
No dia 4 de maio, às 18h, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais apresenta a Ópera italiana, alegria e paixão. Talvez em nenhum outro país a ópera tenha se tornado sinônimo de sua cultura como a Itália. Do humor de Rossini à tragédia incontida das óperas de Verdi, a Filarmônica traz ao público a riqueza e diversidade desta arte tão singular. O baixo-barítono Licio Bruno interpreta uma joia do repertório bufo lírico, a obra O mestre de capela, celebrando os 275 de Domenico Cimarosa. Ainda no programa, obras de Bellini, Puccini e Pietro Mascagni. A regência é do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais. A série Fora de Série, neste ano, destaca o papel da orquestra na arte operística. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala, a partir de R$39,60 (inteira). A apresentação terá transmissão ao vivo pelo canal da Filarmônica no YouTube e pela rádio MEC FM (87,1 BH e Brasília / 99,3 RJ).
Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais, com patrocínio da Porto Seguro e Prodemge,por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo de Minas Gerais, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente titular
Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro.
Ao ser convidado, em 2014, para o cargo de Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, Fabio Mechetti tornou-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane.
Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.
Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.
Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Na Finlândia, dirigiu a Filarmônica de Tampere; na Itália, a Orquestra Sinfônica de Roma e a Orquestra do Ateneo em Milão; na Dinamarca, a Filarmônica de Odense; dirigiu a Sinfônica Nacional da Colômbia e estreou no Festival Casals com a Sinfônica de Porto Rico. Na Argentina, conduziu a Filarmônica do Teatro Colón, com a qual se apresentará novamente em 2024.
No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros. Fabio Mechetti é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School de Nova York.
Licio Bruno, baixo-barítono
Com mais de três décadas de carreira em palcos nacionais e internacionais, o baixo-barítono Licio Bruno é um dos mais celebrados cantores líricos brasileiros da atualidade. Bacharel em Canto e Mestre em Performance, aperfeiçoou-se na Franz Liszt Academy of Music e na Ópera de Budapeste, sendo depois membro da casa e artista convidado. É professor na Faculdade de Música do Espírito Santo, no Instituto Baccarelli e no Coletivo das Artes, onde também desenvolve programas de formação de jovens cantores. Com apresentações na Europa, América Latina e Ásia, Licio Bruno atua junto às principais orquestras e teatros de nosso país e é vencedor de dez primeiros prêmios em concursos de canto, entre eles o Prêmio Carlos Gomes (2004). Interpretou mais de oitenta papéis em óperas de diferentes autores e estilos, e, nos últimos anos, tem se dedicado também à direção de óperas de compositores brasileiros contemporâneos, como Jaceguay Lins e Guilherme Bernstein. Licio esteve conosco no concerto inaugural da Filarmônica, quando fizemos a Nona de Beethoven, em fevereiro de 2008. Desde então, tornou-se presença frequente em nossas apresentações e na Sala Minas Gerais.
Repertório
Vincenzo Bellini (Catânia, Itália, 1801 – Puteaux, França, 1835) e a obra Norma: Abertura (1831)
Gioachino Rossini (Pesaro, Itália, 1792 – Passy, França, 1868) e a obra Um turco na Itália: Abertura (1814)
Domenico Cimarosa (Aversa, Itália, 1749 – Veneza, Itália, 1801) e a obra O mestre de capela (1785-1793)
Giacomo Puccini (Lucca, Itália, 1858 – Bruxelas, Bélgica, 1924) e a obra Capricho Sinfônico (1883)
Pietro Mascagni (Livorno, Itália, 1863 – Roma, Itália, 1945) e a obra Cavalleria Rusticana: Intermezzo (1888)
Giuseppe Verdi (Roncole, Itália, 1813 – Milão, Itália, 1901) e as obras La Traviata: Preludio (1853), A força do destino: Abertura (1861) e Aida: Marcha Triunfal e Balé (1871)
A Itália pode ser considerada o berço da ópera tal como a entendemos hoje.
Obviamente, traçar as origens de uma forma musical tão completa e versátil não é tarefa das mais simples, entretanto, grande parte dos estudiosos considera que a ópera nasceu nas cortes italianas do final do século XVI. Composta em 1598, na cidade de Florença, Dafne teria sido a obra inaugural do gênero: um drama inteiramente cantado, que se inspirava tanto nas antigas tragédias gregas quanto nas expressões artísticas da música, literatura, dança e teatro vigentes no período, como os madrigais, os intermedi e a commedia dell’arte.
Ao longo do século XVII, compositores brilhantes como Monteverdi e Cavalli consolidaram as bases que definem a linguagem operística do período Barroco. Simultaneamente, os espetáculos, antes restritos aos círculos aristocráticos, ganhavam públicos cada vez maiores com a abertura das primeiras casas especializadas na península italiana. Rapidamente, Veneza se tornou o coração da ópera na Europa e a nova e empolgante arte do drama lírico se espalhou por todos os cantos do continente.
Na medida em que chegava a novos territórios, a ópera naturalmente ganhava cores e contornos locais, mas pode-se dizer, de modo geral, que foram as plateias e os artistas italianos quem ditaram as suas tendências até meados do século XVIII, quando Gluck propôs suas influentes reformas ao modelo da opera seria metastasiana. A partir daí, como vimos no primeiro concerto Fora de Série desta temporada e veremos nos próximos, outras escolas nacionais crescem em expressividade e influência. Porém, a conexão umbilical entre a ópera e a Itália faz com que o país continue produzindo partituras e árias que, sem sombra de dúvidas, figuram entre as mais populares de todo o repertório até os dias de hoje.
Realizar uma viagem musical por esse imenso tesouro seria uma aventura extremamente prazerosa, mas, a fim de restringir nosso escopo, optamos por um programa que ilumina compositores italianos fundamentais do século XIX. Nesse período, que marca a passagem do Classicismo para o Romantismo nas artes, a Itália vivencia uma intensa luta pela sua unificação, e a produção operística no país acompanha o espírito nacionalista e os ideais revolucionários de liberdade que movimentavam a sociedade e a política.
Abrimos nosso concerto com dois grandes compositores da primeira metade dos Novecento, que, junto a Gaetano Donizetti, estabeleceram a tradição do bel canto italiano. De Vicenzo Bellini, trazemos a Abertura de Norma, uma ópera trágica cujo papel-título foi imortalizado pelas vozes de gigantes como Maria Callas e Joan Sutherland. Na sequência, a alegre Abertura de Um turco na Itália, exemplar perfeito do talento incomparável de Gioachino Rossini no estilo cômico (ou buffo) que o consagrou no início da carreira.
Fechando a primeira parte do concerto, retornamos algumas décadas até o final do período clássico para apreciar uma divertida ária de Domenico Cimarosa, o mais popular operista da Itália até a chegada de Rossini. Escrita por volta de 1790, O mestre de capela é, na verdade, um longo e bem-humorado monólogo para baixo-barítono, no qual contaremos com a participação especial do cantor Licio Bruno.
Na segunda parte do programa, saltamos até o final do século XIX, já na fase pós-romântica, a fim de encontrar os dois nomes mais importantes para a entrada da ópera italiana no século XX. Com seu senso teatral aguçado e capacidade de criar orquestrações emotivas e impactantes, Giacomo Puccini desenvolveu uma linguagem operística própria, que conquistou plateias em todo o mundo e garantiu o seu espaço no cânone. Dele, ouviremos o Capricho Sinfônico, peça que é anterior ao seu primeiro grande sucesso, Manon Lescaut, de 1893. Na sequência, temos um trecho da Cavalleria Rusticana de Pietro Mascagni, ópera responsável por consagrar o verismo italiano na cena lírica, com sua ambientação camponesa e melodias inspiradas em canções folclóricas e populares.
Por fim, não há como falar de ópera italiana sem mencionar Giuseppe Verdi. Desde o sucesso estrondoso de Nabucco, estreada em 1842 no La Scala de Milão, Verdi se consolidou como o maior nome do drama lírico na Itália, contribuindo para o processo de unificação instaurado no Risorgimento e tornando-se, anos depois, um verdadeiro símbolo nacional. No bloco dedicado à sua obra, ouviremos trechos de três de seus trabalhos mais adorados, cada um deles representando uma década do seu longo apogeu: La Traviata (1853), A força do destino (1861) e Aída (1871). Em todos, encontramos a paixão exuberante e a opulência dramática que definem o legado musical não apenas de Verdi, mas de toda uma nação.
Programa
Filarmônica de Minas Gerais
Fora de Série – Ópera italiana
4 de maio – 18h
Sala Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
Licio Bruno, baixo-barítono
BELLINI Norma: Abertura
ROSSINI Um turco na Itália: Abertura
CIMAROSA O mestre de capela
PUCCINI Caprichoso Sinfônico
MASCAGNI Cavalleria Rusticana: Intermezzo
VERDI La Traviata: Prelúdio
VERDI A força do destino: Abertura
VERDI Aída: Marcha Triunfal e Balé
INGRESSOS:
R$ 39,60 (Mezanino), R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 72 (Balcão Palco), R$ 92 (Balcão Lateral), R$ 124 (Plateia Central), R$ 160 (Balcão Principal) e R$ 180 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Bilheteria da Sala Minas Gerais
Horário de funcionamento
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
São aceitos:
- Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
- Pix
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.
Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.
O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. A Orquestra já havia recebido o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.
Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.
A Orquestra possui 12 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.
Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 80 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.
A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.
A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.
A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.
Os números da Filarmônica (2008 a dezembro/2023)
1.543.738 espectadores
1.231 concertos realizados
1.360 obras interpretadas
126 concertos em turnês estaduais
42 concertos em turnês nacionais
9 concertos em turnê internacional
94 concertos transmitidos ao vivo
606 notas de programa publicadas no site
231 webfilmes publicados
1 coleção com 3 livros e 1 DVD sobre o universo orquestral
4 exposições itinerantes e multimeios sobre música clássica
12 CDs lançados
1 Indicação ao Grammy Latino 2020 (CD Almeida Prado – Obras para piano e orquestra – Categoria de Melhor Álbum Clássico)