Alimentos pressionam, e BH tem a maior inflação entre as capitais pesquisadas pelo IBGE
O IPCA, que mede a inflação oficial, subiu 0,57% em Belo Horizonte em novembro, depois de registrar alta de 0,50% em outubro. O resultado ficou acima do índice nacional (0,39%).
A inflação acumulada em 12 meses ficou em 6,5% em BH – a maior entre todas as capitais pesquisadas pelo IBGE. No mesmo período, o IPCA nacional subiu 4,87%.
“Em Belo Horizonte, a inflação de novembro foi impulsionada, em grande parte, pela alta nos preços dos alimentos, que seguem pressionando o índice geral”, explica Heliezer Jacob, economista do C6 Bank.
O grupo Alimentação e Bebidas subiu 1,93% na capital mineira, acima da média nacional (1,55%). Essa alta foi puxada principalmente pelos preços da Alimentação no Domicílio, que avançaram 2,1% no mês passado.
Parte da inflação de novembro de BH também pode ser explicada pela alta de preços do grupo Transportes, reflexo do aumento das passagens dos ônibus urbanos (6,7%).
“Vale lembrar que, em outubro, os preços das passagens foram zerados nos domingos de eleição. Em novembro, esses valores voltaram a ser cobrados normalmente”, completa o economista.
Projeções nacionais
A projeção do C6 Bank é de que o IPCA nacional feche o ano em 4,7%, acima do teto da meta. Para 2025, a previsão é de que a inflação fique em 5,3%.
Os dados reforçam a visão do banco de que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) deve acelerar o ritmo de alta dos juros. O C6 espera um aumento de 0,75 ponto percentual na Selic, para 12%, na reunião de amanhã, mas não descarta uma elevação mais acentuada, dadas as expectativas para a inflação.