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Filarmônica de Minas Gerais apresenta a Orquestra na Dança com obras de Ravel, Márquez, Carlos Gomes e Villa-Lobos no sábado, dia 18 de outubro, às 18h, na Sala Minas Gerais.

No dia 18 de outubro, às 18h, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais apresenta mais um concerto da série “Fora de Série”, realizada aos sábados e que, em 2025, destaca “A Orquestra na Dança”. No programa, a envolvente obra Danzón nº 2 de Arturo Márquez faz um contraponto à inebriante música de Ravel, na versão integral de um de seus balés mais queridos, Mamãe Gansa. Dois dos compositores mais notáveis do nosso país, Carlos Gomes Villa-Lobos, mostram seus talentos na música de dança, com O Guarani: Introdução e balé do Ato III e Caixinha de boas festas, respectivamente. A regência é do maestro José Soares, Regente Associado da Filarmônica. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala, a partir de R$ 39,60 (inteira) e R$ 19,80 (meia).

Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e pelo Governo de Minas Gerais por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mantenedor: Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. Patrocínio: Pottencial Seguradora. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Governo de Minas Gerais, Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Maestro José Soares, Regente Associado da Filarmônica de Minas Gerais

 

Natural de São Paulo, José Soares é Regente Associado da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde 2022, tendo atuado como Regente Assistente nas duas temporadas anteriores.

Venceu o 19º Concurso Internacional de Regência de Tóquio (2021), recebendo os prêmios do júri e do público. No Brasil, regeu a Osesp, a Sinfônica do Paraná, em colaboração com o Balé do Teatro Guaíra, a Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, a Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro, a Orquestra de Câmara de Curitiba e a Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina. No Japão, esteve à frente das orquestras NHK Symphony de Tóquio, New Japan Philharmonic, Sinfônica de Hiroshima e Filarmônica de Nagoya. Também conduziu a MÁV Symphony Orchestra de Budapeste.

José Soares é Bacharel em Composição pela Universidade de São Paulo. Iniciou-se na música com sua mãe, Ana Yara Campos, e estudou Regência Orquestral com o maestro Claudio Cruz, em um programa regular de masterclasses promovido em parceria com a Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo. Participou, como bolsista, das edições 2016 e 2017 do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, onde foi orientado por Marin Alsop, Arvo Volmer, Giancarlo Guerrero e Alexander Liebreich. Recebeu, em 2017, o Prêmio de Regência, que lhe rendeu o convite para atuar como Regente Assistente da Osesp durante parte da temporada 2018, incluindo apresentação em um Concerto Matinal sob convite de Marin Alsop.

Foi também aluno do Laboratório de Regência da Filarmônica de Minas Gerais, sendo convidado por Fabio Mechetti a reger um dos Concertos para a Juventude da temporada 2019. Ainda em 2019, participou do Festival de Música de Pärnu, na Estônia, onde teve aulas com Paavo Järvi, Neëme Järvi, Kristjan Järvi e Leonid Grin. Ao final de 2021, foi laureado com o Prêmio da Crítica da Revista Concerto, na categoria “Jovem Talento”.

Repertório

 

Maurice Ravel (Ciboure, França, 1875 – Paris, França, 1937) e a obra Mamãe Gansa (1908-1910 | Rev. 1911)

Arturo Márquez (Álamos, México, 1950) e a obra Danzón nº 2 (1994)

Antônio Carlos Gomes (Campinas, Brasil, 1836 – Belém, Brasil, 1896) e a obra O Guarani: Introdução e balé do Ato III (1870)

Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, Brasil, 1887- 1959) e a obra Caixinha de boas festas (1932)

 

O concerto Fora de Série do sábado, dia 18, se inspira na coragem inocente das crianças que se permitem acompanhar a música à sua própria maneira, criando uma coreografia única e livre de amarras, na qual as regras do jogo podem sempre mudar enquanto se brinca jogando.

Iniciamos com um clássico de Maurice Ravel, compositor que temos celebrado ao longo de toda a Temporada 2025 pelos 150 anos de seu nascimento. Mamãe Gansa foi um presente de Ravel para as crianças Jean e Mimi, filhos de um casal de amigos, os Godebski. Concebida originalmente como um conjunto de cinco peças para piano a quatro mãos, a obra se inspira nos contos de fadas popularizados pelas coletâneas de Charles Perrault, Madame d’Aulnoy e Jeanne-Marie Leprince de Beaumont. Essa primeira versão para piano foi estreada em 20 de abril de 1910, no concerto inaugural da Société Musicale Indépendante, e imediatamente chamou a atenção do editor Jacques Durand, que convenceu Ravel a criar uma suíte orquestral a partir do material original. No ano seguinte, Ravel não apenas finalizou uma versão de Mamãe Gansa para orquestra, como decidiu transformá-la também em um balé.

Com o tempo, a Suíte de Mamãe Gansa tornou-se a versão mais executada nas salas de concerto, mas hoje teremos a oportunidade de ouvir o balé completo em todo o seu encantamento. Para essa partitura, Ravel escreveu dois novos movimentos, que funcionam como uma introdução, no intuito de criar um contexto narrativo que amarrasse as demais histórias. O enigmático “Prelúdio” instaura a atmosfera mágica. Na sequência, a “Dança da roca de fiar” apresenta a princesa Florine, que, ao atender o chamado de uma velha senhora, espeta o seu dedo na roca, caindo em um sono profundo e inabalável. A “Pavana da Bela Adormecida” revela que a mulher idosa é, na verdade, uma bondosa fada, enquanto uma melodia tranquila embala o sono da heroína.

Em “Conversações entre a Bela e a Fera”, Ravel propõe uma valsa para reconstituir a famosa história desse amor improvável, com o clarinete realizando o tema de Bela e o fagote, o da Fera. O movimento seguinte, “O Pequeno Polegar”, nos leva ao interior de um bosque escuro, onde encontramos o minúsculo jovem e seus irmãos, perdidos e amedrontados. A bem-humorada quinta parte narra a história “Laideronnette, imperatriz das pagodas”, na qual acompanhamos uma princesa amaldiçoada com uma feiúra insuportável, que encontra em uma assustadora serpente a possibilidade de desfazer o feitiço e conhecer o amor. Por fim, “O jardim das fadas” encerra o balé de forma luminosa, com o Príncipe Encantado despertando a princesa e todos os personagens reunidos para celebrar essa união.

Na segunda parte do programa, apresentamos duas peças dançantes de dois ícones da música orquestral brasileira. Para acompanhá-los, ouvimos antes o compositor mexicano Arturo Márquez e sua Danzón nº 2, uma obra jovem de idade e de espírito, que ganhou popularidade nos últimos anos graças ao regente venezuelano Gustavo Dudamel. Composta em 1994, trata-se de uma homenagem sinfônica a um antigo estilo de dança cubano chamado justamente danzón, que tem origem na habanera e faz muito sucesso na região costeira de Veracruz e na Cidade do México. Aproveitando-se de ritmos sincopados, Danzón nº 2 carrega uma típica passionalidade caribenha, alternando entre momentos mais líricos e arroubos festivos, ambos executados com uma alegria que representa, segundo o próprio Márquez, os sentimentos de nostalgia e escapismo prazeroso que observou nas pessoas mais velhas que ainda frequentam os salões de dança de seu país.

Na sequência, nosso maior operista mostra seu talento para a dança em um trecho do Balé do Ato III de O Guarani. A ópera de Carlos Gomes, estreada em 1870 e inspirada no romance de José de Alencar, narra a história de amor entre Peri, um valente indígena Guarani, e Cecília, filha de um nobre português. Seu Terceiro Ato é todo ambientado na aldeia dos Aimorés: após uma emboscada ao castelo de Dom Antônio de Mariz, pai de Cecília, os dois protagonistas são capturados pelos guerreiros Aimorés e levados à presença do Cacique, que se encanta com a beleza de Cecília e manda sacrificar Peri. O balé se inicia nos preparativos do ritual de sacrifício, com uma animada música em tom de celebração. Bem aos moldes do melodrama romântico italiano, o balé dos Aimorés busca pintar uma espécie de “quadro vivo” em movimento, no intuito de realçar o caráter “exótico” daquelas personagens. Para isso, Gomes realiza uma orquestração fora dos padrões da época, com bastante uso de percussão, mas que, cabe frisar aqui, se baseia mais na caracterização estereotípica do período do que necessariamente na cultura musical dos povos indígenas do Brasil.

Por fim, encerramos o concerto com uma peça divertida e encantadora de Heitor Villa-Lobos. O balé infantil Caixinha de Boas Festas foi escrito em 1932 a partir de um pedido do maestro Walter Burle Marx para a Orquestra Filarmônica do Rio de Janeiro. No argumento da obra, Nini é uma menina pobre que recebe de presente de Natal uma linda caixa de cristal colorida. De dentro dessa caixa mágica, saem personagens fantásticos, incluindo a chorosa Pierrete, o gentil Caipirinha, o bravo Escoteiro e o arteiro Saci. Ao final, todos se juntam em uma ciranda para alegrar a noite de Natal de Nini.

Villa-Lobos sempre cultivou o hábito de aproveitar o cancioneiro popular infantil em suas obras dedicadas a esse público, por isso encontramos em sua Caixinha de Boas Festas citações diretas a cantigas de roda tradicionais, como “Ciranda, Cirandinha” e “A Roseira”. O balé – que foi construído a partir de peças para piano compostas anteriormente por Villa-Lobos, orquestradas e combinadas para ganhar unidade – nos transporta imediatamente ao tempo infinito da infância, quando as preocupações eram mais suaves e a vontade de dançar era atendida mais facilmente. Que o concerto de hoje possa lhe lembrar de que aquela criança ainda vive aí dentro, e ainda pode dançar, mesmo que desajeitadamente.

Filarmônica de Minas Gerais

Fora de Série – A Orquestra na Dança

18 de outubro – 18h

Sala Minas Gerais

 

José Soares, regente

RAVEL                           Mamãe Gansa   

A. MÁRQUEZ                 Danzón nº 2

GOMES                          O Guarani: Introdução e balé do Ato III

VILLA-LOBOS                Caixinha de boas festas

 

INGRESSOS:

R$ 39,60 (Mezanino), R$ 54 (Coro), R$ 54 (Terraço), R$ 78 (Balcão Palco), R$ 98 (Balcão Lateral), R$ 133 (Plateia Central), R$ 172 (Balcão Principal) e R$ 193 (Camarote).

Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Bilheteria da Sala Minas Gerais

Horário de funcionamento

Dias sem concerto:

3ª a 6ª — 12h a 20h

Sábado — 12h a 18h

Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:

— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana

— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado

— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo

São aceitos:

  • Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
  • Pix

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

 

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.

Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.

O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2024 na categoria CD/DVD/Livros, com o álbum com obras de Lorenzo Fernandez. A Orquestra já havia recebido Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.

Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.

 A Orquestra possui 19 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.

Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 100 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.

A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.

A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.

A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.

Leo Junior

Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.

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