Minas Gerais cria mais de 20 mil empregos na Construção Civil e consolida 2ª posição no Sudeste
Dia da Construção Civil celebra o setor que representa 12,2 % do PIB nacional, com Minas em destaque na geração de postos de trabalho. Construtoras tradicionais como Somattos e Grupo EPO reforçam a qualidade mineira

A construção civil continua em expansão no país e mantém sua importância estratégica para a economia brasileira. Mesmo diante de instabilidade econômicas, o setor segue resiliente, gerando renda e se consolidando como um dos mais fortes para o desenvolvimento nacional. No Dia da Construção Civil e da Engenharia Civil, celebrado em 26 de outubro, o setor mineiro mostra sua força. Segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), o estado é o segundo maior no Sudeste em número de empresas (41.258) e responde por 12,2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional da construção, ficando atrás apenas de São Paulo.
Minas Gerais também se destaca na geração de empregos na construção civil. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), entre janeiro e julho deste ano, o setor criou 20.703 novos postos de trabalho com carteira assinada, posicionando o estado como o segundo que mais contratou na região Sudeste. Belo Horizonte registrou 10.133 vagas, ficando igualmente em segundo lugar entre as capitais brasileiras no mesmo período.
Uma pesquisa da Data Secovi, instituto de pesquisas da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), também destaca a importância da capital mineira na construção civil. Em apenas dois meses (junho e julho), a cidade registrou 3,7 mil vendas de imóveis e movimentou R$ 3,06 bilhões. Segundo a presidente da entidade e especialista em negócios imobiliários, Cássia Ximenes, os recortes revelam um mercado simultaneamente aquecido e diversificado. “Belo Horizonte tem espaço tanto para quem busca imóveis de médio padrão, quanto para os segmentos de alto valor agregado, o que reforça a maturidade e a solidez do mercado da capital”, avalia a especialista.
Qualidade e tradição de Minas
A longa tradição mineira na engenharia e na construção civil é um diferencial do estado. Empresas com sólida trajetória garantem um legado de excelência e confiança. É o caso da Somattos Engenharia, que se aproxima dos 50 anos de mercado, especializada em empreendimentos de alto padrão.
Para Bernardo Mattos, diretor técnico da Somattos, o sucesso e a longevidade da empresa se baseiam na cultura de cautela, crescimento orgânico e na busca por superar as expectativas dos clientes. “A Somattos se mantém no grupo de elite das empresas que se destacam por sempre procurar a melhor localização, fazendo empreendimentos eficientes, modernos, sustentáveis e que encantam nossos clientes,” afirma.
O gestor iniciou sua carreira na Somattos como estagiário em 1998 e trilhou o caminho até a diretoria técnica. Ele ressalta que o setor mineiro tem avançado em empreendimentos cada vez mais modernos e tecnológicos. “A construção civil em MG avançou muito nos últimos anos. Empreendimentos cada vez mais modernos e tecnológicos, e os preços de custo e de venda também vêm escalando. Um dos principais desafios em BH no alto luxo é a aquisição de novos terrenos e áreas. Isso é um dos motivos que várias incorporadoras e construtoras de alto luxo já estão atuando em outros estados”.
O gestor, que é engenheiro de formação, credita que para ter sucesso no mercado, o profissional precisa ir além das capacidades técnicas, desenvolvendo habilidades estratégicas. “Um bom relacionamento interpessoal é fundamental, pois lidamos com times e pessoas o tempo inteiro. Organização, objetividade e conhecimento técnico também são muito importantes. Mas acredito, que o essencial é a vontade, o brilho no olho. O engenheiro que tem essas características de ir para cima, resolver os problemas, já sai muito na frente”, comenta Mattos.
Desafios e estratégias
Apesar do cenário positivo, o setor em Minas Gerais enfrenta desafios macroeconômicos, como a alta taxa de juros, que inibe, por exemplo, a venda de imóveis de alto valor agregado. No segmento de luxo em Belo Horizonte, a escassez de terrenos é outro obstáculo, levando construtoras locais a expandirem atuação para outros estados.
Para minimizar esses impactos, a Somattos tem focado em estratégias como o posicionamento em localização privilegiada e projetos bem desenvolvidos com itens que agregam valor para o cliente, mantendo viva a tradição da engenharia mineira com foco na excelência, modernidade e sustentabilidade.
O papel da engenharia civil no futuro das cidades
Para o Grupo EPO, empresa com 33 anos de atuação no mercado imobiliário de alto padrão, a engenharia civil vai muito além de erguer prédios, casas ou pavimentar ruas. “Nosso papel é transformar a ocupação urbana, garantindo que as cidades sejam mais humanas, acessíveis e sustentáveis. Precisamos considerar não apenas o que acontece dentro dos muros dos canteiros de obra, mas também o impacto que cada empreendimento causa na sociedade como um todo”, destaca Guilherme Santos, vice-presidente do Grupo EPO.
No segmento de alto padrão, não basta executar com excelência técnica. “É necessário compreender o mercado, antecipar tendências e traduzir os desejos dos clientes em soluções arquitetônicas viáveis. Isso inclui pensar na experiência das pessoas que vão viver ou trabalhar naquele espaço e na forma como o empreendimento se relaciona com o entorno”, explica Guilherme.
O propósito do Grupo EPO é “inovar para melhorar vidas”. Essa diretriz orienta cada projeto, como no Vale do Sereno, em Nova Lima, onde toda a região vem sendo reurbanizada com práticas modernas — como cabeamento subterrâneo, ajardinamento frontal e abertura de trilhas ecológicas públicas. “Nosso objetivo é integrar cidade e natureza, criando espaços que promovam qualidade de vida e interação humana”, enfatiza.
Outro exemplo que reforça essa estratégia é o edifício Santiago de Compostela, no bairro de Lourdes, em Belo Horizonte — um residencial sem muros, que convida o pedestre a interagir com o espaço e apreciar a arquitetura. O mesmo conceito está presente no mais recente lançamento da empresa no Vale do Sereno: o Botânico. Com 98 apartamentos de alto padrão em torre única, será integrado a uma praça pública planejada, com mobiliário urbano que estimula o lazer e a convivência, respeitando a presença histórica e cultural da Paróquia Bom Jesus do Vale. A base da torre também abrigará um open mall com lojas, oferecendo conveniência ao dia a dia do bairro.
“Essa abordagem reflete nossa crença de que as cidades devem ser pensadas para as pessoas, e não para os carros. Não se trata apenas de construir prédios, mas de criar espaços que estimulem gentilezas urbanas, valorizem o entorno e transformem a experiência de quem vive ou circula por ali”, avalia Guilherme.