Ansiedade entre adolescentes cresce em ritmo alarmante e exige atenção urgente

A ansiedade se tornou uma das principais questões de saúde mental entre adolescentes brasileiros, revelando um cenário preocupante que pede ação imediata de famílias, escolas e autoridades. Nos últimos anos, o número de jovens que relatam crises de ansiedade, alterações de sono, dificuldade de concentração e até sintomas físicos disparou, transformando o problema em uma questão de saúde pública.
Segundo dados recentes do Sistema Único de Saúde (SUS), o número de atendimentos relacionados a ansiedade entre adolescentes de 15 a 19 anos cresceu mais de 3.000% na última década. Entre crianças de 10 a 14 anos, o aumento também foi expressivo, ultrapassando os 2.500%. Em São Paulo, por exemplo, os casos de internações e atendimentos por ansiedade em menores de 17 anos quintuplicaram desde 2015.
Especialistas apontam que o uso intenso das redes sociais, a comparação constante com padrões de vida irreais e a pressão acadêmica criaram um ambiente propício para o desenvolvimento de sintomas ansiosos. A pandemia de Covid-19 intensificou esse quadro, ao impor o isolamento social e interromper rotinas importantes para o desenvolvimento emocional dos jovens.
A psicóloga Ana Paula Guimarães, especialista em terapia cognitivo-comportamental e abordagem humanista, destaca a necessidade de uma escuta ativa e acolhimento diante desse cenário:
“Quando o adolescente percebe que pode falar sem medo de julgamento, já dá o primeiro passo para buscar ajuda. Mais do que respostas rápidas, ele precisa de um espaço seguro para se expressar.”
Ana Paula atua há quase nove anos no atendimento psicológico personalizado, com foco em equilíbrio emocional e superação de traumas, e alerta que a ansiedade pode se agravar quando negligenciada.
“Buscar ajuda profissional cedo evita que um quadro de ansiedade evolua para depressão ou comportamentos autodestrutivos. A prevenção é fundamental”, explica a especialista.
Ela ressalta que pais, responsáveis e professores devem estar atentos a sinais como mudanças bruscas de humor, queda no desempenho escolar, insônia, isolamento social ou reclamações físicas frequentes. O apoio familiar, combinado a acompanhamento psicológico, cria um ambiente mais seguro para que os jovens enfrentem suas emoções.
O aumento dos casos de ansiedade entre adolescentes é reflexo de uma sociedade em transformação. Mais do que números, a crise aponta para a necessidade de políticas públicas, projetos escolares e redes de apoio voltadas à saúde mental. “Trabalhar o bem-estar emocional dos adolescentes é investir no futuro. Precisamos de uma geração que saiba lidar com emoções, e isso só acontece com suporte, diálogo e informação”, conclui Ana Paula Guimarães.
Para mais informações, a especialista compartilha conteúdos educativos em seu perfil: https://www.instagram.com/psicoanapaulaguimaraes?igsh=YnFlN3UzNnYzcTcy
(Foto: Divulgação)