CBF não define se haverá torcida para o jogo entre Cruzeiro e Palmeiras
Partida marca a penúltima rodada do Campeonato Brasileiro
A decisão final sobre a realização da partida com público foi transferida para a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e o Ministério Público do estado (MPMG).
As autoridades estaduais de segurança discutirão o caso em uma reunião marcada para a manhã desta quarta-feira (4), a menos de 12 horas do início do confronto entre Cruzeiro e Palmeiras.
Posicionamento da CBF
Em nota oficial, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) solicitou uma reavaliação de sua decisão inicial, abrindo a possibilidade de alterar sua postura caso a PMMG modifique sua recomendação. No comunicado, a entidade afirmou:
“Caso a PMMG reconsidere a recomendação, a CBF poderá igualmente rever seu posicionamento e admitir a presença de público no jogo entre Cruzeiro e Palmeiras, com a participação das duas torcidas, e não apenas torcida única, em respeito aos princípios de isonomia e equilíbrio técnico.”
A CBF justificou sua decisão anterior, destacando que foi baseada nas preocupações levantadas pelas autoridades estaduais de segurança:
“A decisão de realizar a partida sem público foi influenciada pelo panorama apresentado pelas autoridades, que indicava risco à segurança de todos os torcedores e até mesmo de cidadãos no dia do jogo, algo que não seria resolvido com a adoção de torcida única.”
Reação das autoridades estaduais
O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, utilizou a rede social X (antigo Twitter) para criticar a decisão da CBF e reforçar a posição do governo estadual:
“Somos contrários ao fechamento dos portões. Nosso pedido foi de torcida única, mas, se a CBF determinar torcida mista, a decisão final cabe a ela, já que o evento é privado.”
Simões aproveitou para alfinetar a postura da entidade, sugerindo incoerência em suas decisões:
“Na hora de punir o Atlético com perda de mandos de campo, a CBF foi rápida.
Mas, quando é um time paulista, faz vista grossa, colocando o Cruzeiro em risco e obrigando o contribuinte mineiro a financiar a segurança dos vândalos.”
Situação indefinida
Até o momento, a PMMG afirmou que não recebeu qualquer notificação oficial sobre a presença de torcedores na partida. O Cruzeiro e a Federação Mineira de Futebol (FMF) também não responderam aos questionamentos sobre o caso.
Em uma reunião entre os clubes, as autoridades e representantes do Mineirão, ficou registrado em ata que, caso uma decisão favorável à abertura dos portões fosse emitida até as 20h da terça-feira (3), seria necessário convocar um novo encontro para revisar e ajustar o plano de ação.
Implicações da Lei Geral do Esporte
Mesmo que a abertura dos portões seja autorizada, a Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023) representa um obstáculo significativo para a presença de público.
O artigo 143 da legislação determina que:
“É direito do espectador que os ingressos para partidas de competições com atletas profissionais sejam colocados à venda até 48 horas antes do início do jogo.”
Com isso, o cumprimento do prazo legal torna-se inviável, uma vez que a partida está marcada para acontecer nesta quarta-feira.
Assim, qualquer decisão que permita a presença de público enfrentaria não apenas desafios logísticos, mas também jurídicos.
A situação continua envolta em incertezas, com diferentes esferas de poder debatendo as implicações de segurança, logística e legislação envolvidas na realização do evento.
A decisão definitiva deverá ser tomada em breve, mas o tempo para qualquer mudança se torna cada vez mais escasso.
foto de divulgação