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Atitude da CBF causa revolta entre clubes da Série D após polêmica com transmissões Subtítulo:

Entidades se sentem desrespeitadas por mudanças unilaterais e expõem as dificuldades enfrentadas na competição menos visada do futebol brasileiro

A irritação dos clubes da Série D

A recente polêmica envolvendo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e os direitos de transmissão da Série D do Campeonato Brasileiro acendeu um alerta entre os clubes participantes. A entidade máxima do futebol nacional decidiu modificar, sem diálogo prévio, as regras relacionadas à veiculação dos jogos da competição — uma medida que desagradou profundamente os dirigentes dos times envolvidos.

Muitos clubes foram pegos de surpresa com a retirada de jogos de plataformas que anteriormente garantiam visibilidade, ainda que modesta. Além disso, relatos apontam que a CBF não consultou os representantes dos times antes de fechar novos acordos de transmissão, o que gerou forte insatisfação. Alguns dirigentes classificaram a atitude como “desrespeitosa” e afirmam que a falta de transparência agrava ainda mais a situação financeira e institucional dos clubes da quarta divisão.

As dificuldades dos clubes da Série D

Participar da Série D já é, por si só, um desafio gigantesco para a maioria dos clubes. Com orçamentos limitados, apoio midiático quase inexistente e pouco apelo comercial, os times enfrentam uma verdadeira maratona para se manter competitivos. Viagens longas, despesas com logística, folha salarial e infraestrutura comprometem o planejamento das diretorias.

A visibilidade que as transmissões proporcionavam era uma das poucas formas de atrair patrocinadores e se conectar com suas torcidas. Com as mudanças implementadas pela CBF, muitos clubes temem perder esse vínculo com os torcedores, que frequentemente acompanham os jogos pela internet ou televisão. Sem essa exposição, as possibilidades de gerar receita ficam ainda mais comprometidas.

Como fica o cenário de agora em diante?

A reação dos clubes não deve passar em branco. Já há movimentações nos bastidores para pressionar a CBF a rever a decisão ou, ao menos, abrir diálogo para encontrar uma solução que contemple os interesses das partes envolvidas. Alguns clubes, inclusive, cogitam buscar apoio político e jurídico para contestar a validade das novas medidas adotadas sem consulta prévia.

O episódio escancara, mais uma vez, o abismo existente entre os grandes centros do futebol nacional e as divisões de acesso. Caso a situação não seja revista, o risco de desmobilização de projetos esportivos em regiões menos favorecidas do país se torna real, o que compromete o desenvolvimento do futebol brasileiro como um todo.

Mais do que uma simples polêmica de transmissão, o caso expõe uma ferida antiga: a forma como os clubes de menor investimento ainda são tratados pelas entidades responsáveis pelo esporte.

Imagem da notícia© Lance! Media Group

Paulo Gomes

Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho | Repórter | Cronista Esportivo | Profissional do Direito | correspondente Bancário.

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