Comércio reage ao terceiro aumento consecutivo da Selic
Para CDL/BH, o reajuste da taxa básica de juros do país pode refletir no desempenho econômico e limitar expansão de investimentos. Entidade reforça necessidade do controle dos gastos públicos e ambiente de negócios sustentável
A última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 2024, trouxe um novo aumento da taxa Selic. A notícia não foi bem recebida pelo setor de comércio e serviços da capital mineira. Para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), o terceiro aumento consecutivo da taxa básica de juros do país traz preocupação para a continuidade do bom desempenho da economia.
A entidade destaca que o aumento da taxa Selic impacta o setor de comércio e serviços de muitas formas, sendo as principais a restrição de crédito, a redução do poder de compra dos consumidores, uma menor demanda por bens e serviços e custos operacionais mais altos para as empresas.
“Com juros altos, os consumidores tendem a reduzir gastos com itens não essenciais, o que pode levar a uma queda nas vendas no varejo e em serviços relacionados. Para as empresas, especialmente aquelas que dependem de financiamentos para expansão ou operações, o custo elevado do crédito pode limitar investimentos e aumentar os preços dos produtos e serviços para cobrir despesas adicionais, agravando a desaceleração da demanda “, analisa o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
Na perspectiva do dirigente, ainda que o aumento seja uma ação para conter o avanço da inflação de demanda e que o atual cenário econômico peça por uma política monetária contracionista, o bom desempenho que o país vem apresentando, como crescimento do PIB e queda do desemprego, não podem ser freados pela Selic e prejudicar resultados positivos já alcançados.
“Já tivemos avanços como o novo pacote fiscal, a aprovação da reforma tributária e o crescimento de importantes setores da economia, mas precisamos manter um ambiente de negócios saudável, com segurança jurídica e estabilidade, para possibilitar a atração de novos investimentos. O Brasil vem caminhando de forma positiva. No entanto, para termos um crescimento sustentável no longo prazo, temos que ter zelo nos gastos públicos, revisão de despesas e reforço no desenvolvimento social”, conclui Souza e Silva.