Titane faz lançamento nacional do single “Madeira”, que integra o novo álbum da cantora, previsto para este ano

No dia 21 de agosto, quinta-feira, às 17h, será lançado o clipe oficial do single “Madeira”, canção que integra o novo álbum da cantora Titane, em breve, disponível nas redes da artista. Com produção musical de André Siqueira e Titane, e composição de Sérgio Pererê, “Madeira” tem participações de Paulo Santos (Uakti) e do Bloco Pisa Ligeiro, que reúne participantes da Escola de Arte João das Neves, criada, em 2017, pelo MST com a colaboração do próprio diretor teatral João das Neves (Teatro Opinião) e de Titane. A direção e roteiro do vídeo são da artista visual Papoula Bicalho. Mais informações pelo @titaneoficial. O clipe, em parceria com o MST, vai ao ar no http://youtube.com/@titaneoficial. O single poderá ser ouvido nas principais plataformas digitais de música – Spotify, Deezer, Apple Music, Amazon Music, Youtube Music, Tidal, entre outras.

“Em ‘Madeira’, minha voz irá se amalgamar com as vozes, tambores e enxadas do Bloco Pisa Ligeiro, criando uma sonoridade rítmica que é arrebatadora para nós e, espero, para todos que ouçam a música”, adianta a artista, uma das vozes que integram a poderosa linhagem de intérpretes da música brasileira, que, em 2025, celebra 65 anos de vida e 40 de lançamento do primeiro disco.

A canção Madeira, que foi gravada com a preparação musical de Paulinho Santos (Uakti), ao lado de Titane, evoca, de acordo com a artista, a força das árvores para celebrar o espírito livre das florestas e de todos que a elas se dedicam. No vídeo, que estará disponível, para todo país, o público assiste a imagens de um dia a dia resiliente, cultivado nos grandes territórios dos trabalhadores do campo, das cidades e das agroflorestas e também celebração: “em ‘Madeira’, reconhecemos a festa e a ternura, onde também existe a tensão e o conflito”, afirma.

O novo e esperado álbum de Titane, que, segundo a artista, “ainda não foi batizado”, está previsto para sair ainda este ano. A cantora assina a produção musical ao lado do músico André Siqueira, que esteve com a artista em “Titane canta Elomar” e que, desta vez, responde ainda pela direção musical, os violões, guitarras e baixos. Titane também convida para a equipe artística o percussionista Paulo Santos, integrante do Uakti. O lendário grupo instrumental mineiro colaborou, há 40 anos, com o primeiro disco da artista, intitulado Titane. “Paulinho está à frente de ‘Madeira’, e atuará também em outras canções. Sua presença é um presente”, comenta.

Bloco Pisa Ligeiro

Há muito, o MST desejava a construção de um bloco onde o povo Sem Terra e as comunidades do entorno de acampamentos e assentamentos pudessem compartilhar a folia do carnaval. Na Escola de Arte João das Neves, fundada pelo Movimento com a colaboração  de Titane e do diretor teatral João das Neves, o grupo foi sendo forjado nos módulos de formação artística que reuniam práticas do coro-cênico, onde cantar, tocar e dançar é o principal fundamento.

O toque das enxadas – instrumentos agrícolas tornados instrumentos de percussão e de ação cênica – se torna o carro-chefe. No carnaval de Belo Horizonte, em 2020, o bloco sai pela primeira vez, e daí em diante ganha as ruas da capital ao longo de todo o ano, participando de Feiras e Festivais, celebrações e manifestações relacionadas a diferentes temas culturais e pautas sociais. Hoje, o Pisa Ligeiro é uma referência permanente de formação artística e política e de organização popular, que cada vez mais cria raízes pelo estado de Minas Gerais.

Escola de Arte MST João das Neves

A Escola de Arte MST João das Neves é fruto da parceria histórica do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra com a cantora Titane e outros músicos e artistas. É uma ação artística do MST de Minas Gerais que vincula a luta pela terra, o trabalho do povo camponês e a produção simbólica do Movimento.

O primeiro contato com a artista aconteceu em 2016, quando Titane e João participavam da ocupação da Funarte em Minas, como parte das ocupações nacionais realizadas por artistas e pessoas da área da cultura contra o fim do Ministério da Cultura. Na época, o MST participou de algumas ações promovidas pela ocupação. Nesse momento, João e Titane foram abordados pela coordenação de cultura do Movimento que manifestou o desejo de estreitar os laços do movimento com os artistas.

“Mantivemos um diálogo intenso por vários meses, que levou à realização de um primeiro curso para os Sem Terra, em 2017, no centro de formação do MST, em Belo Horizonte. A experiência foi muito marcante e impulsionou a criação de uma escola de arte itinerante do Movimento. Em 2018, com a partida de João, a escola da regional sudeste foi rebatizada com o nome Escola de Arte João das Neves”, lembra Titane.

Para a cantora, a Escola tem sido uma oportunidade de troca e de construção de linguagens artísticas a partir da cultura brasileira. “A arte é um lugar de protagonismo tanto do indivíduo quanto dos coletivos e comunidades. E o MST é formado por pessoas protagonistas por excelência. Seus integrantes são chamados cotidianamente a assumir as rédeas de suas próprias vidas, de sua história, de sua cultura. Trata-se da construção de uma nova cultura. Existe ali, especialmente, a construção de uma sociedade onde a solidariedade, a saúde e a educação, o combate à fome, o reencontro com a natureza, as águas e as plantas são uma busca permanente”, contextualiza.

Para o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, “a Escola de Arte é um espaço onde se cultiva uma ‘dimensão sensível da luta’, ampliando a percepção e a reflexão, tanto individual quanto coletiva, sobre um cotidiano muito particular. A Escola de Arte nasce dentro do contexto de luta pela reforma agrária, para pensar e desenvolver a arte como expressão genuína de uma cultura de luta. Principalmente, a escola é um espaço onde se desenvolvem recursos expressivos de comunicação com o mundo. A expressão artística está presente em toda a história do MST. A música e o teatro feito pelo povo Sem Terra é uma projeção das muitas culturas populares brasileiras. Nas ‘místicas’ diárias realizadas pelo Movimento, diferentes formas estéticas se misturam com muita liberdade,  e com uma ética precisa e declarada em defesa da vida”, comenta Gue Oliveira, militante do MST.

Sobre Titane

Em 40 anos de lançamento do primeiro disco, Titane pautou seu percurso por escolhas rigorosas, trabalhando na fronteira de gêneros, propondo diálogos e contrastes estéticos, entendendo-se como porta-voz de uma música brasileira fundada no interior de territórios culturais múltiplos e diversos.

Do repertório aos arranjos, tudo sempre foi feito para desafiar os limites de sua interpretação, sustentada por uma voz afiada como lâmina. Titane vai além dos padrões convencionais do mercado criando desde as “Minas Gerais nacionais” – como se refere o jornalista Pedro Alexandre Sanches ao citar sua representatividade na cena brasileira, mesmo tendo seu eixo de gravidade fora do circuito Rio-São Paulo –, dando sua interpretação original à obra de diferentes compositores brasileiros.

Intérprete por excelência, desde seu primeiro disco (1985) alia canções inéditas de compositores contemporâneos ao cancioneiro popular. Em Inseto Raro (1996) gravou inéditas de Chico César, Lenine, Luiz Tatit, Maurício Pereira, Edvaldo Santana, André Abujamra e canções de domínio público.

Com o disco Sá Rainha (2000) reafirma junto a outros artistas da sua geração o desenvolvimento de uma música fundada em elementos afro-mineiros, segmento que hoje está em plena expansão. Ainda nesta seara, com o show cênico musical Titane e o Campo das Vertentes (a partir do qual produziu DVD (2012) e livro (2015)) permanece sintonizada afetiva e culturalmente com a sua cultura de origem, evoluindo como artista de seu tempo, revelando a contemporaneidade da produção artística dos rincões do Brasil.

Com o disco ANA (2008) Titane surpreende ao apresentar uma coletânea da nova cena musical mineira experimentando outras alturas para o seu canto em uma interação suave com as tecnologias. Com Túlio Mourão vem apresentando os shows-manifesto do disco Paixão e Fé (2015), em que refletem sobre a mineração e o direito à vida. Seu mais novo disco Titane canta Elomar (2018) marca um tempo inédito em sua carreira ao se dedicar à obra de um único compositor.

Ficha Técnica – Canção “Madeira”

Composição: Sérgio Pererê

Produção musical: André Siqueira e Titane

Voz e tambor: Titane

Arranjo, violão, contrabaixo e guitarras: André Siqueira

Percussão: Paulo Santos

Vozes, tambores e enxadas: Bloco Pisa Ligeiro

Preparação musical: Titane e Paulo Santos

Mixagem e masterização: André Cabelo

Gravado por André Cabelo no Estúdio Engenho/Belo Horizonte e no Acampamento Pátria Livre/MG – 2024

Ficha Técnica – Videoclipe “Madeira”
Em cena: Titane e Bloco Pisa Ligeiro com participação especial de Paulo Santos
Coordenação artística: Titane
Roteiro e direção: Papoula Bicalho
Assistência de direção: Bruno Madeira
Coordenação de produção: Flávia Mafra
Produção: Luana Oliveira, Dandara d’Araçá, Ana Julia Romano, Ágatha Azevedo, Guê Oliveira, Lua Oliveira
Fotografia e Imagens: Rodrigo Beetz e Lucas Bois
Som direto: Bruno Madeira
Contrarregra: Sebastião José de Moura e José Pereira de Jesus
Edição: Papoula Bicalho
Colorização e Finalização: David Duarte
Maquiagem Titane: Rafaela Santos
Figurino Titane: Rodrigo Cohen e Diane Ichimaru
Criação e confecção máscara e figurino do Ser da Mata: Diane Ichimaru
Produção máscara e figurino do Ser da Mata: Marcelo Rodrigues
Ser da Mata: Guê Oliveira e Flávio Abreu
Moradores do Acampamento Pátria Livre: Sebastião Cláudio Constantino, Deucilene da Silva, José Domingos de Matos, Edelviz Souza da Silva, Mariana Vitória, Iorliane Darc de Oliveira, Adilson Aparecido de Souza
Crianças: Vitor Emanuel Souza dos Reis, Kimberly Leandra Amaro dos Santos, Kamilly Vitória Gomes, Kaio Lucca Gomes
Bloco Pisa Ligeiro: Luana Oliveira da Silva, Taynara Pereira Guedes, Maria Elizabeth Pereira Guedes, Ana Júlia Romano de Jesus, Lúcia Martins Pereira, Gladys Cristina de Oliveira, Dandára de Araújo Pinto, Paula Ribeiro Guimarães, Cintia Ferreira Cearense, Maria José Santos, João Paulo Lopes da Silva, Agatha de Souza Azevedo, Dorileia Lopes, Mariana Vitória Rodrigues da Silva, Carla Maria Loop
Selma Nunes da Silva, Amauri dos Reis, João Miguel dos Santos Dantas, Rogério Coutinho Mendes
Carolina Rodrigues Gomes, Marta Mariene Fernandes Coelho, Julia Guerra de Oliveira Gomes, Elias Rodrigues Gomes e Elias Miguel Goulart Faria
Preparação Bloco Pisa Ligeiro: Guê Oliveira e Lua Oliveira
Gestão: Ludmila Ferreira
Gravação: Acampamento Pátria Livre/MST, São Joaquim de Bicas/MG – 2024

Lançamento – 2025
Agradecimento: Durval Ângelo Andrade e Moradores do Acampamento Pátria Livre

Serviço