apaixonado” (Grupo de Teatro Quase Mudo – Campinas 2013) e “Jukebox – estátuas sonoras” (Cia Caxangá 2023).

Ronaldo Aguiar é um multiartista que atua em diversos segmentos das artes cênicas: é bailarino, coreógrafo, ator, palhaço, artista circense e diretor. Iniciou seus estudos em Recife, focando em danças populares. Atualmente, é mestrando pela Faculdade Célia Helena, em parceria com a Escola do Itaú Cultural, no Mestrado Profissional em Artes da Cena (Turma Especial Laboratório). Formou-se em Licenciatura em Dança pela Faculdade Paulista de Artes (FPA).

Estudou balé clássico no Studio de Dança, dança contemporânea no Espaço Experimental de Dança e técnicas circenses na Escola Pernambucana de Circo (EPC). Participou de diversos espetáculos de circo, dança e teatro, além de realizar oficinas para a Unesco, Prefeitura de Recife, SP Escola de Teatro, FPJ (Formação para Jovens Palhaços), Escola Nacional de Circo (ENC – RJ), entre outros.

Ronaldo integrou a Trupe da Escola Pernambucana de Circo e o Grupo de Teatro Popular Vem Cá, Vem Vê. Desde 2002, faz parte dos Doutores da Alegria, onde atualmente é Diretor Artístico. Participou das mais renomadas companhias de circo do Brasil, como Circo Roda, Circo Marcos Frota, Circo Zanni, Academia Brasileira de Circo, Circo Mínimo e Universoul Circus nos EUA.

Como bailarino, atuou nos espetáculos Atônito, Barro Macaxeira e O Olhar Risível do Corpo, que mescla dança e a arte do palhaço. Em 2015, ganhou o Prêmio FEMSA de Melhor Ator Infantil pelo espetáculo “Simbad – O Navegante” e o prêmio APCA de Melhor Espetáculo de Palhaço Infantil com “Antes do Dia Clarear”, dirigido por Fernando Escrich.

Em 2019, dirigiu quatro projetos importantes para a disseminação da arte circense em São Paulo e Belo Horizonte: o número Sempre Diva com a atriz palhaça Luciana Viacava, o espetáculo Circo da Cuesta com a Cia Beira Serra de Circo Teatro, o espetáculo Mulambo e Risotto em Lá Ursa da Trupe Mineira Mulambo do Sertão, o espetáculo História de Papelão da Trupe Baião de Dois e o espetáculo “Parapapel” da Cia. Pelo Cano.

Uma vida dedicada à arte circense!