Quem passou pela Praça da Assembleia, em Belo Horizonte, no sábado, dia 6 de julho, encontrou um cenário diferente. O já tradicional Dia de Cooperar (Dia C), maior movimento de voluntariado do cooperativismo no país, idealizado pelo Sistema Ocemg, reuniu mais uma vez, entre os jardins de Burle Marx, quase 3 mil visitantes numa mostra do que as cooperativas mineiras têm feito pelas pessoas e pelo meio ambiente nas comunidades em que estão inseridas. Degustação de produtos cooperativistas, distribuição de mudas, serviços de saúde e bem-estar e uma série de atividades de lazer e apresentações culturais marcaram o evento, que convencionalmente coincide com a celebração do Dia Internacional do Cooperativismo (primeiro sábado do mês de julho). Por trás de cada experiência oferecida à população, histórias que explicam por que o cooperativismo é o modelo de negócios mais sustentável do mundo e, por isso mesmo, o setor que mais cresce em Minas Gerais e no Brasil. “Aqui, reunimos uma amostra do que as cooperativas fazem, de forma permanente, para valorizar o ser humano, cuidar das pessoas e preservar o planeta”, explicou o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato.
Quem esteve na praça pôde conhecer exemplos como o da Cooperárvore, de Betim (MG), formada originalmente por mulheres empreendedoras para fornecimento de produtos sustentáveis a empresas e à população em geral. A cooperativa fabrica uniformes, brindes corporativos e artigos diversos, com uma característica peculiar. Elas utilizam, como insumos, materiais residuais de grandes empresas, que são parceiras no fornecimento da matéria-prima e na compra dos produtos. “Produzimos bolsas e acessórios com tecidos de bancos automotivos e cintos de segurança provenientes de desmanche de carros de teste, que são doados pela Fiat”, exemplifica a vice-presidente da Cooperávore, Maria Aparecida Soares dos Reis. “Também utilizamos tecidos de uniformes antigos doados pela Vale para produzir brindes, mochilas e uniformes novos para os colaboradores da empresa”, complementa. Com isso, a cooperativa contribui para a geração de renda e a prosperidade social de seus cooperados, além de promover o reaproveitamento de resíduos e a sustentabilidade ambiental.
Na mesma linha de preservação do meio ambiente, a Coopatos, uma das principais cooperativas de laticínios do Brasil, com sede no município de Patos de Minas (MG), utiliza embalagens de seus próprios produtos para o plantio de mudas. A cooperativa aproveitou o Dia C em BH para distribuir exemplares à população.
Já em Divinópolis, no centro-oeste de Minas, o Sicoob Divicred, em parceria com o Sistema Ocemg, desenvolve o programa Agente de Tratamento de Resíduos Sólidos. O objetivo é capacitar os catadores de recicláveis para a criação de uma cooperativa. A ação foi apresentada no Dia C, no espaço imersivo em projetos de sustentabilidade do cooperativismo mineiro.
Esse mesmo estande mostrou diversas outras iniciativas sustentáveis, como a produção de biochar pela Coocafé, no município de Lajinha (MG), em parceria com a startup francesa NetZero. A fábrica, inaugurada em 2023, utiliza a palha do café para produzir um carvão biológico com propriedades de fertilização que ajuda a remover o CO2 da atmosfera.
O Dia C foi idealizado em 2009, pelo Sistema Ocemg, mas ganhou projeção nacional e hoje é realizado nos 26 estados, além do Distrito Federal. A proposta é incentivar as cooperativas a promover ações responsáveis nas comunidades em que atuam, ajudando a melhorar a vida das pessoas. Uma vez por ano, sempre no primeiro sábado do mês de julho, quando se comemora o Dia Internacional do Cooperativismo, as cooperativas realizam uma grande celebração, de forma simultânea, em todo o Brasil. Em Minas Gerais, de 2009 a 2023, o movimento envolveu 505.626 voluntários e beneficiou 14.766.743.
