O Grupo de Trabalho Engenharia BR-040, criado pelo Crea-MG apresenta no dia 27 deste mês, o resultado de criterioso trabalho técnico sobre a rodovia concedida à iniciativa privada. O seminário será realizado no auditório do conselho, em BH. O GT é formado por profissionais de diferentes modalidades da engenharia e tem coordenação de Antônio Humberto Pereira de Almeida, associado da SME e membro da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica do Crea-MG (CEEM).
Estima-se que cerca de 3 mil e 500 carretas transportem minério de ferro todos os dias pela rodovia. A isso, se somam outras cargas, transporte de passageiros e veículos de passeio. “Não somos contra a mineração ou qualquer outro tipo de empreendimento, queremos mais segurança para uma estrada tão importante. E existem soluções rápidas, baseadas na boa engenharia, que podem ser implementadas e que vão gerar em um curto prazo grandes benefícios. É preciso a união de todos, de todas as entidades, no sentido de se buscar uma redução efetiva do número de acidentes e de mortes na rodovia”, explica o coordenador.
O GT avaliou as condições operacionais e de segurança entre os kms 563 e 617 da estrada. O trecho passa pelos municípios de Nova Lima, Itabirito, Moeda, Belo Vale, Ouro Preto e Congonhas. O contrato de concessão da rodovia definiu metas, critérios, intervenções obrigatórias e parâmetros técnicos em quatro frentes: Recuperação e Manutenção; Ampliação de Capacidade e nível de serviço; Conservação; e Serviços Operacionais. Hoje, devido a uma decisão liminar da justiça federal, apenas as duas últimas são atendidas pela Via 040.
O Ministério dos Transportes aprovou o plano de outorga para a concessão de 232 km da BR-040, entre Belo Horizonte e Juiz de Fora. O Tribunal de Contas da União analisou o documento e emitiu relatório com dezenas de recomendações técnicas para modificações no edital. A nova cessão à iniciativa privada prevê aporte de R$ 9 bilhões à estrada federal, entre novos investimentos e custos operacionais. Mas há uma importante questão que não atende os usuários da via: o senso de urgência.
Conforme consta no edital da ANTT, as primeiras obras seriam concluídas apenas em 2029. Outras, se estenderiam até 2033. “A população está ciente da gravidade. As autoridades também estão sabendo do problema. É preciso avançar à construção de um plano de metas para agilizar as entregas”, alerta Celso de Araújo Pinto Coelho. Associado da SME, Pinto Coelho é coordenador adjunto do GT BR 040 e membro da Câmara Especializada de Engenharia Civil do Crea-MG (CEEE).
Os gestores municipais querem avanços à estrada. Mas há uma série de entraves administrativos e jurídicos. O prefeito de Congonhas, Cláudio Antônio de Souza, aguarda apenas uma decisão da ANTT para começar, com recursos do município, obras de engenharia ao longo da estrada. Outros prefeitos da região também irão modernizar traçados e construir trevos na estrada, a fim de evitar sinistros. “Estamos articulados e o trabalho do GT é muito importante porque traz recomendações técnicas, bem embasadas. É preciso fazer algo, com urgência, para mudar a situação. Já perdemos muitas vidas na BR 040”, alerta o prefeito, que também é médico.
Durante o seminário, o GT irá apresentar um relatório sobre o trabalho. Também será exibido um vídeo, com depoimentos de engenheiros, prefeitos, autoridades e usuários.
Os ingressos para o evento podem ser obtidos no site do Sympla, de graça.
Serviço:
Data: 27 de novembro de 2023
Horário: 9h às 17h horas, no Auditório deste conselho, na avenida Álvares Cabral, 1600, Santo Agostinho, Belo Horizonte/MG.
Local: Sede do Crea-MG – Auditório – 1º Subsolo – S1