Nos últimos anos, o conceito de desligamento humanizado vem ganhando força e redefinindo as práticas de Recursos Humanos (RH) nas empresas. Em um cenário onde o bem-estar dos colaboradores se torna cada vez mais central, o assunto é questão de prioridade.
Em um mercado de trabalho em constante transformação, a forma como uma empresa trata seus colaboradores nos momentos de transição pode ser um diferencial significativo no meio corporativo, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos de Minas Gerais (ABRH/MG), Leandro Souza de Pinho.
Segundo o especialista, o desligamento humanizado é uma abordagem cuidadosa e respeitosa ao processo de encerramento do vínculo empregatício entre um colaborador e uma empresa. “É uma prática que reconhece a humanidade e a importância das relações humanas mesmo em momentos desafiadores como o término de um contrato de trabalho”, diz.
Para Pinho, o desligamento nunca deveria ser uma surpresa para o funcionário demitido. “O ideal é que essa opção ocorra após feedbacks e tentativas de desenvolvimento. Também é preciso clareza sobre os motivos do desligamento e preparar os gestores e líderes para que conduzam a situação de forma empática”, ressalta.
Na visão do presidente da ABRH-MG, a adoção de abordagem humanizada nos processos de desligamento traz uma série de benefícios significativos para a imagem da empresa e para a manutenção de talentos.
Na hora da comunicação sobre a demissão, é essencial minimizar os impactos negativos que serão causados ao novo ex-funcionário. Para tanto, o presidente da ABRH-MG dá algumas dicas, como escolher um ambiente adequado, privado e tranquilo. A decisão também tem de ser comunicada pessoalmente, sem mensagens impessoais ou realizada por redes sociais.
“Garanta que o colaborador seja tratado com respeito e dignidade ao longo de todo o processo. Tenha clareza sobre os motivos do desligamento e prepare uma explicação objetiva e respeitosa. O responsável pela informação deve manter a expressão de empatia, demonstrar compreensão pelas emoções do colaborador, inclusive, oferecer suporte e orientações”, recomenda Pinho.
O presidente da ABRH-MG lembra que algumas pesquisas revelam que processos de desligamentos conduzidos, de forma inadequada, podem gerar sérios prejuízos, tanto para o colaborador quanto para a empresa. “Um desligamento mal conduzido pode resultar em impactos emocionais negativos, prejudicando a autoestima e a confiança do colaborador. Além disso, aumenta o risco de incidência de causas trabalhistas e críticas públicas, protegendo a reputação da empresa”, alerta.
Por fim, o especialista ressalta que o desligamento humanizado não é apenas uma tendência, mas uma necessidade em um mundo corporativo cada vez mais focado em valores humanos e sociais.