Aos 95 anos, Mercado Central é espelho da história de BH
Estabelecimento foi criado quando a capital mineira tinha apenas três décadas de fundação. Desde então, o local é ponto de encontro de belo-horizontinos, referência mundial em gastronomia popular e símbolo de resistência do setor de comércio e serviços
Neste sete de setembro, o Mercado Central, um dos maiores ícones da capital mineira, celebra 95 anos. A cinco anos de seu centenário, o estabelecimento, que foi fundado quando Belo Horizonte tinha apenas três décadas de fundação, é um espelho da história da cidade. “O local foi criado para promover o abastecimento da capital mineira que, à época, possuía menos de 50 mil habitantes. Ele cumpriu essa função até a década de 1970 e, apesar dos percalços que a história nos conta, o Mercado Central resistiu às dificuldades e, com a união dos comerciantes se mantém como um dos principais ícones da cidade”, reflete o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva.
O centro de memórias da organização, Ponto Cultural CDL, apresenta alguns dos principais acontecimentos e curiosidades da trajetória do Mercado Central, dentre elas a de que o terreno que onde está instalado o mercado, também já foi terra de outra grandes paixão dos belo-horizontinos: de 1923 a 1929 foi o campo do América Futebol Clube. Em suas proximidades, estavam o campo do Atlético (atual Diamond Mall) e a sede do Cruzeiro.
“Podemos dizer que aquele terreno foi destinado a desenvolver as raízes da história de Belo Horizonte. Quando o Mercado Central foi efetivamente construído, com a participação de quatro construtoras e a dedicação de todos os comerciantes, aquele lugar passou a ser o ponto de encontro dos belo-horizontinos e o ponto de referência para os turistas”, explica o analista institucional do Ponto Cultural CDL, Allysson Gudu.
Nas visitas mediadas no Ponto Cultural é possível conhecer outros fatos curiosos do Mercado Central como a origem de um de seus pratos mais famosos, o fígado com jiló, iguaria que já alcançou a marca de 300 toneladas vendidas todos os meses. “Entre as décadas de 1960 e 1970, o Mercado Central não possuía restaurantes ao seu redor. Mas em seu interior havia um abatedouro que fornecia miúdos para os feirantes. Os comerciantes mais antigos relatam que o jiló passou a ser utilizado por seu um dos ingredientes mais comuns e acessíveis. A combinação caiu no gosto popular e é uma marca registrada do Mercado. Ir lá e não apreciar o tira-gosto é como ir à praia e não entrar no mar”, conta o analista.
Símbolo de resistência e lucratividade
Na perspectiva do presidente da CDL/BH, o Mercado Central é, acima de tudo, um símbolo de resistência do setor de comércio e serviços da capital mineira. “Quando o terreno do Mercado foi colocado à venda pelo então prefeito, em 1964, foi a união dos comerciantes e prestadores de serviços que o salvou do encerramento das atividades. Com o apoio dos fundadores do banco Mercantil do Brasil, a cooperativa dos comerciantes conseguiu erguer o Mercado e transformá-lo em um símbolo de resistência do setor de comércio e serviços. Essa força e união nos inspira até os dias atuais e, certamente, é o que dá vida às 400 lojas em funcionamento no Mercado”, afirma Marcelo de Souza e Silva.
Além do valor histórico para a capital mineira, o Mercado Central também impressiona em números. De acordo com a administração, os destaques do local são:
- 1,3 milhão de visitantes mensais
- 63 mil carros acessam o estacionamento todos os meses
- 400 lojas em atividades
- 190 pessoas atuam na administração direta
- 2.910 empregos gerados pelas lojas
“O Mercado Central é uma potência econômica, cultural e gastronômica. Hoje ocupa o terceiro lugar de melhor mercado do mundo e o maior da América Latina. Tenho boas expectativas que os próximos cinco anos, rumo ao centenário, serão se crescimento e transformação do Mercado em um espaço de experiências ainda mais imersivas, de entretenimento e valorização da cultural mineira e local”, almeja o superintendente do Mercado Central, Luiz Carlos Braga.
A história do Mercado Central é destaque no Ponto Cultural CDL. Para visitá-lo, confira as informações abaixo.
Serviço
Ponto Cultural CDL
Avenida João Pinheiro, 495 – Boa Viagem (ao lado do antigo prédio do Detran)
Entrada: gratuita
Dias e horários de funcionamento:
- visitas livres – terça a sábado, das 10 às 16 horas
- visitas mediadas – terça a sábado, às 10h e 14 horas
Agendamento pelo e-mail: pontocultural@cdlbh.com.br