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Conheça os espaços transformados por mutirões em torno da região do Ribeirão da Onça durante o Festival da Onça

O Festival da Onça terminou no dia 10 de agosto, mas seu legado segue nas regiões transformadas pelos coletivos Oficina Pelé, Equipe Tuná e Grupo Amarra e mutirantes voluntários. Além da construção de brinquedos, mobiliários e áreas de lazer, foram plantadas mais de 300 mudas de árvores à beira do rio. Conheça as transformações:

MIRANTE DA CACHOEIRA – Bairro Novo Aarão Reis

Localizado em frente à maior cachoeira urbana do Brasil, o AMARRA realizou um projeto elaborado em conjunto com os moradores, um espaço de contemplação para a cachoeira do Ribeirão da Onça, com seus impressionantes 31 metros.

Artistas locais, incluindo Marconi Marques, Iara Rocha e Salo, trabalharam em um grande mural artístico que cobre toda a lateral da área de intervenção. Este mural tem como elemento central o rio, e cada artista imprimiu sua identidade única ao longo da intervenção. Também foi instalado mobiliário multiuso, projetado em colaboração com a comunidade, que funcionará como mirante e brinquedo.

O Coletivo AMARRA é composto pelas arquitetas e urbanistas Débora Tavares e Letícia Ribeiro, juntamente com os estudantes de arquitetura e urbanismo Isabela Martins, Rhana Fernandes e Felipe Backx.

“A experiência dos mutirões foi verdadeiramente transformadora, especialmente pela mudança imediata que trouxe ao local. Embora já estivéssemos envolvidos na comunidade há mais de um mês, interagindo, aproximando e desenvolvendo um projeto colaborativo com os moradores, o impacto visível do resultado foi surpreendente. O novo espaço revitalizado atraiu pessoas que antes se sentiam receosas em frequentar a área, como senhoras, idosos e crianças, que nunca haviam visitado a cachoeira do bairro. Agora, elas se sentem à vontade e felizes em ter um novo ponto de encontro e convivência no próprio bairro.

Além disso, a sensação de insegurança que existia no local foi significativamente reduzida. A interação com as pessoas que transitavam pela área, muitas vezes associadas a essa percepção de insegurança, tornou-se mais positiva, refletindo a transformação do espaço em algo acolhedor e pertencente a todos. O que antes era um lugar sem cuidados, sem identidade, passou a ser um ponto de referência comunitária, cuidado por todos, ainda que sem um responsável claro.

Essa experiência diária de ver a mudança na forma como as pessoas interagem com o espaço foi extremamente enriquecedora e sublinha o poder de iniciativas coletivas na transformação de ambientes urbanos” conta Débora Tavares.

 

CAMPINHO DO CONJUNTO CBTU – Bairro Novo Tupi

No campo de futebol existente do Conjunto Habitacional CBTU, o coletivo Oficina Pele executou um projeto conforme a demanda dos moradores locais: foram construídas uma pista de caminhada, três bancos de cob (pedra e barro), um deles com um arco de tijolinhos, além de brinquedos de madeira e um pergolado. Também aconteceu o plantio de mudas nativas e frutíferas, e a implantação de uma horta comunitária.

A Oficina Pele é formada pelos arquitetos e urbanistas Alice Almada, Clara Garcia e Raul Santos, e pela gestora ambiental Inaiá Carneiro.

“Os dias de mutirão foram extremamente produtivos. Seguimos o projeto conforme o planejamento inicial, mas também tomamos decisões importantes no local, adaptando-nos às circunstâncias à medida que o trabalho avançava. Desde o início, a participação foi intensa, com destaque para a presença das crianças, que foi um dos aspectos mais marcantes.

Os voluntários, em sua maioria estudantes de arquitetura, trouxeram uma energia renovadora para o projeto. A troca de experiências foi enriquecedora para todos, permitindo que alguns ganhassem autonomia em diversas atividades, o que consideramos um grande sucesso. A interação com as crianças também foi um ponto-chave, criando uma ponte natural para o envolvimento dos adultos, que acabaram se aproximando para acompanhar seus filhos e, consequentemente, se engajaram mais no projeto” conta Clara Garcia..

 

REGIÃO DA AREIA BRANCA – Bairro Ribeiro de Abreu

No encontro dos Ribeirões Izidora e Onça, a Equipe Tuná implementou um projeto de intervenção com os alunos da Escola Municipal Secretário Humberto de Almeida. Foram instalados uma escada de pneus, balanços, uma rede de escalada e uma área para apresentações de capoeira, com desenhos artísticos da artista Helena Borges. Também foram feitas a conclusão da arquibancada em bioconstrução, reboco do mural e pintura com tinta de terra, além do plantio de mudas nativas e frutíferas que formarão uma cerca-viva ao redor da área.

A Equipe Tuná é composta pela arquiteta e bioconstrutora Flaviane Nantes e pela bióloga Sabrina Soares.

“Conseguimos realizar todos os mobiliários e estruturas planejados, incluindo arquibancadas, rede de escalada, arcos, bancos, balanços e o nivelamento do terreno superior. Embora tenhamos feito algumas adaptações no projeto devido a questões logísticas e financeiras, o processo fluiu com muito cuidado e afeto.

O feedback das crianças e da comunidade foi extremamente positivo. Desde antes da conclusão das obras, as crianças já estavam utilizando o espaço, demonstrando entusiasmo e satisfação. Para todos nós envolvidos no projeto, o processo e o resultado final atenderam plenamente às nossas expectativas, proporcionando um impacto duradouro e significativo para a comunidade escolar e seus usuários” conta Flaviane Nantes.

 

Sobre o Festival da Onça

Mais que um festival para celebrar a cultura, o esporte e a arte, o Festival da Onça promoveu a transformação de espaços em bairros periféricos do entorno do Ribeirão da Onça, em Belo Horizonte. Ele aconteceu entre os dias 3 e 10 de agosto nos bairros Novo Aarão Reis, Novo Tupi e Ribeiro de Abreu.

“Desde 2017, a Escola de Arquitetura da UFMG realiza junto à comunidade da região do Ribeirão da Onça mutirões de transformação de espaços degradados em áreas de lazer. Contamos com apoio do Conselho Comunitário Unidos pelo Ribeiro de Abreu, o Comupra, da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte, a Urbel, e do Projeto Manuelzão, da UFMG”, explica Roberto Andrés, professor da UFMG e coordenador do projeto.

 

Serviço

festivaldaonca.com.br

@festivaldaonca

Leo Junior

Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.

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