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1/11 – Tizumba celebra o congado feminino e a música afro-mineira no Festival Tambor Itinerante

Apresentação gratuita será no dia 1 de novembro, às 16h, no Centro Cultural Lagoinha, e integra a circulação do projeto que leva música, tradição e ancestralidade para diferentes regionais de Belo Horizonte

A 2ª edição do Festival Maurício Tizumba e o Tambor Itinerante segue sua circulação pela cidade e chega ao Centro Cultural Lagoinha no dia 1 de novembro, sábado, às 16h, com entrada gratuita. A programação contará com a força do congado representada pela Guarda de Congo Feminino Nossa Senhora do Rosário, do bairro Aparecida, e com o show da cantora Maíra Manga, em um encontro que reafirma a potência da música e da tradição afro-mineira.

Maurício Tizumba, idealizador do Festival, ressalta que o tambor é um símbolo que ultrapassa a música e guarda a essência da tradição. “Ele é memória e presença. A cada toque, ecoa a força dos ancestrais e impulsiona os passos das novas gerações. É espiritualidade, resistência e também celebração da vida. O Festival nasce desse espírito, como um espaço de encontro e partilha, onde o congado e a música popular se encontram com a contemporaneidade. Assim, fortalecemos nossa identidade afro-brasileira e garantimos que a arte permaneça acessível, viva e transformadora”, define.

O projeto é  patrocinado pelo Instituto Unimed-BH, via Lei Municipal de Incentivo à Cultura, e tem como propósito aproximar o público das tradições do congado e do universo percussivo mineiro. A produtora-executiva, Ana Paula Siqueira, acredita que a circulação descentralizada é o que dá força ao Festival.” Levar o tambor para diferentes regionais é abrir caminhos para que a tradição do congado dialogue com plateias diversas. Cada território recebe o Festival de um jeito próprio, e essa diversidade é o que faz o projeto crescer e se enraizar ainda mais na cidade”, diz.

Maíra Manga

Dona de um timbre personalíssimo, Maíra alia técnica e expressividade, colocando-se inteiramente a serviço da canção. Filha do compositor Célio Manga, cresceu em contato com a música popular brasileira, cultivando um repertório diverso. Em 2021, lançou pela gravadora Biscoito Fino o álbum “LÁ”, dedicado à obra inédita de Sergio Santos, com parcerias com o poeta Paulo César Pinheiro. O trabalho contou com músicos como Rafael Martini, Felipe José e Luca Raele, além de participações especiais de André Mehmari, Rodolfo Stroeter, Grupo Vocal Brasileirão e da St. Petersburg Studio Orchestra.

Reconhecida pela crítica, Maíra recebeu, em 2022, o II Prêmio da Música Popular Mineira de Melhor Canção na categoria MPB e afins, pela faixa “Raoni”. Em sua trajetória, já dividiu o palco com nomes como Celso Murilo, Nailor Proveta e André Mehmari, consolidando-se como uma das vozes mais expressivas da cena mineira contemporânea.

Guarda de Congo Feminino Nossa Senhora do Rosário

A história da Guarda Feminina Nossa Senhora do Rosário do bairro Aparecida é marcada pela resistência. Formada por filhas e netas dos integrantes da antiga Guarda de Congo dos Caducos (1940–1976), o grupo desafiou o estigma de que o congado não era espaço para mulheres e, desde 1973, reafirma a presença feminina no reinado. Dessa tradição também nasceu, em 1996, a Guarda de Moçambique do Divino Espírito Santo do Reino de São Benedito, ambas mantendo viva a herança dos reinos negros no bairro operário.

O bairro Aparecida, fundado em 1928 como Vila Maria Aparecida, guarda fortes vínculos com o congado e com as práticas culturais que remontam ao período da escravidão. Seus reinados se tornaram símbolo de resistência e preservação da fé e da cultura afro-brasileira na capital mineira.

Mauricio Tizumba

Criador e protagonista do festival, Maurício Tizumba iniciou sua carreira artística na década de 1960 e é um dos nomes mais relevantes da cultura afro-brasileira. Ator, cantor, compositor, multi-instrumentista, escritor, diretor musical e capitão de reinado, Tizumba construiu uma trajetória pautada pela valorização do congado mineiro, manifestação religiosa e cultural negra que resiste há mais de três séculos. Seu trabalho une tradição, performance e pedagogia, e sua atuação com grupos de tambor reflete o compromisso com a democratização do acesso à cultura e o fortalecimento das expressões populares. Tizumba também se destaca por promover a arte nos territórios e por formar novas gerações de artistas em diálogo com o povo e com a rua.

Instituto Unimed-BH

O Instituto Unimed-BH completou 22 anos em 2025 e conta com o apoio de mais de 5,7 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. A associação sem fins lucrativos foi criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimulando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentando a economia criativa, gerando trabalho e renda para diversas famílias, valorizando espaços públicos e o meio ambiente, através de projetos patrocinados, apoiados e realizados em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.


Serviço
2ª edição do Festival Maurício Tizumba e o Tambor Itinerante nas Regionais
Apresentação com a cantora Maíra Manga e a Guarda de Congo Feminino Nossa Senhora do Rosário
Data: sábado, 01 de novembro
Horário: 16h
Local: Centro Cultural Lagoinha – Rua Itapecerica, 239, Lagoinha, Belo Horizonte – MG
Entrada gratuita

Leo Junior

Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.

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