No dia 4 de maio, sábado, o escritor Luís Giffoni participa do Sempre Um Papo, a partir das 10h, na Academia Mineira de Letras (R. da Bahia, 1466 – Centro). A conversa será mediada pelo escritor e professor Caio Junqueira Maciel, e a entrada é gratuita.
Giffoni apresentará seu novo livro de contos “A Vida, A Morte E Outros Penduricalhos” (Editora Patuá, São Paulo, 2024). A obra aborda momentos cruciais da passagem humana com humor e ironia. Nas tramas, as tensões de vida ou de morte, bem como de acontecimentos importantes, levam a uma interpretação do momento atual do Brasil urbano, com seus sonhos, trapaças, violências, crenças, crendices, lutas, tesões e desencantos. As histórias se passam em diversas cidades, em diversas camadas sociais, com personagens saídos da nossa realidade.
Luís Giffoni tem 26 livros publicados, entre romances, contos, crônicas, teatro, ensaio e literatura para jovens. Recebeu alguns dos mais prestigiosos prêmios literários nacionais. Dedica-se, há mais de vinte anos, à divulgação da importância da leitura para o bom funcionamento do cérebro. Participou de feiras do livro e proferiu palestras em todo o Brasil, nos Estados Unidos, Canadá, México, Peru, Argentina e Europa. Curte longas caminhadas e os netos. Ocupa atualmente a Cadeira 33 da Academia Mineira de Letras.
Trecho da apresentação do livro, escrita por Rogério Faria Tavares
“Se o título do novo volume de Luís Giffoni sintetiza – não sem ironia – a condição humana, a epígrafe que antecede as histórias, assinada por Robert Frost, é uma eficiente chave para compreender o que propõe o livro: “Posso resumir em três palavras o que aprendi sobre a vida: a vida continua”. Engenhosa, a frase ecoa no contato com o universo ficcional gerado pelo autor em uma dezena e meia de textos. Neles, a existência e o seu fim são faces da mesma moeda, acontecimentos tão imbricados um no outro que às vezes fica até difícil distingui-los. Há um tanto de vitalidade na morte. E vice-versa”.
Trechos de dois dos contos de “A Vida, A Morte E Outros Penduricalhos”
“Um coelho corre na Serra do Curral”
“Pôs a cesta, a linha e a agulha de lado. Estava mesmo com a ideia muito ruim. Em dias assim, melhor não trabalhar. Serviço mal feito na certa. Abriu a janela, olhou a Serra do Curral. Alguma coisa corria lá em cima. Parecia um coelho branco, feito com linha brilhante, mercerizado. Uma longa carreira de pontos de neve ao longo da crista. Esvoaçava. Nossa, a cabeça da gente inventa cada coisa”.
“O velho tem de morrer”
“Um dia viu o velho, tão velho que passava da hora de morrer. Uns sessenta, setenta anos, igual a maioria do bairro: Copacabana é o maior depósito de velho do mundo. Morava numa cobertura, prédio chique, dentro duma gaiola de vidro que ele abria às dez e só fechava de noite. De vez em quando, sumia pra comer ou mijar. Devia gostar do visual. Toda hora olhava o mar e ficava chapado um tempão”.
O Sempre Um Papo é viabilizado por meio do patrocínio da Cemig e da Emgea, com o apoio do Itaú, via Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, Lei Rouanet.
Serviço:
Sempre Um Papo recebe Luís Giffoni
Dia 4 de maio, sábado, às 10h
Local: Academia Mineira de Letras (R. da Bahia, 1466 – Centro)
Informações: www.sempreumpapo.com.br
Informações para a imprensa: imprensa@sempreumpapo.com.br