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Bolsistas do 9º Bolsa Pampulha discutem sobre processos curatoriais no CCBB BH

A mesa redonda "A curadoria do que não existe ainda", no dia 12 de dezembro, é a proposta de contrapartida de Luíza Marcolino e Wisrah C. V. da R. Celestino para o programa de residência Bolsa Pampulha. Será uma reflexão sobre o papel da curadoria no processo da arte contemporânea

Para discutir o acompanhamento curatorial, especialmente, os vinculados às residências artísticas e trabalhos comissionados, Luíza Marcolino, residente de curadoria, e Wisrah C. V. da R. Celestino, artista residente, da 9ª edição do Bolsa Pampulha propõem a mesa redonda “A curadoria do que não existe ainda”, no dia 12 de dezembro, às 19h, no CCBB BH- Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte. Para fazer parte da conversa, as residentes convidam Beatriz Lemos, curadora do Instituto Inhotim. A atividade é uma realização da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Viaduto das Artes e apoio do CCBB BH. Os ingressos gratuitos poderão ser retirados no site ccbb.com.br/bh e na bilheteria física, uma hora antes do evento.

 

Da seleção para a produção: Com frequência, na arte contemporânea, o curador aparece associado ao artista ainda durante a criação de um trabalho novo e não apenas pelo recorte ou releitura de seus trabalhos anteriores. Para Luíza, que foi selecionada para o Bolsa Pampulha de forma inédita para ser residente de processos curatoriais, a entrada do curador neste âmbito traz à tona uma série de questões: “Como selecionar uma pesquisa artística no lugar de um trabalho ou como colaborar com o artista sem interferir em seu processo criativo? Discutir quais são os limites entre aceitar os desvios inerentes do processo e abdicar do compromisso com o resultado são assuntos que iremos abordar nesta mesa redonda”, afirma.

 

A curadora residente do Bolsa Pampulha, que se interessa sobretudo por propostas experimentais sob a forma de ocupação do espaço público ou institucional, explica que no processo de residência firmou uma parceria com Wisrah que as fizeram desenvolver pesquisas com reflexões importantes: “A parceria foi voltada para desenvolver a pesquisa de Wisrah, como artista, e a minha, como curadora. O encontro foi muito mais um gesto de expandir os interesses, construir caminhos do que chegar somente em uma obra final”.

 

Neste cenário, Wisrah se recorda que há quatro anos ouviu de uma curadora que nem tudo precisa ser uma exposição. “Desde então, tenho pensado muito na elaboração do trabalho de arte para além de um projeto final. E, nesse sentido, eu acho que falas, leituras, programas de formação podem, ou na minha visão, deveriam ocupar um espaço de maior atenção dentro do processo de diálogos nas artes “, reflete.

 

O convite à Beatriz Lemos, marca mais uma vez sua história com o Bolsa Pampulha. Beatriz compôs a comissão curatorial do programa (2018/2019). A ideia é trazer sua experiência na atuação em curadoria, que tem início no ano de 2003, e compreende um vasto currículo de exposições, residências, publicações, pesquisas, articulação de redes, práticas em educação, coordenações de programas de residências, conferências, prêmios nacionais e internacionais, além de organização, catalogação e mediação de acervos.

 

Sobre as residentes

Luíza Marcolino é curadora e artista visual, graduada em Artes Visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente desenvolve o projeto “A Curadoria como Lugar de Artista”, no Programa de Pós-graduação em Arte da Universidade do Estado de Minas Gerais. Trabalha com escrita, curadoria e produção de exposições coletivas e individuais, físicas e virtuais desde 2019. Em 2021, realizou a convocatória internacional de arte postal Re-volver, pesquisa premiada pelo Ministério do Turismo e Governo do Estado de Minas Gerais através da Lei Aldir Blanc, além de exposição virtual e seminário internacional subsequente, sediado pelo Centro Cultural UFMG. Em 2022, foi curadora-assistente na residência artística e exposição “Beco com Saída”, produzida pelo ESPAI Atelier, em Belo Horizonte, MG. Foi curadora de diversas exposições como À Tona (Amanda Abreu e Marcela Novaes, 2022), Sumidouro (Neide Pimenta, 2023), O Axioma da Escolha (Lucas Matoso, 2023) e Vós Sois o Sal da Terra (Gabriel Lauriano, 2024). Interessa-se sobretudo por propostas experimentais sob a forma de ocupação do espaço público ou institucional.

Wisrah C. V. da R. Celestino é artista. Através de partitura, escultura, desenho, texto, fotografia, instalação, som e vídeo aborda as estruturas remanescentes do projeto colonial transatlântico, com foco na crítica institucional, linguagem e natureza do objeto. Seu trabalho foi exibido no Brasil e internacionalmente, entre exposições na Kunstverein Kevin Space (Áustria), Kunsthal Charlottenborg (Dinamarca), Museu Nacional da República (Brasil), Institut für Auslandsbeziehungen (Alemanha) e 14ª Bienal de Curitiba (Brasil). Recebeu inúmeras bolsas, prêmios e residências, incluindo o ars viva, Alemanha (Kulturkreis der deutschen Wirtschaft); Ducato Prize, Itália; Hochschule für Bildende Künste Braunschweig, Alemanha (Ministério da Ciência e Cultura da Baixa Saxônia); La Becque, Suíça (The Swiss Arts Council Pro Helvetia); PACT Zollverein, Alemanha; British Council, Reino Unido; e Pivô, Brasil.

 

Sobre o Programa Bolsa Pampulha

O Bolsa Pampulha é um programa consolidado de arte contemporânea e se apresenta como uma das primeiras residências artísticas do Brasil. Sua origem remonta ao Salão Nacional de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte, realizado desde 1937. A partir de 2003, passa por uma reformulação e ganha o formato atual, de forma a evidenciar e dialogar com as oportunidades da arte e da cultura contemporâneas.

Uma das principais iniciativas do Museu de Arte da Pampulha, instituição vinculada à Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, o Bolsa Pampulha reforça o museu como espaço de formação, pesquisa e experimentação junto à comunidade artística local e nacional, algo testemunhado ao longo das edições anteriores. Enquanto política pública de cultura, o Bolsa Pampulha confere visibilidade à trajetória de relevantes nomes das artes visuais brasileiras que passaram pelas residências do programa, como Cinthia Marcelle, Paulo Nazareth, Marilá Dardot, Desali, Janaína Wagner, Rafael RG, Marcellvs L, Luana Vitra, Froiid, dentre outros.

Descentralização e Território – Descentralizar o fomento à arte contemporânea é uma das propostas desta edição do Bolsa Pampulha. A parceria com a Organização da Sociedade Civil (OSC) Viaduto das Artes tem como objetivo ampliar esse caráter de democratização artística. O MAP, que se encontra em obras de restauro neste momento, segue atuante também por meio do Bolsa Pampulha – que está em sua 9ª edição. Dessa forma, o programa confirma sua expansão pela cidade e mantém o MAP como importante ponto de diálogo e convergência.

Museu de Arte da Pampulha

Inaugurado em 1957, o Museu de Arte da Pampulha – MAP exerce um relevante papel na formação, no desenvolvimento e na consolidação do ambiente artístico e cultural de Belo Horizonte. Seu acervo conta com importantes obras e documentos que permitem revisitar a história da arte moderna e contemporânea brasileira, com especial destaque para o seu edifício-sede. O prédio, projetado por Oscar Niemeyer na década de 1940, é uma referência icônica para a arquitetura moderna brasileira e um dos mais representativos cartões-postais de Belo Horizonte. Desde 2016, o Conjunto Moderno da Pampulha é reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

Circuito Liberdade

O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.

SERVIÇO

Mesa redonda “A curadoria do que não existe ainda”

Data: 12 de dezembro

Horário: 19h

Local: Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB BH – Teatro I I

Praça da Liberdade, 450 – Funcionários, Belo Horizonte – MG

Duração: 120 minutos

Entrada gratuita, com retirada de ingressos pelo site ccbb.com.br/bh e bilheteria no dia do evento. Haverá uma cota para retirada exclusivamente na bilheteria do CCBB BH, uma hora antes da mesa-redonda.

Classificação indicativa: Livre

Paulo Gomes

Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho | Repórter | Cronista Esportivo | Profissional do Direito | correspondente Bancário.

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