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Filarmônica de Minas Gerais celebra os 125 anos de Poulenc com o duo de pianistas, o brasileiro Ronaldo Rolim e a chinesa Xiaohui Yang, nos dias 9 e 10 de maio, às 20h30, na Sala Minas Gerais. 

Nos dias 9 e 10 de maio, às 20h30, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais celebra os 125 nos de nascimento de Poulenc com o duo de pianistas, o brasileiro Ronaldo Rolim e a chinesa Xiaohui Yang, que interpretarão uma de suas obras mais célebres Concerto para dois pianos em ré menor. A Orquestra também lembra os 100 anos de morte de Busoni com a Abertura de Comédia e encerra a noite com uma das obras sinfônicas mais importantes do Romantismo: a cativante Sheherazade de Rimsky-Korsakov. A regência é do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala, a partir de R$39,60 (inteira). No dia 9 de maio, a apresentação terá transmissão ao vivo pelo canal da Filarmônica no YouTube e pela rádio MEC FM (87,1 BH e Brasília / 99,3 RJ).

Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais, com o patrocínio do Itaú e Redecard, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo de Minas Gerais, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente titular

Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro.

Ao ser convidado, em 2014, para o cargo de Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, Fabio Mechetti tornou-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Na Finlândia, dirigiu a Filarmônica de Tampere; na Itália, a Orquestra Sinfônica de Roma e a Orquestra do Ateneo em Milão; na Dinamarca, a Filarmônica de Odense; dirigiu a Sinfônica Nacional da Colômbia e estreou no Festival Casals com a Sinfônica de Porto Rico. Na Argentina, conduziu a Filarmônica do Teatro Colón, com a qual se apresentará novamente em 2024.

No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros. Fabio Mechetti é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School de Nova York.

Ronaldo Rolim, piano

Ronaldo Rolim é um dos principais nomes da nova geração de pianistas brasileiros. Já tocou em mais de vinte países, passando por palcos como o Carnegie Hall (Nova York), Tonhalle (Zurique), Wigmore Hall (Londres), Grande Sala da Academia Franz Liszt (Budapeste) e National Centre for the Performing Arts (Pequim). Como solista, apresentou-se frente a diversas orquestras brasileiras e internacionais, dentre elas as sinfônicas Brasileira, de Phoenix e da Capela de São Petersburgo, a Royal Liverpool Philharmonic e a Musikkollegium Winterthur. Ávido camerista e frequentador de festivais, integrou por quinze anos o Trio Appassionata, com o qual realizou turnês na Europa, China, Estados Unidos e Brasil. Nascido em Votorantim, no interior de São Paulo, Rolim começou a praticar piano com a mãe e depois foi bolsista na Fundação Magda Tagliaferro. Aos 18 anos, após vencer os concursos Nelson Freire e Magda Tagliaferro, mudou-se para os Estados Unidos, onde continuou seus estudos. Em 2019, lançou o álbum Szymanowski – The War Triptychs, fruto de sua pesquisa de doutorado sobre obras do compositor polonês Karol Szymanowski escritas durante a Primeira Guerra Mundial. Um de nossos colaboradores mais frequentes, Rolim retorna nesta temporada para se apresentar em dueto com a  pianista chinesa Xiaohui Yang, com quem é casado, no Concerto para dois pianos de Poulenc.

Xiaohui Yang, piano

Vencedora do Prêmio Naumburg 2017 e do Festival Internacional de Piano do Rio de Janeiro 2022, Xiaohui Yang iniciou seus estudos de piano aos nove anos no Conservatório de Shenyang (China). Mudou-se para os Estados Unidos na adolescência e formou-se no Curtis Institute of Music, onde estudou com Ignat Solzhenitsyn e recebeu o Prêmio Festorazzi, concedido somente aos melhores alunos. Realizou seu mestrado na Juilliard School, sob orientação de Robert McDonald, e o doutorado no Conservatório de Peabody, sob orientação de Boris Slutsky. Apresentou-se em países da Europa, Ásia e Américas, passando por palcos como Carnegie Hall (Nova York), Ozawa Hall (Boston), Museu de Arte de Tel Aviv e Centro de Artes de Seul. Como solista, Yang colaborou com a Filarmônica de Louisiana e as sinfônicas de Milwaukee, Nova Jersey e Acadiana. Apaixonada por música de câmara, esteve nos mais prestigiados festivais da América do Norte e tocou com grandes nomes, como Peter Wiley, Charles Neidich e Roberto Díaz. Em 2024, Yang faz sua estreia com a Filarmônica na Sala Minas Gerais, executando o famoso Concerto para dois pianos de Poulenc, em duo com o marido, o pianista brasileiro Ronaldo Rolim.

Repertório

Ferruccio Busoni (Empoli, Itália, 1866 – Berlim, Alemanha, 1924) e a obra  Abertura de Comédia, op. 38 (1897)

Ferruccio Busoni, cujos 150 anos são celebrados em 2016, estudou piano e composição com alguns dos melhores mestres de sua época e foi considerado, após a morte de Liszt, como o maior pianista do mundo. Passou a maior parte de sua vida na Áustria e na Alemanha, em busca de aperfeiçoamento técnico e reconhecimento artístico, uma vez que a cena musical italiana do final do século XIX era dominada pela ópera. Busoni não foi um conservador, nem um inovador radical. Sua música traz frescor e originalidade. Abertura de Comédia apresenta certo caráter mozartiano e a dramaticidade germânica do final do século XIX, revestidos de melodias tipicamente italianas, à maneira de Rossini. Composta em uma única noite, a obra foi revisada pelo compositor em 1904 e publicada no mesmo ano.

Francis Poulenc (Paris, França, 1899–1963) e a obra Concerto para dois pianos em ré menor (1932)

Poulenc percorreu um caminho pouco convencional em seus estudos musicais, dividindo-se entre a carreira de intérprete e compositor. Viu-se obrigado a lidar com frequentes crises de depressão, consequência da morte prematura de amigos próximos e da relação conflituosa com sua homossexualidade. Todos esses desafios fizeram dele um compositor paradoxal, capaz de sintetizar em sua obra o religioso e o irônico. Claude Rostand disse que “em Poulenc há algo de monge e algo de malandro”. Seu primeiro grande sucesso de crítica foi o balé Les biches, em parceria com Diaghilev. No verão de 1932 Poulenc compôs o Concerto para dois pianos em ré menor, por encomenda da princesa de Polignac, a quem é dedicado. A obra foi estreada no Festival Internacional de Música Contemporânea de Veneza e com Poulenc e Jacques Février como solistas. Apresenta o ecletismo de inspiração cotidiana característico da ideologia de seus contemporâneos franceses, servindo-se do vaudeville, do circo, da jazz band e dos gamelões balineses que ouviu na Exposição Colonial de Paris de 1931. Suas duas veias composicionais, o irônico e o grave, entrecruzam-se nesta obra. “Poulenc puro”, nas palavras do próprio compositor.

Nikolai Rimsky-Korsakov (Tikhvin, Rússia, 1844 –  Lyubensk, Rússia, 1908) e a obra Sheherazade, op. 35 (1888)

Sheherazade é a protagonista das Mil e uma noites, coletânea de contos populares medievais da Ásia ocidental e meridional, originalmente escritos em árabe. Desde que foram traduzidos para o francês, pela primeira vez, no início do século XVIII, esses contos passaram a ser considerados na Europa como a representação máxima do fantástico mundo da fábula oriental. As fábulas são ligadas, entre si, por meio de um conto base: o sultão, traído por sua primeira esposa, manda executá-la e decide casar-se com uma jovem virgem a cada noite, fazendo executá-la no dia seguinte para se prevenir de uma futura infidelidade. Sheherazade, filha mais velha do vizir, decide casar-se com o sultão. Na noite de núpcias, conta-lhe uma história cujo final é deixado para a noite seguinte, a fim de que o sultão tivesse que adiar a sua execução para saber o desfecho. Na noite seguinte, tão logo ela termina a primeira história, começa outra imediatamente, sem terminá-la. E assim, sucessivamente, Sheherazade prende o sultão por mil e uma noites até que, como prova de afeição, ele perdoa-lhe a sentença, e ela lhe apresenta os três filhos que, neste período, dera à luz. Para dar vida às incríveis fábulas e, ao mesmo tempo, preservar o colorido russo, Rimsky-Korsakov explorou ao máximo os timbres da orquestra. Ao evitar a mera combinação de folclore com música erudita, ele se livrava de dois possíveis erros: o de degenerar a obra em amadorismo, ao amarrá-la à entonação folclórica; e o de sacrificar a própria entonação folclórica para adequá-la às demandas artísticas. Nas palavras do compositor, a suíte sinfônica Sheherazade foi inspirada “em imagens singulares e episódios separados das Mil e uma noites, espalhados pelos quatro movimentos da suíte. Como ligação entre esses quadros, criei os breves trechos para violino solo, que são atribuídos à sultana Sheherazade”.

Programa

Filarmônica de Minas Gerais

Série Presto

9 de maio – 20h30

Sala Minas Gerais

Série Veloce

10 de maio – 20h30

Sala Minas Gerais

Fabio Mechetti, regente

Ronaldo Rolim, piano

Xiaohui Yang, piano

BUSONI                               Abertura de Comédia op. 38

POULENC                             Concerto para dois pianos em ré menor

RIMSKY-KORSAKOV            Sheherazade, op. 35

INGRESSOS:

R$ 39,60 (Mezanino), R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 72 (Balcão Palco), R$ 92 (Balcão Lateral), R$ 124 (Plateia Central), R$ 160 (Balcão Principal) e R$ 180 (Camarote).

Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Bilheteria da Sala Minas Gerais

Horário de funcionamento

Dias sem concerto:

3ª a 6ª — 12h a 20h

Sábado — 12h a 18h 

Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:

— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana 

— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado 

— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo

São aceitos:

  • Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
  • Pix

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.

Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.

O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. A Orquestra já havia recebido o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.

Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.

A Orquestra possui 12 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.

Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 80 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.

A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.

A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.

A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.

Os números da Filarmônica (2008 a dezembro/2023)

1.543.738 espectadores
1.231 concertos realizados
1.360 obras interpretadas
126 concertos em turnês estaduais
42 concertos em turnês nacionais
9 concertos em turnê internacional
94 concertos transmitidos ao vivo
606 notas de programa publicadas no site
231 webfilmes publicados
1 coleção com 3 livros e 1 DVD sobre o universo orquestral
4 exposições itinerantes e multimeios sobre música clássica
12 CDs lançados
1 Indicação ao Grammy Latino 2020 (CD Almeida Prado – Obras para piano e orquestra – Categoria de Melhor Álbum Clássico)

Paulo Gomes

Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho | Repórter | Cronista Esportivo | Profissional do Direito | correspondente Bancário.

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