
O Festival Sempre um Papo apresenta para os leitores de Belo Horizonte um novo espaço de leitura e reflexão: o Clube do Livro – Letramento Racial, em um patrocínio da Cemig, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Governo de Minas Gerais. A iniciativa convida o público a mergulhar na produção literária de cinco mulheres negras que marcaram a história da literatura nacional, da pioneira Maria Firmina dos Reis à contemporânea Bianca Santana, passando por Carolina Maria de Jesus, Ruth Guimarães e Conceição Evaristo, sob a coordenação da escritora Madu Costa.
Os encontros vão acontecer presencialmente na Cemig, à Rua Alvarenga Peixoto, 1.200, Santo Agostinho. Sempre das 19h às 21h. As obras escolhidas traçam uma linha do tempo que percorre diferentes contextos históricos, estilos e lutas, revelando a força da palavra como resistência e como afirmação de identidade.
O Clube do Livro – Letramento Racial será aberto ao público, com participação gratuita.
E o primeiro Clube do Livro já está marcado: dia 29 de setembro, segunda-feira, onde a professora Rosália Diogo vai falar sobe o livro Ponciá Vicêncio (2003), de Conceição Evaristo, narrativa marcada pela escrevivência e pela memória ancestral.
As inscrições, gratuitas, limitadas a 30 vagas, vão se dar no site do Sympla, pelo endereço:
Os próximos encontros serão: dia 20 de novembro, quinta-feira, enfocando o livro Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis, com Úrsula (1859), romance abolicionista considerado a obra inaugural da literatura afro-brasileira, com Madu Costa. Em seguida, 10 de dezembro, quarta-feira, com o livro “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, pela professora Eda Costa. Continua em 22 de janeiro, quinta-feira, com Água Funda (1946), de Ruth Guimarães, um retrato literário do Vale do Paraíba marcado pela oralidade e pelo folclore, com Patrícia Santana. E encerra no dia 26 de fevereiro, quinta-feira, com o livro Apolinária (2025), uma obra que aborda a construção da identidade negra, o apagamento histórico e a importância da memória para a reconexão com as raízes – Com Madu Costa.
29/09 – Rosália Diogo/ Conceição Evaristo
20/11 – Madu Costa/ Maria Firmina
10/12 – Eda Costa/ Carolina Maria de Jesus
22/01 – Patrícia Santana/ Ruth Guimarães
26/02 – Madu Costa/Bianca Santana
Além da leitura coletiva que o Clube do Livro proporciona, a presença de , convidados especiais — pesquisadores, escritores e mediadores culturais – servem para para estimular o diálogo entre leitores de diferentes idades e formações. O objetivo é construir um espaço de formação crítica e de valorização da memória literária negra, fortalecendo o debate sobre raça, gênero e sociedade no Brasil.
“Mais do que um clube de leitura, é um convite para reconhecer a contribuição das escritoras negras na construção da nossa cultura e refletir sobre como suas palavras ecoam ainda hoje”, afirma Afonso Borges, presidente do “Sempre um Papo”.
Quem é Madu Costa
Madu Costa é professora e “arteira”, como gosta de dizer, por ser escritora, poeta, cordelista, compositora, cantora, palestrante e narradora de histórias. É professora aposentada( pedagogia- UFMG/1984; arte-educação/ PUCMINAS/2000)
Natural de Belo Horizonte, Minas Gerais,
Publicou 26 livros, sendo 21 no gênero infantil- literatura negro brasileira e 5 publicações no gênero literatura de cordel. Os livros: Meninas Negras(2006), Koumba e o Tambor Diambê(2006), Cadarços Desamarrados (2009), Embolando Palavras(2014), cumprem o importante papel de representar valores africanos formadores da identidade nacional brasileira, bem como, representar as crianças negras na literatura infantil. Já os livros de cordel: Zumbi e Dandara, trazem de forma lúdica a biografia desses líderes do Quilombo dos Palmares e divulgam o patrimônio cultural imaterial brasileiro
A autora já recebeu os seguintes prêmios: Zumbi de Cultura/2018, pelo conjunto de sua obra literária; Prêmio Luiz Melodia de canções autorais/Fundação Palmares-2023; Prêmio Malala/ 2024, pela atuação pedagógica; Prêmio Baobá/ 2024, pela excelência na narração de histórias;
Que é Rosália Diogo
Professora. Curadora de Artes. Curadora do Instituto Cultural Casarão das Artes Negras. Diretora de Redação da Revista Canjerê. Jornalista. Ativista cultural. Mestra em Psicologia Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Doutora em Letras/Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais/PUC. Pós-doutora em Antropologia pela Universidade de Barcelona. Foi professora visitante da Universidade Eduardo Mondlane ( Moçambique), entre 2024 e 2025.
Quem é Eda Costa
Eda Costa é cantora, atriz, locutora , professora de canto e teatro. Em 2015 foi indicada ao Prêmio SIMPARC como melhor atriz coadjuvante no espetáculo parte do elenco de Bitita – O coração que não silenciou – sobre a vida e obra de Carolina Maria de Jesus
No cinema participou do longa “Além do homem”, filme de Willy Biondani, pela Bossa Nova Filmes. E em 2021 protagonizou o curta “O Davi Morreu”, um curta metragem de Lea Monteiro. Gravou 4 curtas nesse ano de 2024, sendo protagonista em dois deles: “Lua Cheia”, de Lea Monteiro e “Sobre banzo, nostalgia e saudade” de Yago e João Paulo.
Também em 2024 participou da Web Série “Palavra Pelada”, produzida pela Cidade analógica, falando poesias e textos da grande Carolina Maria de Jesus. Em 2021 dirigiu o espetáculo de formatura da turma “Estudos negros”, do Arena Da Cultura. Em novembro de2024 recebeu o Prêmio Zumbi de Cultura na categoria Teatro. Em fevereiro de 2025 estreou o espetáculo “Uma dança uma canção ” sob sua direção e no mesmo mês, participou das filmagens do curta de Leo God, ” O capeta do Vilarinho”.
Pesquisa a cultura Yorùbá desde 2008. Em 2021 entrou para o time de locutoras do Vozes de Minas. Eda Costa é mineira de Belo Horizonte. Atualmente mora em São Gonçalo do Bação, área rural de Itabirito, Minas Gerais.