Cães podem descobrir doenças e ajudar nos tratamentos

De acordo com estudos pelo mundo todo, cães treinados podem ser essenciais para auxiliar na descoberta de doenças e, inclusive, no tratamento das mesmas. “Pesquisas mostram que cães são capazes de detectar compostos orgânicos liberados por células tumorais. Um estudo publicado no Journal of Breath Research revelou que cães treinados identificaram com mais de 90% de eficácia casos de câncer de pulmão por meio da inalação de amostras de ar expirado dos pacientes”, cita o psiquiatra Gilson Hiroshi Yagi.
Ainda, vários dados relacionados a outros tipos de doenças comprovam o feito. “O olfato altamente apurado, combinado com a capacidade de formar vínculos emocionais profundos, torna os animais aliados poderosos na medicina preventiva, no monitoramento de doenças e em intervenções psicoterapêuticas”.
São diversas as aplicações desses animais tanto para a detecção da doença quanto no acompanhamento com ajuda no tratamento. “Existem cães de alerta diabético treinados para detectar mudanças no odor corporal relacionadas a flutuações glicêmicas, por exemplo. Uma publicação do Diabetes Care demonstrou que os cães antecipam eventos hipoglicêmicos com alta sensibilidade, oferecendo segurança adicional aos pacientes. Até mesmo alertas para crises epilépticas já foram relatados em estudos”, complementa o médico.
Para Glauco Lima, treinador profissional de cães de assistência há mais de 30 anos, os benefícios desse tipo de conduta são imensuráveis. Premiado, o especialista é referência quando falamos em cachorros de alerta médico na América do Sul e Europa. “O que me move é a ideia de que os cães são os guarda-costas da saúde humana. Eles detectam crises, acalmam, previnem recaídas e resgatam o afeto. As vantagens vão além da expectativa e são notadas não só pela pessoa doente, como também por todos ao seu redor”.
Às vésperas de entregar mais uma agente treinada, o especialista se diz emocionado. A Border Collie Aisha foi vendida por 75 mil dólares (cerca de R$ 426 mil) e representa mais que um número. Ela é a ponta de um iceberg de dedicação, empatia e propósito que une os sonhos de um visionário, que enxerga a interação entre cães e humanos como única. “Ela foi preparada não apenas para competir nas renomadas provas de obediência da American Kennel Club (AKC), mas, principalmente, para cumprir uma missão de vida: ser apoio emocional e funcional para uma adolescente de 14 anos nos Estados Unidos que enfrenta transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)”, conta. Ele defende que a cada cão treinado, nasce uma nova chance para alguém. “Eu quero deixar um legado. Ajudar pessoas e animais ao mesmo tempo. Fazer do mundo um lugar melhor. Por isso me profissionalizo, divulgo conteúdo de qualidade na internet ensinando técnicas inclusive a leigos e ministro treinos e workshops para difundir prestação de serviço, além de treinar profissionais para que vejam isso como propósito e, claro, profissão também”, finaliza Glauco.