No mês de agosto, a população é convidada a atuar para a conscientização e combate à leishmaniose no chamado Agosto Verde Claro. No mundo, existem diferentes tipos de leishmanioses. No Brasil, as manifestações clínicas mais comuns são: a forma tegumentar e a forma visceral, cada uma desencadeada por uma espécie de protozoário diferente, mas pertencente ao mesmo gênero. A leishmaniose tegumentar tem maior prevalência em matas e áreas rurais, não é letal e se manifesta principalmente pelo surgimento de lesões na pele ou nas mucosas. Já a leishmaniose visceral, uma das doenças infecciosas mais impactantes do mundo, é a forma mais grave da patologia, atinge órgãos internos do corpo e tem elevadas taxas de mortalidade entre humanos e cães se não forem tratados.
Atualmente, circulam no Brasil três espécies de protozoários causadores de leishmaniose transmitidos pelo mosquito palha (Lutzomyia longipalpis). A Leishmania braziliensis está presente em todo o país e tem o maior número de notificações. O Leishmania amazonenses que também já ocorre em todos os estados brasileiros, e o Leishmania guyanensis, com notificação restrita e ocorrência mais frequente na região Norte.
Diversos tipos de mamíferos podem ser infectados, entretanto os cães são os principais reservatórios urbanos da infecção. Anualmente, cerca de 50 mil a 90 mil novos casos de leishmaniose visceral ocorrem anualmente em todo o mundo, a maior parte, no Brasil e em países da África Oriental.
Mais especificamente na América Latina, aproximadamente 97% dos casos de leishmaniose em humanos e 90% das ocorrências em cães acontecem no Brasil. A estimativa anual é que a doença afeta, em média, 2 mil pessoas em nosso país. Para cada ser humano doente, há em torno de 200 cães infectados.
Guilherme Costa, professor do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Una, explica que a prevalência da leishmaniose canina é elevada pelo fato da doença ter se urbanizado, com condições ideais para a reprodução do vetor em ambientes urbanos, que vive próximo às residências. Além disso, com a presença do protozoário circulando em nosso território e uma alta população de cães, principais reservatórios do patógeno e que não empregam medidas de prevenção à infecção, temos condições ideais para que o ciclo do agente se complete. “Entretanto, acredito que a prevalência ainda é subestimada em cães, pois muitos casos não são diagnosticados e notificados”, realça o docente.
Dos cães para os humanos
O veterinário aponta quais são os principais sintomas da leishmaniose canina. “São variáveis e grande parte dos animais pode se demonstrar assintomática. Devemos estar atentos a sinais como a má qualidade do pelo, o crescimento excessivo das unhas, a descamação e outras lesões de pele (que podem estar associadas a inúmeras outras condições) e também perda de peso, vômito, diarreia, falta de apetite, conjuntivite, inflamação das pálpebras, dentre outros”.
Guilherme ressalta que existem diversos métodos diagnósticos para identificar o problema. “E como cada um deles tem sua limitação, o médico veterinário é o profissional mais indicado para interpretá-los e propor exames diferenciais para confirmar ou não a doença”.
A leishmaniose canina pode afetar a qualidade de vida dos animais e de seus tutores. Por isso, conforme salienta o docente, o pet com leishmaniose deve realizar acompanhamento periódico com um médico veterinário, uma vez que podem ocorrer recaídas e os sinais clínicos se intensificarem. “Alguns cães podem viver normalmente com os cuidados e medicamentos. Já outros, não respondem tão bem. Por isso, o acompanhamento é essencial para que o profissional de saúde animal direcione a terapia e proponha os devidos tratamentos nos momentos adequados, além de fornecer o suporte aos tutores”.
Prevenção
Guilherme destaca as medidas preventivas que os tutores podem adotar para proteger seus cães da leishmaniose. “A fêmea do mosquito, vetor responsável por transmitir o agente patogênico, tem hábitos de alimentação crepusculares, o que aumenta a chance de ocorrência de picadas durante o amanhecer e ao entardecer. Nesse sentido, evitar passeios nesses horários pode reduzir essa probabilidade. Além disso, o ambiente em que o pet vive deve sempre estar limpo, sem o acúmulo de alimentos e excrementos, pois é na matéria orgânica que o vetor se reproduz”.
O professor enfatiza os cuidados especiais para animais que vivem em quintais. “Isso pode ser problemático, especialmente se houver algum tipo de sistema de criação, como galinheiros, ou a presença de restos de frutos e flores nos espaços com árvores e plantas. A utilização de coleiras repelentes é comprovadamente eficaz em repelir o vetor, respeitando sempre as orientações para a troca regular do produto indicados na bula”.
Existem opções disponíveis também para os cães que não toleram as coleiras ou vivem com outros animais que podem removê-la, conforme informa o docente. “Há outras formulações no mercado, como os sprays repelentes e os pour-on (produto que deve ser aplicado puro, por via tópica, diretamente sobre o pelo do animal). Como vivemos em uma região endêmica, todo pet deveria ser testado anualmente”.
Guilherme reforça a importância da vacinação contra a leishmaniose canina. “Apesar de ainda não estar disponível no mercado uma vacina eficaz em prevenir com 100% de segurança a infecção, a imunização garante certa proteção e pode fazer com que a doença seja mais leve, caso o animal se infecte. No Brasil, atualmente estamos sem vacinas que podem contribuir para a prevenção da doença”.
Hospital Veterinário da Una Linha Verde
Para manter a saúde dos pets, a população de Belo Horizonte já pode buscar atendimento, a preços acessíveis, no Hospital Veterinário da Una Linha Verde, que integra o ecossistema Ânima de Educação. Reconhecido como o maior do Vetor Norte, o complexo de 1.800 metros quadrados funciona dentro da estrutura do campus, de segunda a sexta-feira, das 13 às 17 horas, e presta atendimentos clínicos e cirúrgicos de animais de pequeno e grande porte. As consultas e procedimentos devem ser agendados pelo WhatsApp (31) 97130-6615.
O hospital veterinário tem estrutura composta por portaria e recepção específica para tutores e pets, laboratório integrado de necropsia, laboratório de análises clínicas, setor de diagnóstico por imagem, internação, bloco cirúrgico, setor de grandes animais com baias e piquetes para equinos, bovinos e ruminantes, pista de equoterapia e treinamento equestre, canil, espaço de convivência cat friendly e ala administrativa, entre outros.
Sobre a Una
Com mais de 60 anos de tradição em ensino superior, o Centro Universitário Una, que integra o Ecossistema Ânima – maior e mais inovador ecossistema de qualidade de ensino do Brasil, oferece mais de 130 opções de cursos de graduação. Foi destaque na edição 2022 do Guia da Faculdade, iniciativa da Quero Educação com o jornal ‘O Estado de São Paulo’, com diversos cursos estrelados em 4 e 5 estrelas. A instituição preza pela qualidade acadêmica e oferece projetos de extensão universitária que reforçam seus pilares de inclusão, acessibilidade e empregabilidade, além de infraestrutura e laboratórios de ponta, corpo docente altamente qualificado e projeto acadêmico diferenciado com uso de metodologias ativas de ensino. A Una também contribui para democratização do Ensino Superior ao disponibilizar uma oferta de cursos digitais com diversos polos de educação.