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Controle emocional é a chave do sucesso da liderança 

Especialista da ABRH-MG fala sobre os desafios e impactos relacionados à saúde mental no meio corporativo

Em meio às transformações constantes do mercado de trabalho – impulsionadas por avanços tecnológicos, cenário econômico e demandas sociais -, estar à frente da liderança é um desafio no meio corporativo. Além de competências, capacidade de se adaptar às mudanças, ter comprometimento com o próprio desenvolvimento pessoal e da equipe, é preciso “exorcizar” os medos, enfrentar a complexidade dos problemas e, principalmente, manter o controle emocional.  

Para o diretor conselheiro da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seção Minas Gerais (ABRH-MG), Carlos Alberto Hilário Andrade, que também é psicólogo, professor convidado e mentor na Fundação Dom Cabral (FDC), essa situação é, sem dúvida, desafiadora e ganhou força a partir da pandemia do Covid-19 que causou grandes impactos à saúde mental, como ansiedade, estresse, depressão, insônia, irritabilidade e medo.

 “Todos ficaram expostos a um inimigo invisível e não havia muitas respostas sobre ele à época. Então, o próprio líder teve que passar também a cuidar da (própria) saúde mental e auxiliar seus colaboradores a fazerem o mesmo. No entanto, ele não foi preparado para gerir esse tipo de situação. Então, teve dificuldade de produzir uma relação mais adequada em termos de interação social para produzir um clima favorável no trabalho”, ressalta o especialista.

Diante desse cenário, o líder passou a ter mais uma função, a de fazer uma leitura adequada da nova realidade, inclusive, com a inserção dos novos modelos de trabalho: híbrido e remoto, segundo o psicólogo, que acrescentou que essa cultura, ainda, prevalece na atualidade.

“Com esse fato, as organizações foram impactadas e a liderança ficou completamente perdida. Eu digo que é a solidão do poder pela angústia de não saber o que fazer frente à responsabilidade de entregar resultados. E isso continua hoje no meio corporativo”, enfatiza o especialista.

De acordo com Hilário, a liderança sempre foi identificada como aquela relacionada ao compromisso, responsável por desenhar a estrutura organizacional, definir estratégia e saber colocar as pessoas certas nos lugares certos. “Isso teoricamente parece muito simples, mas a complexidade é alta e tem sido ampliada, rapidamente, com a evolução do mundo e da tecnologia.”

Na percepção do diretor da ABRH-MG, o que falta hoje no ambiente corporativo e que é fundamental, como descreve o escritor Brene Brown em seu livro “O poder da vulnerabilidade”, é a coragem de ser imperfeito para liderar. “Este é o poder da vulnerabilidade. A coragem para ser imperfeito é o grande segredo. Os líderes devem assumir a sua ignorância no contexto atual ou a sua própria incompetência em relação a tantos problemas novos que vão surgindo”.

O especialista destaca também que o líder precisa tomar consciência de que a única forma de ampliar o seu poder é ter a liberdade, com humildade, de compartilhamento das informações, mas precisa renunciar à ilusão do controle e do saber.

Por fim, o psicólogo diz que os líderes que conseguem gerenciar suas emoções tomam decisões mais eficazes, pois conseguem equilibrar razão e emoção, evitam reações impulsivas, como atritos, e assédio moral, além de se comunicar de forma mais eficaz, sendo exemplo de inspiração e motivação para suas equipes, especialmente em tempos de crise. “Desenvolver essa habilidade requer autoconhecimento, prática contínua e disposição para buscar apoio e feedback. O controle emocional contribui para a criação de um ambiente de trabalho saudável, humanizado e produtivo, onde todos os membros da equipe podem prosperar”, conclui.

Leo Junior

Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.

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