Depois de dois anos e meio em São Paulo, onde trabalhava como estilista da grife NK, o mineiro Athos Henrique está de volta a BH. O retorno à capital mineira veio a convite da Tufi Duek, para coordenar o novo processo de estilo da marca.
A nova fase é também de retomada da Nove, marca autoral que lançou em 2019 a partir de um projeto de conversas com diferentes convidados, que se transformavam em roupas e também era catalogado em vídeos. Desde a mudança para a capital paulista, a Nove estava adormecida.
“Ao longo de quase dois anos, fui registrando minha vida e momentos, em filmes 35mm e em vídeos com uma handcam vintage. Tudo para recriar o meu álbum”, conta Athos. “Álbum de Memórias” é o lançamento número cinco da marca e também o último com peças à venda. A Nove seguirá em movimento, de maneira expositiva, explorando novas formas de criação.
No dia 18 de maio (sexta-feira), de 17h às 20h, acontece o lançamento no Studio Carlos Penna (Rua do Ouro, 1428 – Serra). O evento é apenas para convidados. A partir do dia 19, as peças estarão disponíveis para o público geral.
Nove | Álbum de memórias
Projeto 9 – Ep. 05
Por Athos Henrique
Esse projeto é o início de uma nova fase da Nove, onde retorno ao lado mais experimental da marca. Inicialmente, antes de virar uma marca em atividade, a Nove era um projeto audiovisual, onde contava através de um desenvolvimento sob medida, um pouco sobre o produto que conseguia desenvolver de maneira independente.
Sempre com um convidado, o projeto cresceu e se tornou a marca que hoje conhecemos um pouco melhor. Agora o objetivo é retornar aos projetos para contar novas histórias. A primeira história desse retorno após dois anos e meio de pausa da marca, é a minha.
Álbum de Memórias é o título de um projeto que vai muito além da coleção, ela é um dos canais de comunicação para essa história. Aos nove anos de idade, vi minha mãe biológica ser presa e condenada a 29 anos de reclusão, por diversos crimes. Essa prisão resultou em muitas perdas, uma delas imagética! Eu e minha irmã, fomos levados com as roupas do corpo até a casa dos meus avós maternos e tudo que tínhamos foi completamente destruído por criminosos. Incluindo nossas fotos até ali.
Não há violência maior com uma história, do que o apagamento dela!
Deste incômodo imagético, surgiu a necessidade de recriar meu álbum, em um dos melhores momentos da minha vida e carreira.
Essa coleção é o meu guarda roupa, ela começa a partir de um conjunto jeans, que é uma releitura do jeans que presente na única foto impressa que restou da minha infância. Eu deveria ter por volta dos meus 6 anos de idade na imagem, que ficou guardada durante anos com meu pai. Todas as demais peças são relacionadas a momentos da minha vida e de minhas memórias.
Registrar novas memórias é uma maneira de me abraçar e agradecer!