Filarmônica de Minas Gerais recebe o pianista alemão Markus Groh para interpretar duas obras de Listz. Dias 21 e 22 de março, às 20h30, na Sala Minas Gerais.
Com regência do maestro associado José Soares, Orquestra apresenta também obras de Ravel e de Béla Bartók

O pianista alemão Markus Groh retorna ao palco da Sala Minas Gerais, nos dias 21 e 22 de março, às 20h30, para interpretar duas das obras mais desafiadoras do repertório pianístico romântico: Concerto para piano nº 1 e Totentanz, ambas de Listz, com a Filarmônica de Minas Gerais. O Regente Associado da Orquestra, José Soares, completa o programa com a sentida e bela Pavana de Ravel e a intensa suíte do balé O mandarim maravilhoso de Béla Bartók.Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala.
Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais, com o patrocínio do Itaú e Redecard, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo de Minas Gerais, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Maestro José Soares, regente associado da Filarmônica de Minas Gerais
Natural de São Paulo, José Soares é Regente Associado da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde 2022, tendo sido seu Regente Assistente nas duas temporadas anteriores.
Venceu o 19º Concurso Internacional de Regência de Tóquio (2021), recebendo os prêmios do júri e do público na competição.
Iniciou-se na música com sua mãe, Ana Yara Campos. Estudou Regência Orquestral com o maestro Claudio Cruz, em um programa regular de masterclasses em parceria com a Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo. Participou como bolsista nas edições 2016 e 2017 do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, sendo orientado por Marin Alsop, Arvo Volmer, Giancarlo Guerrero e Alexander Libreich. Recebeu, nesta última, o Prêmio de Regência, tendo sido convidado a atuar como regente assistente da Osesp em parte da temporada 2018, participando de um Concerto Matinal a convite de Marin Alsop.
Foi aluno do Laboratório de Regência da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo convidado pelo maestro Fabio Mechetti a reger um dos Concertos para a Juventude da temporada 2019. Em julho desse mesmo ano, teve aulas com Paavo Järvi, Neëme Järvi, Kristjan Järvi e Leonid Grin, como parte do programa de Regência do Festival de Música de Parnü, Estônia. Ao final de 2021, recebeu o prêmio da crítica da Revista Concerto na categoria “Jovem Talento”.
No Japão, regeu as orquestras Sinfônica NHK de Tóquio, New Japan Philharmonic, Sinfônica de Hiroshima e Filarmônica de Nagoya. Conduziu também a Osesp e a MÁV Symphonie Orchester em Budapeste.
Soares é Bacharel em Composição pela Universidade de São Paulo. Em 2024, tem concertos agendados com a Sinfônica Jovem de São Paulo e com a Orquestra de Câmara de Curitiba.
Markus Groh, piano
Dono de um virtuosismo seguro, geralmente expresso em gestos moderados ao piano, Markus Groh é considerado um dos mais brilhantes pianistas da atualidade. Sua carreira despontou em 1995, quando se sagrou o primeiro músico alemão a conquistar o prêmio principal do Concurso Internacional Rainha Elisabeth. Desde então, apresentou-se com grandes orquestras dos Estados Unidos – entre elas a Filarmônica de Nova York, a Orquestra de Cleveland e a Sinfônica de São Francisco – e do mundo, incluindo as sinfônicas de Londres e de Berlim, as filarmônicas de Osaka, São Petersburgo e Helsinki e a Orquestra do Festival de Budapeste. Entusiasta de recitais e da música de câmara, Groh também é fundador e Diretor Artístico do Festival de Bebersee, na Alemanha, além de um reconhecido intérprete de Liszt e de Brahms. Em 2024, o pianista volta a tocar com a Filarmônica, depois de estar conosco em 2011. Sua estreia na Sala Minas Gerais será justamente com Liszt, executando o desafiador Primeiro Concerto e a sombria Totentanz.
Repertório
Franz Liszt (Doborján, hoje Raiding, Hungria, 1811 – Bayreuth, Alemanha, 1886) e a obra Totentanz (1847/1862)
Totentanz, composição de Liszt para piano e orquestra, sofreu diversas revisões em 1853 e 1859. Ainda assim a estreia só se deu em 1865, na Holanda, sob a regência do lendário Hans von Büllow. A obra é organizada como um conjunto de variações sobre a melodia gregoriana do Dies Irae, presente na Missa de Réquiem. Houve, provavelmente, uma influência do último movimento da Sinfonia Fantástica (1830) de Hector Berlioz, que utiliza a mesma melodia de modo surpreendente e inovador. O título da peça remete ao famoso afresco italiano do século XIV, O triunfo da morte, do Cemitério de Pisa, visitado por Liszt em 1830. Totentanz combina características de um Concerto para piano e orquestra com a forma Tema e Variações. Entre as inovações instrumentais dessa peça destacam-se a natureza percussiva do piano, que antecipa sonoridades de Bela Bartók, e o uso do col legno – percussão com a madeira do arco nas cordas –, associado por alguns críticos ao ruído de choque dos esqueletos na dança da morte.
Franz Liszt (Doborján, hoje Raiding, Hungria, 1811 – Bayreuth, Alemanha, 1886) e a obra Concerto para piano nº 1 em Mi bemol maior (1835/1856)
Não foi no concerto, na sonata ou na sinfonia que Liszt encontrou o caminho mais fértil para se exprimir, embora tenha deixado obras emblemáticas desses gêneros: a Sonata para piano, a Sinfonia Fausto e, claro, os dois concertos para piano. O fato é que, para uma mentalidade tão intensamente romântica como a sua, não lhe bastariam as formas, estruturas e gêneros clássicos, a não ser que pudessem ser transcendidos. Talvez seja por esse desejo (ao final, muito bem-sucedido) de transcender os padrões clássicos que o primeiro concerto de Liszt tenha tido empenho tão laborioso. Foram mais de duas décadas de trabalho na partitura: os temas principais datam de 1830; a versão inicial do concerto foi concluída em 1849; em 1855 o compositor a estreou em Weimar, ele mesmo como solista, sob a batuta de Hector Berlioz. A versão definitiva, porém, data de 1857. Por trás do brilhante virtuosismo do solista e de seu melodismo tão encantadoramente acessível, por trás de uma aparência quase extrovertida revela-se um trabalho monumental, profético no seu tempo e atual ainda hoje.
Maurice Ravel (Ciboure, França, 1875 – Paris, França, 1937) e a obra Pavana para uma infanta defunta(1899, revisão e orquestração 1910)
Nascido na borda dos Pirineus Franceses, a poucos quilômetros da fronteira espanhola, Maurice Ravel nunca deixou de atravessar estes limites geográficos por meio de sua música. Mesmo tendo se mudado para Paris ainda bebê, a fascinação do compositor pela Espanha permaneceu ao longo de toda a vida, uma vez que sua mãe, Marie, havia nascido no país Basco e crescido em Madri. Concebida inicialmente para o piano enquanto ainda era aluno do Conservatório de Paris, Pavana para uma infanta defunta foi o primeiro sucesso popular de Ravel. Ganhou, segundo Roland-Manuel, “a estima dos salões e admiração das jovens que não tocavam piano muito bem”. Considerada uma melhoria em relação à original, a versão para orquestra só ficou pronta mais de uma década depois. Ainda que Pavana seja dedicado à princesa de Polignac, não se trata de uma elegia. “Meu único pensamento foi pelo prazer da aliteração”, uma vez que, na língua espanhola, infanta é um título de nobreza. Pavana, por sua vez, é uma dança característica da região da Pádua, na Itália.
Bela Bartók (Sânnicolau Mare, Romênia, 1881 – Nova York, Estados Unidos, 1945) e a obra O mandarim maravilhoso, op. 19, BB 82: Suíte (1918/1919)
O húngaro Bela Bartók criou duas obras importantes para balé: O príncipe de madeira (1917) e O mandarim maravilhoso (1926). Ambas pertencem a um período em que Bartók se vê fascinado por Debussy, que acabara de descobrir por intermédio de seu amigo e também compositor Zoltan Kodály. Nessa fase, os dois ainda se ocupam da pesquisa sobre a música tradicional e popular de sua terra, um extensivo trabalho de coleta e registro de material que veio a definir a obra de Bartók, que depois receberia também forte influência stravinskyiana. E embora frequentemente se queira ver em O mandarim maravilhoso algo da presença do Stravinsky da Sagração, a peça vai para muito além das suas possíveis fontes e revela um artista maduro o suficiente para empregar com ousadia uma variada gama de artifícios muitas vezes inusitados e extremamente originais. Dotado de uma orquestração exuberante, e pleno de novas investidas sonoras, o balé causou escândalo em sua estreia. Incorporada ao repertório sinfônico na forma de suíte (que conserva grande parte da versão original), é uma obra que pode ser considerada emblemática desse grande nome da música do século XX.
Programa
Filarmônica de Minas Gerais
Série Presto
21 de março – 20h30
Sala Minas Gerais
Série Veloce
22 de março – 20h30
Sala Minas Gerais
José Soares, regente
Markus Groh, piano
LISZT Totentanz
LISZT Concerto para piano nº 1 em Mi Bemol maior
RAVEL Pavana para uma infanta defunta
BARTÓK O mandarim maravilhoso, op. 19, BB 82: Suíte
INGRESSOS:
R$ 39,60 (Mezanino), R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 72 (Balcão Palco), R$ 92 (Balcão Lateral), R$ 124 (Plateia Central), R$ 160 (Balcão Principal) e R$ 180 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Bilheteria da Sala Minas Gerais
Horário de funcionamento
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
São aceitos:
- Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
- Pix
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.
Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.
O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. A Orquestra já havia recebido o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.
Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.
A Orquestra possui 12 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.
Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 80 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.
A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.
A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.
A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.
Os números da Filarmônica (2008 a dezembro/2023)
1.543.738 espectadores
1.231 concertos realizados
1.360 obras interpretadas
126 concertos em turnês estaduais
42 concertos em turnês nacionais
9 concertos em turnê internacional
94 concertos transmitidos ao vivo
606 notas de programa publicadas no site
231 webfilmes publicados
1 coleção com 3 livros e 1 DVD sobre o universo orquestral
4 exposições itinerantes e multimeios sobre música clássica
12 CDs lançados
1 Indicação ao Grammy Latino 2020 (CD Almeida Prado – Obras para piano e orquestra – Categoria de Melhor Álbum Clássico)