Blog - Felipe JesusColuna Leo BatistaEsportesJornal GOL A GOL

CBF não define se haverá torcida para o jogo entre Cruzeiro e Palmeiras

Partida marca a penúltima rodada do Campeonato Brasileiro

A decisão final sobre a realização da partida com público foi transferida para a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e o Ministério Público do estado (MPMG).

As autoridades estaduais de segurança discutirão o caso em uma reunião marcada para a manhã desta quarta-feira (4), a menos de 12 horas do início do confronto entre Cruzeiro e Palmeiras.

Posicionamento da CBF

Em nota oficial, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) solicitou uma reavaliação de sua decisão inicial, abrindo a possibilidade de alterar sua postura caso a PMMG modifique sua recomendação. No comunicado, a entidade afirmou:

“Caso a PMMG reconsidere a recomendação, a CBF poderá igualmente rever seu posicionamento e admitir a presença de público no jogo entre Cruzeiro e Palmeiras, com a participação das duas torcidas, e não apenas torcida única, em respeito aos princípios de isonomia e equilíbrio técnico.”

A CBF justificou sua decisão anterior, destacando que foi baseada nas preocupações levantadas pelas autoridades estaduais de segurança:

“A decisão de realizar a partida sem público foi influenciada pelo panorama apresentado pelas autoridades, que indicava risco à segurança de todos os torcedores e até mesmo de cidadãos no dia do jogo, algo que não seria resolvido com a adoção de torcida única.”

Reação das autoridades estaduais

O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, utilizou a rede social X (antigo Twitter) para criticar a decisão da CBF e reforçar a posição do governo estadual:

“Somos contrários ao fechamento dos portões. Nosso pedido foi de torcida única, mas, se a CBF determinar torcida mista, a decisão final cabe a ela, já que o evento é privado.”

Simões aproveitou para alfinetar a postura da entidade, sugerindo incoerência em suas decisões:
“Na hora de punir o Atlético com perda de mandos de campo, a CBF foi rápida.

Mas, quando é um time paulista, faz vista grossa, colocando o Cruzeiro em risco e obrigando o contribuinte mineiro a financiar a segurança dos vândalos.”

Situação indefinida

Até o momento, a PMMG afirmou que não recebeu qualquer notificação oficial sobre a presença de torcedores na partida. O Cruzeiro e a Federação Mineira de Futebol (FMF) também não responderam aos questionamentos sobre o caso.

Em uma reunião entre os clubes, as autoridades e representantes do Mineirão, ficou registrado em ata que, caso uma decisão favorável à abertura dos portões fosse emitida até as 20h da terça-feira (3), seria necessário convocar um novo encontro para revisar e ajustar o plano de ação.

Implicações da Lei Geral do Esporte

Mesmo que a abertura dos portões seja autorizada, a Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023) representa um obstáculo significativo para a presença de público.

O artigo 143 da legislação determina que:

“É direito do espectador que os ingressos para partidas de competições com atletas profissionais sejam colocados à venda até 48 horas antes do início do jogo.”

Com isso, o cumprimento do prazo legal torna-se inviável, uma vez que a partida está marcada para acontecer nesta quarta-feira.

Assim, qualquer decisão que permita a presença de público enfrentaria não apenas desafios logísticos, mas também jurídicos.

A situação continua envolta em incertezas, com diferentes esferas de poder debatendo as implicações de segurança, logística e legislação envolvidas na realização do evento.

A decisão definitiva deverá ser tomada em breve, mas o tempo para qualquer mudança se torna cada vez mais escasso.

 

foto de divulgação

Paulo Gomes

Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho | Repórter | Cronista Esportivo | Profissional do Direito | correspondente Bancário.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo